Chegou-me a informação de que a conversa no Congresso é de que não haverá impeachment enquanto as ruas não estiverem lotadas. O que é um acinte, uma vez que o Brasil nunca precisou tanto de impeachment e de ruas totalmente vazias. Mas...
Mas também porque sei que o impeachment de Collor só se preocupou em lotar ruas quando já estava tudo politicamente encaminhado para a queda do presidente. E olha que nem morriam mais de mil brasileiros por dia por omissão presidencial.
Precisamos urgentemente que os editoriais dos principais jornais defendam não só o impeachment de Bolsonaro, mas que o processo, de maneira mais do que justificada, precisará acontecer sem manifestações de rua.
Ocorre assim nos Estados Unidos nesse momento, inclusive.
Da nossa parte, precisamos explorar todos os caminhos alternativos e seguros: carreatas, panelaços, projeções em prédios, bonecos infláveis gigantes, pilhas de cruzes simbolizando os mortos, outdoors e carros de som propagando o impeachment, tudo o que estiver à mão.
E, principalmente, muita pressão nas redes sociais para virar votos pelo impeachment. Já temos 106 votos. Mas há um bom número de parlamentares licenciados que votariam a favor. E um número bem maior de críticos que ainda não se sentiram confortáveis para falar em impeachment.
A pressão das redes sociais é importante pois é o que todos monitoram. E eles só vão concordar que é isso o que a população quer quando sempre enxergarem isso ao abrir o celular.
Eles certamente só caminharão com o impeachment após a definição do próximo presidente da Câmara e do Senado, a ocorrer no início de fevereiro. O que já transforma essa eleição numa prévia do impeachment.
Candidatos de Bolsonaro não podem vencer. Parlamentares que se dizem de oposição não podem votar em candidatos de Bolsonaro. Você não pode aceitar que um parlamentar eleito por você vote em um candidato de Bolsonaro. E você precisa deixar isso claro a ele.
O impeachment é um processo desgastante. Mas mais dois anos de Bolsonaro será um desgaste muito maior. Como ele nunca renunciará, e cassar presidente e vice demanda muito mais esforço do que afastar apenas o presidente, o impeachment continua sendo a nossa melhor alternativa.
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Meu alcance deve estar alto. Porque a esquerda-que-faz-oposição-a-quem-faz-oposição-a-Bolsonaro (não confundir com a esquerda-que-faz-oposição-de-verdade-a-Bolsonaro) tem dado as caras por aqui.
Já já desenterram algum tweet meu de 2015.
Olha lá! Não falei? São muito previsíveis. E olha que estou aqui me contendo para não usar umas palavras menos educadas.
Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma em 2 de dezembro de 2015. A Câmara Federal votou o pedido em 17 de abril de 2016. Sabe quando a oposição conquistou os votos necessários para a aprovação do pedido? Faltando 4 dias para a votação: gauchazh.clicrbs.com.br/geral/amp/2016…
Então, se quiserem continuar a empurrar o impeachment de Bolsonaro para o dia de São Nunca, que inventem outra desculpa. Não é falta de voto. Pois os votos são conquistados com o pedido já em análise na Câmara. Foi assim também com Collor.
Também sigo aguardando o exemplo de presidente que sobreviveu a um pedido de impeachment e saiu dele mais forte. Getúlio se matou. FHC não fez o sucessor. Trump perdeu a reeleição. E Temer, que derrotou dois pedidos de investigação, não conseguiu nem se candidatar à reeleição.
Finalmente conferi The Last Czars. Apesar da estranha mistura de documentário com drama (o que dá um ar de “filme para a TV” à coisa), a série flui bem.
A história a gente já conhece. É a mesma que professores nos contavam no segundo grau em no máximo 15 minutos. Um dos meus, inclusive, não conseguia disfarçar o sorriso ao chegar a este ponto do livro.
Mas é tanta barbaridade, estupidez e desgraça de todos os lados que eu terminei os seis episódios me perguntando como alguém consegue mergulhar ainda mais fundo nesses acontecimentos e sair do mergulho disposto a celebrar aquilo num bloco de carnaval.
Em 2011 testemunhamos no vão do MASP um protesto neonazista a favor de Bolsonaro. Da dúzia de pessoas que compareceu, mais da metade findou presa. noticias.uol.com.br/politica/ultim…
Em 2020, extremistas atacaram o STF com fogos de artifício em mais um ato cheio de referências supremacistas. Nove dos pouco mais de 20 "manifestantes" foram presos: metropoles.com/brasil/policia…
Há seis dias, vimos mais uma gangue de supremacistas atacar o Congresso americano. Mais de 90 pessoas foram presas num intervalo de três dias. g1.globo.com/mundo/noticia/…