Para quem se interessa por Economia Regional, o @BancoCentralBR acabou de divulgar os Boxes do Boletim Regional (que sai amanhã).
O primeiro fala da atividade econômica em 2020 nas regiões brasileiras e em alguns estados. Pelo IBC Regional, as regiões Norte e Centro-Oeste ficaram no campo positivo, enquanto a Sul e Nordeste tiveram a maior queda
O segundo trata especificamente do Amazonas, olhando para indicadores de alta frequência nesse início de ano e comparando com o resto do país.
Fica claro que o aumento nos casos e mortes derrubou a atividade (compras, mobilidade, etc)
A conclusão é um alerta para o que pode ocorrer em outros estados e regiões a partir do agravamento da pandemia:
Para acessar esses e os outros boxes, segue o link:
1. Sobre a PEC 186, os principais pontos que agradaram o mercado foram, ao meu ver, que (i) não mexeram estruturalmente nas regras do teto e (ii) limitaram o gasto por fora do teto em 44 bi. Ou seja, dada a chance de um furo + descontrolado, a fatura teria ficado de bom tamanho
2. De resto, p/ a União, não sobrou muito + coisa (o que já vinha sendo precificado há uns dias, talvez até desde sempre): desvinculação do RGPS e outros benefícios, mudança no salário mínimo, mudança no abono, redução de jornada de servidores, etc. Nada disso ficou.
3. Aí chegamos ao outro ponto relevante que ficou no texto, que é o acionamento dos gatilhos a partir da regra dos 95%. O mercado gostou e, de fato, ter uma forma de acionamento do gatilho é importante. Faço duas ressalvas apenas:
O artigo do Pastore de hoje traz a discussão sobre a tendência de queda na taxa de juro no mundo, citando Blanchard, Summers e Furman. Aproveitemos o gancho para falar um pouco disso aqui embaixo.
A discussão já vem de algum tempo. O capítulo + recente foi a conferência realizada há um mês, em 01/dez, que contou com apresentação de um novo texto de Furman e Summers. Comentaram Bernanke, Blanchard e Rogoff. Link abaixo:
O texto parte do fenômeno observado (queda da taxa nas últimas décadas). Ainda que apresentem hipóteses para explicar o fenômeno, o foco é colocado nas consequências/implicações dessa tendência para a política monetária e fiscal.
As eleições municipais estão chegando, mas a vida dos futuros prefeitos e vereadores não vai ser fácil. A situação fiscal dos municípios não é muito animadora e é importante que os candidatos conheçam bem as contas de seu município.
A maioria dos municípios brasileiros estava c/ contas em má situação já em 2019. Esse é o CAPAG ("nota de risco"), do STN, disponível p/ 3,8 mil dos 5,6 mil municípios existentes.
Na última edição, 60% tinham notas C e D, 22% tinham nota B e somente 18% tinham nota A.
Para municípios que tiveram nota do CAPAG no ano anterior (2,2 mil), já tinha havido uma piora entre 2018 e 2019, indicado pela queda do número de municípios com nota A e B
Este mês o assunto fiscal esquentará, em virtude do envio do orçamento de 2021 ao Congresso. O principal desafio é o limite dado pelo teto de gasto.
O teto é de 1.485 bi, aumento de apenas 31 bi em relação ao teto de 2020. Já seria bem apertado em tempos normais (ver margem fiscal da IFI), mas o desafio é ainda maior, pois alas do governo vem indicando vontade de aumentar o gasto com assistência (renda básica) e investimento.
A tentativa de drible já ficou escancarada, como no caso do Fundeb (quando queriam utilizar parcela dos recursos, que ñ estão sujeitos ao teto, p/ pagar assistência). Usar calamidade em 2021 ou capitalizar novamente a Emgepron são outros exemplos. Consultas foram feitas ao TCU.
Livro que já nasce como referência p/ debater o futuro das contas públicas no país. Fundamental!
Pra mim, satisfação enorme ter participado, principalmente porque o livro anterior do @FelipeSalto, c/Mansueto, foi dos que + me ajudou a aprender sobre finanças públicas no Brasil
Me refiro a este livro aqui, com textos de diversos especialistas e que também deve fazer parte das leituras obrigatórias de quem quer se aprofundar em temas fiscais no Brasil
Aproveito para indicar mais três livros essenciais na área, começando por este, do Fabio Giambiagi e Ana Cláudia Além, que é um clássico entre os estudantes de graduação do país
1. Quais os impactos da crise na macroeconomia (inflação e no juro real) no mundo?
Essa é uma pergunta interessante que traz implicações grandes para o país, uma vez que sairemos com uma dívida/PIB bem maior e seguiremos com amplas necessidades de investimento.
2. Para tentar pensar nessas questões, voltemos um pouco.
A tendência do juro real no mundo é de queda desde os anos 80. Essa tendência se intensificou pós crise de 2008. A inflação seguiu mais controlada do que nunca nos países avançados.
3. Por conta desse contexto, Larry Summers reintroduziu a discussão sobre estagnação secular (ES) em 2013. Os debates foram intensos na época, condensados nesse excelente livro