A civilização Nurágica foi uma cultura autóctone que floresceu na Idade do Bronze, por volta de 1800 A.C na atual ilha italiana da Sardenha.
O nome deriva de seus monumentos mais característicos: Os ‘Nuragues’.
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Foram formados na Sardenha por populações enraizadas na ilha há milhares de anos e influenciada pelas culturas anteriores.
A ilha foi capaz de sustentar por pelo menos 5000 anos, o desenvolvimento de povos neolíticos e da idade do Cobre/início da Idade do Bronze (7000-1600 AC).
Fontes romanas descrevem a ilha como habitada por numerosas comunidades que se fundiram culturalmente.
As populações Nurágicas mais importantes mencionadas incluem os Balares, os Corsi e os Ilienses.
As estruturas mais conhecidas que deixaram foram os Nuragues, das quais aproximadamente 7000 foram descobertos, mas até 30000 podem ter sido erguidas.
Embora semelhantes a muitas outras estruturas do Mediterrâneo, os Nuragues eram muito originais e imponentes em sua formação.
Essas estruturas são circulares, a entrada leva a um corredor, em cujos lados tem nichos abertos levando a câmaras internas.
No interior das paredes era construída uma escada em espiral que conduzia aos pisos superiores e/ou a um terraço e era iluminada por canhoneiras.
Não há consenso sobre suas funções, podendo ser residências de governantes, fortalezas militares, salões de reuniões, templos religiosos, residências comuns ou uma combinação dessas.
Pastagens, minas e outros atributos podem ter acompanhado a maioria dos sistemas complexos.
As orientações de entrada (declinações e azimutes) de centenas de Nuragues revelam orientações alinhadas para o nascer do sol no solstício de inverno e para a lua em sua posição ascendente mais meridional, assim como a orientação ao sistema da Alpha Centauri.
As sepulturas megalíticas, comumente chamadas de “tumbas de gigantes" eram provavelmente o local de descanso de dezenas a centenas de pessoas, com câmaras funerárias amplas.
Os nurágicos aparentavam ter grande cuidado e dar muita importância em permanecer perto de seus mortos.
Grandes esculturas de pedra conhecidas como ‘betili’, uma espécie de menir esguio, às vezes apresentando uma representação de órgãos sexuais masculinos ou de seios femininos, foram erguidas perto da entrada.
É provável que realizassem ritos de honra ancestral no momento do sepultamento e em intervalos de tempo significativos.
Mortos eram adornados com características decorativas de significado espiritual e é especulado sobre quais habitantes foram enterrados dentro das tumbas.
Um importante elemento da religião nurágica era o da fertilidade, conectando o poder masculino do Touro-Sol ao feminino da Água-Lua. De acordo com estudiosos, havia uma Deusa Mãe e um Deus Pai.
Heróis mitológicos como Norax e Sardus também podem ter sido divindades.
As práticas espirituais parecem ter sido relacionadas aos mortos, conexões com a vida após a morte e rituais de água.
Oferendas para fontes e poços sagrados são de grande interesse, assim como as possíveis crenças a respeito das propriedades mágicas da água.
Baseado em torno disso estão numerosos santuários e fontes sagradas nas quais se acredita que reuniões e cerimônias eram realizadas com a participação de comunidades vizinhas e em torno das quais muitos outros templos foram construídos e conectados para rotas de procissão.
Muitas das famosas estatuetas ‘Bronzetti’ foram encontradas perto ou dentro destas áreas, levantando a hipótese de que eram deixadas como oferendas.
Tais estatuetas, entre outras artes eram compartilhadas e encontradas em todas as populações e regiões ocupadas da época.
A maioria representava homens, mulheres, animais, entidades e cenas da vida cotidiana.
Figuras meio-homem, meio-touro foram encontradas, assim como personagens com quatro braços e olhos e veados de duas cabeças, que provavelmente tinham um significado mitológico e religioso.
Os Gigantes de Mont'e Prama são outros icônicos artefatos da civilização que contam com dezenas de estátuas com altura de até 2,5 m retratando figuras antropomórficas, que podem representar um panteão de figuras religiosas, heróis mitológicos, dentre outras interpretações.
Quanto a agricultura, estudos sugerem que foram os primeiros a praticar a viticultura no Mediterrâneo Ocidental, também tinham como centrais a pecuária e a pesca.
Vinho e cerveja eram produzidos e o cultivo do melão, provavelmente importado comprova a prática da horticultura.
Evidências sugerem que eram grandes navegadores, com barcos eficientes que lhes permitiram viajar por todo o Mediterrâneo, criando laços comerciais com a civilização Micênica, evidenciado pelos formatos de tumba ‘tolo’ e as atuais regiões da Espanha, Itália, Chipre, e Líbano.
Infelizmente, essa sociedade não deixou registros escritos, apenas possíveis documentos epigráficos pertencentes aos últimos estágios da civilização Nurágica.
A informação escrita vem dos gregos e romanos, dificultando o entendimento de como ocorreu o declínio dessa cultura.
