Sabe quando estamos assistindo um filme de terror/suspense e do outro lado da tela dizemos mentalmente ao personagem "não vá por aí!"? Os cientistas, muitos médicos e uma parte da população têm se sentido exatamente assim quanto ao que estamos vivendo (segue)...
Desde quando começou a pandemia, fruto de ações negacionistas, muitas pessoas desistiram de sequer observar as medidas preventivas. Eu acho muito improvável que ainda exista alguém que não use máscara porque não sabe que precisa usar e nem que deixar o nariz de fora ajuda em algo
Desde o início, as pessoas se dividiram entre os que seguiram as medidas preventivas, importando-se com sua saúde e com a dos outros, e os que preferiram "pagar pra ver". Ainda me dói lembrar da garota gritando "me entuba" no show de não sei quem. Mas o que nos levou a isso?
Sabemos que a governança tem um papel muito importante nisso. Tenho certeza que se desde o início nosso representante mor tivesse dado o exemplo, certamente não teríamos essas mais de 250 mil vidas perdidas. Mas vamos lembrar, que ele tem apoiadores, que vão na mesma linha...
A gente confabula que é plano genocida, que é burrice (ou os dois), que é falta de toda e qualquer empatia, que é cognição em crença estapafúrdia e etc. E eu sei que há uma minoria entre essas pessoas que por sua "fé" não aceita ideia que coloque suas convicções em cheque...
E não é um mero problema de base educacional. Uma pessoa que pôde frequentar as melhores escolas, teve ótima formação universitária, ainda assim, pode ser convicto de que "o uso da máscara satura o oxigênio". Já escutei isso de muitos médicos, inclusive...
Eu mesma, me distanciei de várias pessoas da minha família. Acredito que vários de vocês nesses últimos 3 anos também. Pq toda vez que tentamos explicar algo com base em evidência científica para alguém assim, recebemos um "fique com seus argumentos e eu com os meus" ou ofensas..
O problema é que algumas dessas pessoas influenciam muitas outras, nos levando à situação em que estamos vivendo. O jovem olha a cena da aglomeração em uma posse e pensa "então, posso ir a uma festa". Claro, sei que não é tão simples assim...
Mas a questão é que precisamos buscar ferramentas que nos ajudem a atrair pessoas para o "lado bom da força". Ou seja, mostrar que o mundo precisa de mais altruísmo, bondade, compaixão, etc., sem desmerecer seu pragmatismo em suas crenças. Sem provocar a polarização.
Por hora, desejo muita sabedoria e resiliência aos meus amigos divulgadores. Estamos todos muito cansados, mas precisamos continuar tentando passar a mensagem de que enquanto não temos vacinas, é a PREVENÇÃO que nos protege.
Agora no início do mês (fevereiro) saiu uma discussão na Nature sobre essa questão da atenção à descontaminação de superfícies. Siga o fiozinho comigo que vou atualizar alguns pontos. nature.com/articles/d4158…
A discussão se pauta no fato de que já está até bem estabelecido que a contaminação pelo SARS-CoV-2 se dá muito mais por gotículas e aerossóis (aumentando a transmissão) do que a possibilidade daquela proporcionada pelos fomites (superfícies).
Bom, a reportagem da Nature em nenhum momento desacredita que as gotículas depositadas nas superfícies não possam ser fonte de contaminação. Pelo contrário, eles argumentam segundo uma importante observação do CDC...
Pessoal, vou transpor aqui algumas observações das maravilhosas palestras que tivemos ontem, no PPGBIO/UFCSPA, que você pode assistir à gravação aqui: (segue)
A primeira delas é a importância sobre o entendimento que a eficácia de uma vacina está relacionada à incidência de uma doença, conforme explicou o Dr Paulo @Nadanovsky. Ele fez uma ótima analogia disso com o uso do cinto de segurança.
Em uma sociedade onde as pessoas dirigem em alta velocidade e alcoolizadas, o uso do cinto quase não será eficaz, porque as batidas serão geralmente fortes.
O ano era 1987. A cidade era Goiânia. Um catador encontra um equipamento de radioterapia e o considera como sucata. Ele leva o equipamento para um ferro-velho, onde é desmontado, liberando 20g de cloreto de césio-137, que é colocado no bolso (isso mesmo). (siga o fio)
Com o césio no bolso, o dono do ferro-velho se desloca para a casa em um TRANSPORTE COLETIVO. O resultado: 112 mil pessoas examinadas para contaminação radioativa. Além das vítimas fatais, 129 apresentaram contaminação, onde 21 vieram a falecer posteriormente. E isso com a COVID?
Esse artigo, publicado em janeiro, mostra a possibilidade de contaminação pelo SARS-CoV-2 em locais públicos. Diferente da contaminação radioativa, essa PODE SER EVITADA, se seguidas as condições sanitárias/preventivas adequadas e redução de circulação. pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33519256/
Nestas primeiras semanas de 2021, a revista Science publicou alguns artigos e textos a respeito de estudos que, assim como muitos outros, vem nos auxiliando no entendimento de questões relacionadas à COVID-19 e ao SARS-CoV-2 no âmbito da resposta imune. (segue)
Os artigos referem-se a fatores como a exaustão de células T em pacientes com COVID-19 severa, células T auxiliares residentes que influenciam na memória de células B e T citotóxicas e proteção respiratória...
... as diferenças da resposta imune entre os sexos, a memória de células B em pacientes após 6 meses de COVID-19, precursores de células T citotóxicas de memória que resistem a dano de DNA e deleções que causam escape da proteína Spike do SARS-CoV-2 à ação dos anticorpos.
Atenção cabeludas e cabeludos do meu Brasil, este fiozinho é para você, que usa sua máscara certinho, mas não prende a melena...
Pois eu venho aqui justamente para te alertar que “cabelo preso” também é uma Boa Prática em Biossegurança.
Por que? Porque cabelos também são “superfícies”. Eles estão expostos à poluição, ácaros, microorganismo e, obviamente, a gotículas que podem conter partículas do SARS-CoV-2.
Esse é um fio indignado sobre o tal “hiato” das vacinas... Desculpem, mas é que está difícil, sabe? Não estimularam/estimulam prevenção. E não tem vacina (segue).
O general não é um “estrategista”? No dicionário, “estrategista é aquele versado em estratégia”.
Primeiro não queriam “vacina chinesa”. Daí, veio “me dá essas vacina aqui pra cá”. Depois, compraram umas poucas doses da vacina de Oxford (era o que dava? Ah, “não tinha demanda”... 🤔).