Uma das tragédias da modernidade é o “ciclo de 24 horas de notícias”.
Há 50 anos o cidadão se informava através de programas com horário certo no rádio e na TV, e lendo meia dúzia de jornais.
A TV começava ao meio-dia e encerrava pouco depois da meia-noite.
Acredite se quiser.
Com o surgimento das TVs por assinatura foram criados os canais de notícias, que funcionam 24 horas por dia.
24 horas no ar transmitindo, comentando - e, quando necessário, fabricando - notícias.
Tudo é notícia.
É uma fábrica de doidos.
É uma fábrica de doidos doutrinados, porque a escolha, a apresentação e a análise das notícias segue direcionamento político-ideológico.
Mas esqueçamos a ideologia. Vamos examinar a insuportável carga psicológica e moral que o cidadão passou a carregar nas costas.
Ele precisa saber de tudo e se mobilizar por tudo. Ele precisa analisar a confiabilidade de uma vacina, se pronunciar sobre a política de imigração dos EUA e a eleição do presidente da Câmara de Deputados. Mas qual cidadão comum tem condições de opinar sobre isso tudo?
Para encher as 24 horas com notícias é preciso que cada tragédia, cada crise e cada crime que acontece ao redor do mundo seja apresentado a você, na sua sala.
Para encher as 24 com notícias - e encher os cofres das emissoras - é preciso encher seu saco, sua mente e seu espírito com fatos ou histórias irrelevantes, ideias absurdas e opiniões desconexas e “especialistas” fake.
Para encher as 24 com notícias é preciso exigir que você expresse indignação, raiva e tristeza a cada 20 minutos.
Ninguém resiste a isso. O resultado é uma vida vivida pela metade; é a subordinação do intelecto e do bem-estar emocional do indivíduo à agenda comercial da TV
O resultado é insegurança, desequilíbrio psicológico e anemia intelectual.
É uma depressão, um sentimento ruim generalizado do qual é quase impossível fugir.
Não é à toa que o slogan de uma dessas redes de TV é “nunca desliga”.
Rebele-se.
Desligue você a TV.
E volte a viver.
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A recomendação de hoje é pesada (como convém ao dia). Pesada de erudição, de valor cultural e de peso físico também. A Enciclopédia da História Mundial é uma daquelas referências essenciais que você precisa sempre ter ao alcance da mão (a minha fica no banco da mesa da cozinha).
Eu gosto de abrir ao acaso e ler. São mais de 20.000 verbetes que vão da pré-história ao ano 2.000. Os itens são agrupadas por geografia, permitindo uma visão em profundidade de eventos distintos, ao mesmo tempo em que apresentam uma linha do tempo virtual da história humana.
O texto é claro, conciso, rico e isento de qualquer viés - e só isso já seria motivo suficiente para aplauso.
É para quem tem aquele apetite insaciável por leitura e conhecimento, e não se intimida com a questão do idioma (o livro só está disponível em inglês).
A CRISE DE CRIMINALIDADE NO BRASIL: UM PROJETO DE PODER
Há décadas o Brasil vive uma crise de criminalidade sem paralelo nas democracias ocidentais. É um verdadeiro massacre. Já chegamos a ter 63.000 homicídios por ano.
Nos últimos vinte anos mais de um milhão de brasileiros foram assassinados – esse número é quase o dobro do número de mortos na guerra civil americana. As vítimas são pessoas de todos os sexos, idades, profissões, etnias e crenças. O criminoso brasileiro não discrimina.
O percentual de policiais militares assassinados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro é três vezes maior que a taxa de perdas do exército americano na Segunda Guerra Mundial e sete vezes maior do que na guerra do Vietnã.
Para combater de verdade os assassinatos de mulheres é preciso tratar da raiz da crise de criminalidade do Brasil: a impunidade.
É uma crise que já dura décadas e matou mais de UM MILHÃO de brasileiros nos últimos 20 anos - pessoas de todos os sexos, idades, etnias, profissões e crenças. O criminoso brasileiro não discrimina.
É uma crise SEM PARALELO nas democracias ocidentais.
A impunidade, raiz da crise, é resultado da destruição ideológica do sistema de justiça criminal.
Lições fundamentais sobre crime e impunidade no Brasil:
- A narrativa da grande mídia sobre criminosos e prisões é ideológica, superficial, mentirosa e também unilateral, pois nunca inclui as vítimas.
- A glamourização dos criminosos pela mídia, ONGs e esquerda é descarada e não conhece limites.
- A maioria dos criminosos presos no Brasil está na cadeia por uma boa razão, e mereceria penas muito maiores. Não existe virtualmente ninguém preso por “roubar um pão para comer”.
- Condição sexual, etnia, renda ou idade não eximem o criminoso da responsabilidade por seu crime.
- A sentença do criminoso nunca pode ser mais leve que a sentença da vítima.