Bolsonaro tá passando cheque sem fundo para comprar a eleição do Lira. Esse tipo de coisa não costuma ter bons resultados na política brasileira.
Reitero, inclusive, a possível eleição do Lira pode representar a derrocada do projeto bolsonarista. A pauta dos costumes, que deve ser prioridade do Lira, não deve ser suficiente para reverter o índice de rejeição do governo, especialmente diante da crise financeira.
O sujeito não vai ligar para o "casamento gay" enquanto conta moedas para ver se tem o suficiente para garantir o almoço.
O "mercado" deve pular fora já no segundo semestre desse ano, que é quando começa o calendário eleitoral de 2022. Nada do que foi prometido foi entregue, esse povo não costuma esquecer.
Ai vem o terceiro problema: o centrão não é exatamente conhecido pela sua fidelidade. Se a maré ficar um pouco mais agitada, amanhã mesmo pulam do barco e fingem que nunca estiveram nele. Pior, antes disso ainda vão levar até as "maçanetas" do barco.
Só lembrar como o centrão desembarcou do governo da Dilma assim que a situação ficou um pouco mais complicada. Especialmente pelo fato de que em 2021-2 e 2022 eles vão estar concentrados em suas próprias campanhas.

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30 Jan
A depressão era o mal do milênio, agora é a raiva. Impressionante como absolutamente todos os aspectos da vida moderna envolvem "passar raiva", do trabalha a política, passando - sobretudo - pelo entretenimento. Chegamos ao cúmulo de "pagar" para passar raiva.
Os espetáculos de luta livre sabiam disso quando criaram a figura do heel, basicamente, um "vilão" cuja popularidade era medida pela sua capacidade de inspirar o ódio (a raiva) no público. As pessoas pagavam ingresso para sentir raiva.
Também fazemos isso com realities, filmes, com o telejornal. Inclusive, Jonathan Crary, em 24/7 (Late Capitalism and the Ends of Sleep) cita pesquisas que demonstram a existência de adictos em telejornais, especialmente os mais violentos.
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29 Jan
Enquanto passava o café ouvia meus vizinhos, bolsonaristas roxos, desses que diziam que a pandemia era inventada, reclamando do preço dos alimentos. E olha que são pessoas que tem uma situação financeira relativamente confortável (oficial de baixa patente reformado).
E isso é sintomático: uma das bases originais de apoio ao bolsonarismo está sentindo os efeitos diretos da sua gestão. O Brasileiro é traumatizado com inflação, especialmente quando ela incide sobre gêneros alimentícios - pois é o consumo inevitável.
E é por essa via que o bolsonarismo pode ser derrotado - e de forma plena. Reitero, infelizmente a denúncia moral não repercute. Misoginia, machismo, racismo... isso realmente conta muito pouco na hora do voto, do apoio político. Mesmo as denúncias de corrupção não influem tanto.
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26 Jan
Ontem, no centro de Bangu - o segundo bairro mais populoso do Rio de Janeiro, a maioria das pessoas só utilizava máscara quando era obrigada a entrar em alguns estabelecimentos. Alguns, pois em muitos nem os vendedores usavam máscaras.

Desesperador, para dizer o mínimo.
Nessas horas a gente entende a diferença entre culpa e responsabilidade. Nossas autoridades são imediatamente culpadas por estarmos vivendo essa situação: vai do exemplo pessoal a ausência de uma campanha efetiva de conscientização, com fiscalização.
outline.com/p9drC6
Um exemplo, quem nasceu nos 70-80, como eu, sabe como o uso do cinto de segurança é um hábito muito recente do brasileiro - e ainda assim precário -, que só foi conquistado após muita campanha midiática e fiscalização. Mesma coisa com as campanhas de lei seca.
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19 Jan
Sonho: Pazuello e Bolsonaro anunciaram que o Brasil receberia um lote de vacinas da índia já no domingo.

Realidade: O Brasil não está nem entre os que vão receber as primeiras doses exportadas.

Boa, General, Boa, Capitão!! Essa dobradinha vai longe!!

outline.com/kD3sYe
Para melhorar a situação, o governo do Jair Bolsonaro, o próprio inclusive, tem dificultado como pode as negociações com o governo chinês.

outline.com/VhLDDm
A coisa é tão grave que já estão escalando ministros que tem boas relações com o governo chinês, como Tereza Cristina, do agronegócio.

g1.globo.com/politica/blog/…
Read 6 tweets
19 Jan
Para quem (ainda) isenta as FFAA do seu apoio ao Bolsonaro: circula um documento do próprio EB - cuja veracidade não pode ser aferida - que define a carreira militar e o caráter do Capitão Jair Bolsonaro da seguinte maneira:

Link do doc: slideshare.net/diariodocentro…
A leitura do documento é divertida, uma baixaria sem limites. Fora isso não tem muito valor além do óbvio: Bolsonaro nunca foi bem visto pelo oficialato das FFAA. Sempre fora tomado como um descontrolado, para dizer o mínimo.
Seu apoio midiático aos torturadores da ditadura e a propaganda aberta que fazia das graves violações dos direitos humanos cometidas pelo regime sempre foram consideradas vergonhosas por membros do oficialato: que sempre optaram por uma abordagem "deixa isso quieto".
Read 16 tweets
18 Jan
Quando mais eu estudo os impactos das redes sociais (as "novas tecnologias") na micro e macropolítica mundial (e brasileira) eu percebo que talvez o maior destes impactos seja a instauração do domínio do "presente imediato". Essa é a marca do governo Bolsonaro (mas não apenas).
As redes sociais ignoram o passado e o futuro enquanto "esfera de preocupação", o que importa é o "live"; o tempo que importa é ontem, o hoje e o depois de amanhã, fora disso tudo se dilui. Por isso o revisionismo é uma marca das redes: o presente sempre reescrevendo o passado.
Isso cria toda uma nova forma de micro e macropolítica. Pegue o Bolsonarismo, por exemplo, a sua incapacidade de lidar com o "futuro" ou com o passado é notória, tudo que lhe importa é o agora. Pois eles sabem que, nesse mundo, a disputa é pelo momento.
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