Meu alcance deve estar alto. Porque a esquerda-que-faz-oposição-a-quem-faz-oposição-a-Bolsonaro (não confundir com a esquerda-que-faz-oposição-de-verdade-a-Bolsonaro) tem dado as caras por aqui.
Já já desenterram algum tweet meu de 2015.
Olha lá! Não falei? São muito previsíveis. E olha que estou aqui me contendo para não usar umas palavras menos educadas.
Não fazem nada de útil contra Bolsonaro. Fazem tudo o que podem para derrubar quem faz alguma coisa de útil contra Bolsonaro.
Agora confiram esta postagem. Mesmo screenshot. Mentira semelhante (votei em Haddad, todo mundo sabe). Mas veio de um... Conservador com foto de Olavo no avatar.
Chegou-me a informação de que a conversa no Congresso é de que não haverá impeachment enquanto as ruas não estiverem lotadas. O que é um acinte, uma vez que o Brasil nunca precisou tanto de impeachment e de ruas totalmente vazias. Mas...
Mas também porque sei que o impeachment de Collor só se preocupou em lotar ruas quando já estava tudo politicamente encaminhado para a queda do presidente. E olha que nem morriam mais de mil brasileiros por dia por omissão presidencial.
Precisamos urgentemente que os editoriais dos principais jornais defendam não só o impeachment de Bolsonaro, mas que o processo, de maneira mais do que justificada, precisará acontecer sem manifestações de rua.
Ocorre assim nos Estados Unidos nesse momento, inclusive.
Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma em 2 de dezembro de 2015. A Câmara Federal votou o pedido em 17 de abril de 2016. Sabe quando a oposição conquistou os votos necessários para a aprovação do pedido? Faltando 4 dias para a votação: gauchazh.clicrbs.com.br/geral/amp/2016…
Então, se quiserem continuar a empurrar o impeachment de Bolsonaro para o dia de São Nunca, que inventem outra desculpa. Não é falta de voto. Pois os votos são conquistados com o pedido já em análise na Câmara. Foi assim também com Collor.
Também sigo aguardando o exemplo de presidente que sobreviveu a um pedido de impeachment e saiu dele mais forte. Getúlio se matou. FHC não fez o sucessor. Trump perdeu a reeleição. E Temer, que derrotou dois pedidos de investigação, não conseguiu nem se candidatar à reeleição.
Finalmente conferi The Last Czars. Apesar da estranha mistura de documentário com drama (o que dá um ar de “filme para a TV” à coisa), a série flui bem.
A história a gente já conhece. É a mesma que professores nos contavam no segundo grau em no máximo 15 minutos. Um dos meus, inclusive, não conseguia disfarçar o sorriso ao chegar a este ponto do livro.
Mas é tanta barbaridade, estupidez e desgraça de todos os lados que eu terminei os seis episódios me perguntando como alguém consegue mergulhar ainda mais fundo nesses acontecimentos e sair do mergulho disposto a celebrar aquilo num bloco de carnaval.
Em 2011 testemunhamos no vão do MASP um protesto neonazista a favor de Bolsonaro. Da dúzia de pessoas que compareceu, mais da metade findou presa. noticias.uol.com.br/politica/ultim…
Em 2020, extremistas atacaram o STF com fogos de artifício em mais um ato cheio de referências supremacistas. Nove dos pouco mais de 20 "manifestantes" foram presos: metropoles.com/brasil/policia…
Há seis dias, vimos mais uma gangue de supremacistas atacar o Congresso americano. Mais de 90 pessoas foram presas num intervalo de três dias. g1.globo.com/mundo/noticia/…