Finalmente conferi The Last Czars. Apesar da estranha mistura de documentário com drama (o que dá um ar de “filme para a TV” à coisa), a série flui bem.
A história a gente já conhece. É a mesma que professores nos contavam no segundo grau em no máximo 15 minutos. Um dos meus, inclusive, não conseguia disfarçar o sorriso ao chegar a este ponto do livro.
Mas é tanta barbaridade, estupidez e desgraça de todos os lados que eu terminei os seis episódios me perguntando como alguém consegue mergulhar ainda mais fundo nesses acontecimentos e sair do mergulho disposto a celebrar aquilo num bloco de carnaval.
Terminei a jornada com a sensação de que nem Game of Thrones foi capaz de elaborar uma trama mais insana do que a da própria realidade.
Enfim... Se alguém quiser conferir, prepara o estômago e pesquisa na Netflix.
Outro incômodo que a série causa é a da quantidade de alertas que a família Romanov ignora sobre o risco de aquela gigantesca quantidade de decisões insanas destruir a nação como um todo.
O incômodo vem justamente do receio de estarmos vendo fenômeno semelhante por aqui.
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Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma em 2 de dezembro de 2015. A Câmara Federal votou o pedido em 17 de abril de 2016. Sabe quando a oposição conquistou os votos necessários para a aprovação do pedido? Faltando 4 dias para a votação: gauchazh.clicrbs.com.br/geral/amp/2016…
Então, se quiserem continuar a empurrar o impeachment de Bolsonaro para o dia de São Nunca, que inventem outra desculpa. Não é falta de voto. Pois os votos são conquistados com o pedido já em análise na Câmara. Foi assim também com Collor.
Também sigo aguardando o exemplo de presidente que sobreviveu a um pedido de impeachment e saiu dele mais forte. Getúlio se matou. FHC não fez o sucessor. Trump perdeu a reeleição. E Temer, que derrotou dois pedidos de investigação, não conseguiu nem se candidatar à reeleição.
Em 2011 testemunhamos no vão do MASP um protesto neonazista a favor de Bolsonaro. Da dúzia de pessoas que compareceu, mais da metade findou presa. noticias.uol.com.br/politica/ultim…
Em 2020, extremistas atacaram o STF com fogos de artifício em mais um ato cheio de referências supremacistas. Nove dos pouco mais de 20 "manifestantes" foram presos: metropoles.com/brasil/policia…
Há seis dias, vimos mais uma gangue de supremacistas atacar o Congresso americano. Mais de 90 pessoas foram presas num intervalo de três dias. g1.globo.com/mundo/noticia/…
Eu me sinto dizendo o óbvio, mas infelizmente, quando o óbvio é incômodo, a memória dos fãs não o registra.
Então é preciso repetir:
Lula só aceitou ser ministro de Dilma para evitar ser preso. Mas aquilo só serviu para ampliar ainda mais a rejeição de Dilma.
Lula só se candidatou à Presidência em 2018 porque achou que não prenderiam o líder da corrida presidencial. Mas o prenderam mesmo assim.
Lula insistiu em ser candidato mesmo preso na esperança de que os eleitores o libertassem pelas urnas. Mas a estratégia do grande estrategista deu tão errado que o Brasil findou presidido por Jair Bolsonaro.
Desde que, pela primeira vez, ouvi o Tommy, imaginei que seria divertido entrar 2021 cantando 1921. Ainda sem um bom domínio do inglês, eu não percebia que a letra abordava justamente o trauma que deixaria cego, surdo e mudo o garoto do título.
Décadas se passaram, já consigo ler e ouvir em inglês com razoável tranquilidade, mas ironicamente me sinto preso a um país cada dia mais cego, surdo e mudo.
Eu não vejo o Brasil como um caso único. Um ótimo professor já me ensinou que a história é lógica, com cada grande acontecimento reagindo a acontecimentos anteriores, sendo raros os casos em que poucos indivíduos atuam como motores de tais mudanças.
Como todo mundo, tive um 2020 complicado, dificílimo. Mesmo assim, consegui dele colher bons frutos. Como está todo mundo carente de notícia boa, achei que valia rememorar alguns desses bons momentos com vocês.
Assim que o ano se iniciou, achei que cabia fazer uma nova aposta em projetos pessoais. E comuniquei a @o_antagonista que só continuaria com eles até o final de fevereiro. mais.oantagonista.com
Nos dez meses dessa segunda passagem por O Antagonista, assinei com @CedeSilva uma coluna diária na versão paga do site, roteirizei a retrospectiva de 2019 em vídeo, participei do renascimento do Resumão Antagonista, e do nascimento do Boletim A+.