Muitos sugerem que o declínio da civilização foi devido a uma fase de afastamento das tradições nurágicas em favor de outras, como a fenícia, deixando práticas culturais e religiosas no passado.
Também é sugerido que uma ruptura em massa ou invasão de fora pode ter ocorrido.
A cultura Nurágica é ainda pouco conhecida no consenso popular, mas de grande fascínio entre arqueólogos, seus imponentes monumentos megalíticos e história enigmática certamente contribuem para tal interesse e pesquisas para que possamos entender melhor essa fascinante cultura.
Os povos proto-Jê habitavam complexos de casas subterrâneas, também associadas a estruturas cerimoniais geométricas há 2.200 anos atrás dispersadas pelas terras altas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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O prefixo ‘proto’ é utilizado para englobar todos os ancestrais dos atuais grupos Jê do Sul, como os Xokleng e os Kaingang, incluindo também os antigos falantes das línguas Jê meridionais, Ingain e Kimdá, do território onde hoje é o oeste de Santa Catarina e Misiones (Argentina).
Os proto-Jê são identificados por uma cultura material conhecida como tradição Taquara-Itararé, englobando cerâmica, arte rupestre, e diferentes tipos de sítios arqueológicos como as aldeias de casas subterrâneas, montículos, plataformas e praças cerimoniais (danceiros).
Mingqi representando uma figura antropomórfica, possivelmente mitológica e ritual, inspirada pela literatura Han e iconografia budista, conhecida como “guardião das feras”.
Leste Asiático, China, Dinastia Han, 206 AC-220 DC.
Figuras como esta fazem parte de uma classe de artefatos chamados ‘mingqi’, conhecidos como "utensílios espirituais" ou "receptáculos para fantasmas" e se tornaram populares na Dinastia Han, persistindo por vários séculos.
Mesmo sendo produzidos em massa, os mingqi da Dinastia Han geralmente mostram um alto nível de detalhes e naturalismo.
Eles foram projetados para auxiliar o “Po”, a parte da alma do falecido que permanecia no subsolo com o corpo enquanto o Hun, a outra parte da alma, ascendia.
Como uma pintura egípcia conhecida como “A Mona Lisa do Egito” de 4.500 anos pode ajudar a identificar uma espécie desconhecida e já extinta de gansos? 🦆
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A pintura conhecida como "Ganso de Meidum", foi descoberta em 1800 na tumba de Nefermaat, um vizir, ou o oficial que servia ao faraó e sua esposa Itet em Meidum, um sítio arqueológico no baixo Egito.
A pintura foi descoberta na Capela de Itet dentro do túmulo.
A pintura vívida, que já fez parte de um quadro maior desde então foi descrita como "A Mona Lisa do Egito", o autor do estudo é Anthony Romilio, paleontólogo e assistente técnico da Universidade da escola de química e biociências moleculares de Queensland.
O relevo de Burney, ou “a rainha da noite”, é uma placa de terracota em alto relevo da antiga Mesopotâmia, muitas vezes usada pra identificar a iconografia de Lilith (tema já controverso), porém há discussões em torno do artefato e de quem ele representa.
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Ela provém do sul da Mesopotâmia, provavelmente na Babilônia, durante o reinado de Hammurabi (1792-1750 AC), pois compartilha qualidades de artesanato e técnica com a famosa estela de diorito das leis de Hamurabi e também com a peça conhecida como ‘o deus de Ur’ do mesmo período.
Infelizmente, sua proveniência original permanece desconhecida. O relevo não foi escavado arqueologicamente e, portanto, não temos mais informações de onde veio ou em que contexto foi descoberta.
O artefato foi levado a Londres por um negociador sírio-libanês por volta de 1930.
A floresta amazônica é a maior floresta tropical do mundo (4,9% da área continental mundial), ocupando uma área de 7.000.000 km² distribuída em nove países, dos quais Brasil, Peru e Bolívia tem a maior extensão.
O trabalho realizado pelos arqueólogos Meggers e Evans na foz do Amazonas é considerado o início da arqueologia científica na Amazônia Brasileira, em meados da década de 1950 e início da década de 1960.
Meggers considerava, naquela época, a área amazônica inadequada para seu próprio desenvolvimento sócio-cultural devido aos limites impostos pela natureza e avaliou sua produção cerâmica como a interferência de outras culturas de origem andina.
A antiga cidade Maia de Uxmal está localizada na Península de Yucatán, no México e foi um importante centro religioso e cerimonial, destacada pelo seu estilo artístico e arquitetônico.
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Uxmal foi uma das capitais regionais durante o período clássico tardio e é considerada hoje um dos mais importantes sítios arqueológicos da civilização.
Localizadas na região de Puuc, suas ruínas são um documento impressionante dos feitos arquitetônicos da Mesoamérica.
Uxmal significa “construído três vezes” ou “o que está por vir, futuro”.
As tradições Maias dizem que o primeiro rei da cidade foi derrotado por um anão mágico, que ganhou a posição de rei ao construir o monumento mais alto (Pirâmide do Adivinho) da cidade em uma única noite.