Falta de oxigênio também é fruto do caos tributário
No Amazonas, falta oxigênio nos hospitais. Mesmo assim a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o oxigênio hospitalar no estado é de 18% se for produzido em outra unidade da federação.
Para a produção local, é de 7%.
No mundo louco dos impostos brasileiros, é assim que funciona. Até oxigênio é pauta da guerra fiscal. Mas não é exclusividade amazonense.
Às pressas, o Confaz, conselho nacional formado pelas secretarias de saúde de 26 estados e do Distrito Federal, se reúne nesta quinta-feira para zerar o ICMS do oxigênio hospitalar.
Para não dizer que a situação é só nos estados, importar oxigênio pagou entre 14% e 16% de imposto federal nas duas primeiras semanas do mês.
A alíquota esteve zerada até o fim de 2020 por conta da covid-19, mas foi retomada com a virada do ano até voltar a ser suspensa na semana passada com a tragédia em Manaus.
São exemplos de como o caos tributário no Brasil não apenas pesa sobre a economia e a produtividade. Pode levar à perda de vidas. Para compensar isenções a alguns setores e empresas, governantes encarecem outros. A saúde, por exemplo, acabou sobretaxada.
Medicamentos pagavam até o início da pandemia 34% de imposto, segundo estudo da Federação Brasileira de Hospitais (FBH).
A média mundial de tributação é de 6%. Mas mesmo a França, país com carga tributária alta, só taxa remédios em 2,1%.
Nos Estados Unidos, nem isso, segundo o Sindusfarma, sindicato da indústria farmacêutica. O imposto é zero.
Com dados de 2014 a 2018, o estudo da FBH - mostrou que no preço de um raio-x, 40,3% do valor correspondiam a impostos.
Em uma cama hospitalar 42,8%. Uma ambulância paga mais de 35% de tributos.
Na reunião de hoje do Confaz, os secretários vão discutir zerar imposto também para equipamentos como respiradores e sobre o kit de intubação de pacientes, entre outros. Todos também pagam ICMS mais alto.
É um caso gritante da necessidade de uma reforma tributária séria. De um lado, temos setores e empresas que, pelo poder de pressão e lobby, pagam pouco ou nenhum imposto porque obtiveram uma vantagem tributária. Do outro, cobramos imposto demais de outros setores para compensar
A saúde é cara no Brasil e os impostos a tornam ainda mais inacessível. Fora que as distorções tributárias têm um efeito perverso. Se o remédio é caro, os pacientes de menor renda deixam de comprar, se tornando mais vulneráveis às doenças.
Se o exame é inacessível, esperam na fila do SUS para fazer de graça, o que complica o diagnóstico.
É preciso acabar com as distorções.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Na China, a rebelião jovem contra o trabalho excessivo
Na China, a jornada de trabalho mais comum é chamada de 996. Principalmente no setor de tecnologia, o mais procurado, trabalha-se das 9 da manhã às 9 da noite, seis dias por semana.
São 72 horas por semana, o que muitos críticos enxergam como exagero. No país, como no Brasil, a jornada de trabalho oficial é de 44 horas.
Mas jornadas longas e cansativas sempre foram a regra nas fábricas chinesas. Foi assim que o país se tornou praticamente o parque industrial do mundo. A novidade é que passaram a ser copiadas pelos escritórios. São hoje o padrão para muitas empresas que incluem Alibaba e Huawei.
Para mostrar como bens públicos fornecidos gratuitamente ou a um custo muito baixo, a Venezuela é um bom exemplo. Pense no caso da gasolina. A gasolina venezuelana já foi a mais barata do mundo, chegando a custar aproximadamente apenas US$ 0,01 por litro
Durante vinte anos, o governo venezuelano manteve os preços congelados e usou isso politicamente para dar a falsa impressão de um ganho econômico pela população.
A ideia é ótima: subsidiar a gasolina para que a população possa se locomover de maneira barata.
A economia também seria afetada ao reduzir o preço da logística. Até aí todos concordam. O que diferencia boas políticas de más políticas é como gestores querem atingir o objetivo.
Precisamos falar da Petrobras: empresa é acusada de segurar preços
Na primeira semana do ano, a ABICOM, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, protocolou no CADE a acusação de que a Petrobrás estaria segurando os preços dos combustíveis.
Esses produtores que fizeram a denúncia importam e vendem derivados de combustíveis com base nas cotações internacionais de petróleo enquanto a Petrobrás define o preço dos produtos com base nos custos de produção e. Isso dá uma diferença de preço para um e para outro.
Até esse ponto tudo certo, é assim com as políticas de preços. No entanto, começaram a circular no mercado rumores de que o represamento se deve à ameaça de greve dos caminhoneiros.
Infelizmente inúmeros colegas jornalistas, comunicadores e veículos de mídia estão reportando dados errados sobre a Coronavac.
Segue o fio. Aos fatos:
1) A eficácia de 50,38% (segundo o @butantanoficial ) O número foi estimado por um órgão internacional e deve estar correto.
Obs1. Só saberemos com certeza quando os dados/estudo completo forem disponibilizados
2) Quanto menor a eficácia, maior o percentual de pessoas a serem vacinadas para conter a epidemia.
3) A eficácia de 50,38% implica, supondo que os vacinados não transmitam os vírus, uma cobertura de aproximadamente de 56% se considerarmos que a transmissão no Brasil seja 1,4 . (epiforecasts.io/covid/posts/na…)
Devido a confusão , segue um resumo do texto da wikipédia sobre p-valor para analisar os dados reportardos da Vacina. Segue o fio...
1 p-valor é a probabilidade de se obter uma estatística de teste igual ou mais extrema que aquela observada em uma amostra, sob a hipótese nula.
2 Em um teste clássico de hipóteses, são definidas duas hipóteses, a nula (H0) e a alternativa (HA). A princípio, um pesquisador começa o teste supondo que a hipótese nula é considerada a verdadeira.
3 Ao confrontarmos a hipótese nula com os achados de uma amostra aleatória tomada de uma população de interesse, verifica-se a sua plausibilidade em termos probabilísticos, o que nos leva a aceitar ou não H0.
Ganhadores do Nobel de Economia revolucionaram os leilões
O Prêmio Nobel costuma ser uma ótima ocasião para se conhecer as ideias econômicas influentes, que, por vezes são pouco conhecidas fora do circuito acadêmico. A escolha dos dois ganhadores deste ano é um destes casos.
Nesta segunda-feira, a Academia Real de Ciências da Suécia entregou o Nobel de Economia a dois americanos, Paul Milgrom e Robert Wilson, devido aos estudos desenvolvidos pela dupla sobre como funcionam os leilões.
Os dois são professores da Universidade de Stanford e conhecidos por terem criado o formato usado pelo governo americano no leilão de frequências de rádio para operadoras de telecom nos Estados Unidos, nos anos 90.