1) Você tem dois jeitos de interagir com o mundo, grosso modo:
1. Pensando só em você
2. Pensando em você e nos outros
O criminoso sempre está no 1. Ele não pensa em mais ninguém.
O que faz ele se conter? A pena. Se não tiver punição ele continuará fazendo o que quer.
2) e não pense que a pena irá educa-lo. Ninguém é “salvo” por ninguém. Darlymple já explicou isso de forma clara.
Cada um é responsável por sua própria recuperação. Nenhum presídio no mundo recupera quem não quer se recuperar.
3) O cara fala “ovô robá”. O que dissuade ele disso? O cidadão não pode se proteger sozinho, a polícia é insuficiente para o número crescente de criminosos e, quando funciona, a lei é leniente e a jurisprudência acompanha.
1) A Constituição Federal hoje completa 32 anos, com seus 250 artigos e mais os 114 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias.
Fez 108 “plásticas” (emendas), mais de 3 por ano.
Tem mais...
2) Alem das 108 emendas, a Constituição ainda passou e passa por um sem-número de interpretações feitas pelo Supremo e o acréscimo do texto de tratados internacionais
Não bastasse ser uma constituição prolixa e cheia desses adendos, o texto dela não foi inteiramente aprovado.
3) Isso mesmo. A Constituição cidadã teve pelo menos dois artigos inseridos sem submissão ao regimento democrático.
1) Pessoas super empolgadas com o “documentário” Dilema Social no Netflix não perceberam a conclusão que ele leva, embora se funde em fatos.
A) sim, somos manipulados pelas redes sociais de vários modos diferentes
B) sim, somos levados ao vício por uma arquitetura... (segue)
2) ...preparada para nos manter presos nesse ambiente e em bolhas de interesse que facilitam a manipulação.
C) isso é feito para que alguns grupos lucrem, e muito, e aumentem o seu poder político sobre a população.
Tudo isso é fato. O problema é a conclusão...
3) A conclusão é que precisamos dar mais poder para o estado para que ele controle o que pode ou não ser veiculado na internet, contando com o apoio valiosíssimo de ONGs e especialistas “independentes” que fazem tudo por amor à causa.
1. O século III d.C encontrou uma Roma destruída por uma moléstia terrível, que chegava a levar cinco mil pessoas em um único dia, tanto cristãos quanto não-cristãos. A diferença, contudo, foi como ambos os grupos reagiram (LEE, 2020).
2. Os não-cristãos expulsavam seus entes queridos de casa, jogando-os ainda vivos nas estradas, acreditando evitar a propagação da doença. Pensavam primeiro em si mesmos, num instinto de autopreservação.
Ha um desenho antigo no qual o Pateta tem dois comportamentos: quando é pedestre, todo preocupado com o outro. Quando entra atrás do volante, vira um monstro sem empatia.
A impressão que tenho é que a internet colocou cada pessoa atrás do seu volante, 24h protegido do mundo em sua armadura digital para idolatrar o próprio ego e atacar o que nao gosta.
A egregora do trânsito é clara: gente pacífica se transforma.
Isso é facilmente transposto para o mundo virtual. Aliás, é até pior.
Platão tem o mito do anel de Giges, que torna seu proprietário invisível, e que se repete na história moderna do cientista e o soro da invisibilidade.
Qual é um dos atributos que se espera do juiz? Coerência.
Por quê? Porque a Justiça tem o dever de estabilizar as relações em sociedade e permitir que as pessoas possam planejar suas vidas sem medo de surpresa (e isso vale para o Estado em geral) (continua)
Saber o que esperar de um juiz é um mínimo que se pode oferecer.
Lógico que essa coerência por si só não diz nada. Um juiz que absolva culpados reiteradamente por motivos ideológicos é coerente, e mesmo assim causa danos.
O juiz pode, na verdade deve, interpretar a lei. Não pode criá-la, ignora-la ou pervertê-la, porque aí estara ferindo a coerência da justa expectativa do cidadao frente à norma criada.