Diante da impossibilidade de negar a tragédia, a nova mentira das redes bolsonaristas é circular que o STF retirou qualquer competência do presidente para gerir a pandemia.

Absolutamente falso. Na ADI 6341, o Supremo estabeleceu a competência concorrente.

A mentira é recibo.
Além da 6341, que apenas estabelece o que já está na Constituição, no início do caos, outras decisões foram tomadas (ADPF 669 e 672) justamente porque Bolsonaro estava agindo de forma temerária e negligente com a pandemia. Pibic que orientei sobre o tema:

portaldeperiodicos.idp.edu.br/cadernovirtual…
Ou seja, o STF não retirou competências de Bolsonaro, apenas disse que a gestão do Covid deveria ser realizada de maneira concorrente (leia-se: de maneira coordenada entre os entes federativos). Ademais: tentou impedir suas atitudes irresponsáveis e irracionais (...),
que minimizavam o impacto do vírus e amplificavam o risco a que a população estava submetida.

Em outras linhas: tentou ser babá de um aloprado, que além de pouco fazer, foi negligente perante a maior crise sanitária das últimas décadas.
Ah sim, a notícia direto do site do STF na época de decisão:

"STF reconhece competência concorrente de estados, DF, municípios e UNIÃO no combate à Covid-19."

portal.stf.jus.br/noticias/verNo…

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13 Jan
Tava querendo escrever um texto sobre uma certa antipatia que nós brasileiros passamos a ter pela seleção brasileira nos últimos anos. Daí pensando nas origens desse processo, fiquei pensando na Copa América de 1989, com as vaias e rechaço na Fonte Nova.
O momento em que o brasileiro começou a ver a possibilidade de nutrir outros sentimentos para a amarelinha para além da alegria e da tristeza: o ódio e o desprezo. Daí vem 90, a geringonça de Lazaroni, depois a paulatina e completa gringalização da seleção em si.
Mas aí, será que a RAIZ desse processo pode ser mesmo 1989? Peço ajuda aos doutos e universitários dessa nobre rede para vasculhar a GENEALOGIA DO ÓDIO.
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9 Jan
Quando era moleque, tenho três grandes memórias da grande mídia: os ataques dominicais ao Bolsa Família no Fantástico; a criminalização diária do MST; e a guerra contra as cotas raciais.

Ali formei minha opinião. Não temos imprensa séria no Brasil, temos órgãos senhoriais.
Entre as variáveis que explicam a crença no whatsapp e nas fake news, deve entrar na conta uma mídia historicamente formada por mentiras. Nunca tivemos uma cultura de apreço pela verdade no país.

Nisso, a mídia não contribui para o fascismo atual. Ela é parte constitutiva dele.
De memória e pegando o exemplo do Bolsa Família para pensar o mesmo modus operandi da mídia e das fake news. O ataque se baseava em três elementos: enfatizar as "fraudes"; afirmar que ele incentivava uma cultura de "não-trabalho"; e dizer que era uma tática de cooptação de votos.
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1 Jan
Dia 01/01 é data de celebrar a Independência do Haiti, fruto da mais importante revolução moderna. Deixo uma thread com textos que escrevi sobre o assunto.

Primeiro esse na @JacobinBrasil, que já circulou muito por aqui. É uma boa introdução no tema! 👇🏾

jacobin.com.br/2020/08/a-mais…
Para a galera do direito, fica a pedida de texto publicado em 2016, na Revista Direito, Estado e Sociedade, da PUC-Rio. Acredito que é o primeiro artigo em português a abordar as conexões entre Revolução Haitiana e constitucionalismo moderno. 👇🏾

revistades.jur.puc-rio.br/index.php/revi…
Na mesma toada, minha dissertação de mestrado, na qual analiso o impacto da Rev. Haitiana na gênese do constitucionalismo brasileiro e da construção do nosso estado-nação. Lá está a hipótese central nas minhas pesquisas: o Brasil nasce negando o Haiti. 👇🏾

repositorio.unb.br/bitstream/1048…
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22 Dec 20
O movimento negro colocou a discussão sobre a presença negra e cotas no ensino superior na Constituinte de 1946. Na década de 80, lutou para a volta do quesito cor/raça nos censos como ponto central para reivindicar medidas afirmativas. No mesmo momento, Abdias (...) 👇🏾
protocolou o PL 1332/83, que estabelecia reserva de vagas para negros nas mais diversas instâncias. Na década de 90, a partir do caso Ari na UnB, foi esse movimento que pressionou as universidades a implementarem o sistema de cotas. 👇🏾
O movimento negro falava de cotas quando NINGUÉM discutia medidas para colocar negros e pobres nas universidades brasileiras.

Tudo isso para chegar hoje e muita gente querer colocar a nossa presença na universidade na conta de uma única pessoa ou partido. Façam me o favor. 👇🏾
Read 6 tweets
21 Dec 20
Tava aqui revisando os livros que me acompanharam esse ano e me deparei novamente com a figura da Ana Maria Rodrigues, que sempre cito quando falo e escrevo sobre música. Novamente a pergunta: o que explica o silêncio brutal sobre ela? 👇🏾
Silenciada por ser mulher negra intelectual? Silenciada por "Samba Negro, Espoliação Branca" ser um clássico paradigmático até hoje não reconhecido? Silenciada por falar de racismo em um dos espaços centrais para a construção da nossa identidade nacional, o samba? 👇🏾
Na última andança buscando informações sobre ela, encontrei essa live belíssima gravada em setembro desse ano pela grande dupla do Pensamento Social do Samba. Aulas. O melhor: com dicas e sugestões da filha de Ana Maria Rodrigues. 👇🏾

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20 Dec 20
Índio Ramirez é de Antioquia, departamento central para a construção da branquidade colombiana. O estado, muitas vezes, é visto em oposição ao Pacífico e ao Caribe, onde viveriam os "negros". Apenas para trazer elementos e tons sobre de onde vêm os racismos da nossa América.
E longe de querer generalizar, mas sempre bato na tecla que se entendêssemos mais o nosso continente, teríamos mais elementos para analisar situações como a de hoje. Especialmente para sacar as semelhanças entre Brasil e Colômbia: (...)
como dois países que se apresentam para o mundo como mestiços e racialmente harmônicos ainda convivem com o signo "negro" tão latente na fala para marcar uma diferença desumanizante?

O que Gérson escutou hoje é o que pessoas do Pacífico e do Caribe muito escutam na Colômbia.
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