As vacinas Pfizer/Moderna funcionam nas novas variantes do Brasil, P1 e P2?
Novo preprint com ensaio de neutralização usando pseudovírus
➡️P1/P2 precisam de títulos (bem) altos para neutralizar
mas
➡️Valor menor que na variante da África do Sul (o que pode ser um alento)
Eles avaliaram o plasma de 48 pessoas após 1 ou 2 doses da Pfizer ou Moderna. Este grupo validou um ensaio usando um pseudovírus, onde eles conseguem replicar um Sars-CoV-2 mutado, gerando assim uma Spike semelhante ao das variantes. SEMELHANTE, mas não reproduz totalmente.
Eles reproduziram algumas das variantes mais importantes, comparando sempre como vírus considerado selvagem e a variante dominante no mundo, digamos assim, logo após a selvagem (D614G). Também comparam com os coronavírus anteriors
Aqui uma curva de neutralização (%) com todas as variantes. A curva cinza seria uma "ideal", representando soro após 7 dias da segunda dose da vacina contra o vírus selvagem. Vemos que a P2 e P1 precisam de títulos mais concentrados para começar a neutralizar.
Aqui considerando após primeira e segunda dose e estratificado por vacina.
Aqui a redução média quantificada em relação ao vírus selvagem. A redução média da P2 foi 13.4 x e a da P1 15.1
Como disse, o ensaio não contempla tudo e é semelhante. Esse grupo tem trabalhado neste ensaio, validação já publicada, desde o início. Eles são cautelosos e deixam claro as limitações. Outros ensaios parecidos, quando sabíamos quase nada e criaram mutações isoladas usando modelo
semelhante, também previram que algumas das mutações chaves que vemos hoje poderiam dar problema.
Abaixo um controle que de fato as spikes mutadas foram expressas.
São soros de 48 pessoas, maior que a maioria dos testes que vimos, mas podem não representar a população. Ao menos, a P1 e P2 não são uma catástrofe ainda maior, caso mesmo se neste ensaio fosse comparável a da África do Sul.
Mesmo em teste clínico por lá, algumas vacinas que podemos usar no Brasil não foram tão bem. Vacinas de vírus total como a Coronavac e Az-Ox podem ir melhor.
* Passou batido o texto e saiu um erro. Vacinas de vírus total como a Coronavac e Sinopharm (não Az-Ox, que é também baseada na Spike) podem ir melhor.
Eu não sei se está todo mundo ciente, mas vamos lá:
1-Temos vários novos focos espalhados de colapso do sistema em cidades menores e maiores
2-Assumindo que não aumentamos absurdamente a testagem
3-Estes colapsos devem ser majoritariamente por novas variantes
Jaú e Manaus👇
Por que? Pela agressividade de subida.
Temos cidades que já tinham colapsado antes e outras que estavam dentro do habitual. Mas a subida que está acontecendo de casos, internações e óbitos agora é bem parecida.
Quem acompanha o registro civil sabe do atraso imenso, aqui eu deixei sem nenhum filtro de atraso. O mesmo está acontecendo com as outras cidades mapeadas. Locais que vinham em queda começam a apresentar repiques.
Desejo muito estar errado quando ao cenário futuro, mas o momento
➡️Análise de dados complexa considerando o conceito de EXPOSOME. O conceito seria analisarmos o efeito global que um ser humano é exposto, tudo, de poluição ambiental a características socioeconômicas e moléculas.
Como seria a mortalidade por COVID-19 de outros países se eles tivessem a pirâmide etária do Brasil?
Após padronização, aqui feita pelo economista Marcos Hecksher, o Brasil foi muito mal até aqui, infelizmente.
Tendo o Brasil como referência (1), o mundo é 0.27.
Itália 0.59.
E dentro do Brasil? este relatório que deverá sair em breve online como artigo também mostra isso. Olha a inversão da taxa de mortalidade por micro-região no país ao ajustar por idade.
Essa forma de padronização é clássica e se ajusta a taxa de mortalidade bruta para mortalidade padronizada por idade e sexo. Neste caso, foi calculado a relação entre mortalidade observada vs esperada (SMR) . E usou-se a pirâmide etária do Brasil como referência. No caso,
Ensaio de neutralização com anticorpos de 12 participantes pós vacina BBIBP-CorV (Sinopharm, também vírus inativado, ou seja, muito similar à CoronaVac) na variante da África do Sul:
- Mantém poder neutralizante (queda 1.6x, não significativa)
No gráfico acima temos a variante do vírus "selvagem", inicial, a mais frequente global (D614G) e a da África do Sul, que tinha mostrado escape em soros de convalescentes e uma queda em vacinas de RNA.
Também testou soro de 12 participantes com anticorpos pós vacina ZF2001 (proteína da spike), que teve uma certa redução com a variante da África do Sul.
Num pre-print, 109 pessoas com 2 doses, a resposta de quem já teve COVID (bolinhas laranjas) foi ótima após 1 dose, ajudando a resposta imune a se organizar melhor e aperfeiçoar (a produção e aperfeiçoamento da produção dos anticorpos é uma das coisas mais bonitas do corpo, imho)
Como esperado, quem já tinha infeção teve um pouco mais de sintomas, mas muito semelhante à segunda dose das vacinas nos trials. Aqui falo de vacinas de mRNA.
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