Gente, cuidado com essa ideia de citar sem maiores considerações o número bruto de mortes pelo covid-19 no Paraguai para dar a ideia de que lá, "por bem menos", eles se revoltaram.
Isso tá errado de diversas formas. E é uma simplificação complicada da realidade. 2 exemplos 👇
a - o Paraguai tem um sistema médico-hospitalar e de assistência e políticas sociais bem menos estrutura e fraco que o brasileiro. Se aqui os dados não são confiáveis, lá mais ainda. E a capacidade de atendimento médico é muito concentrado regionalmente. Isso tem consequências.
Por exemplo, é possível, sem muitos problemas, imaginar centenas, talvez milhares de mortes, nos grotões do país sem qualquer tipo de informação e assimilação das autoridades públicas.
Então, primeiro, cuidado com esse dado.
segundo, o Paraguai é um país pobre, altíssima insegurança alimentar e com mais de 70% dos trabalhadores na informalidade. Os efeitos de fome e miséria extrema com o covid-19 tem potencial mais devastador lá que aqui. E o preço dos alimentos não param de subir, mais lá que aqui.
Não é como se "por pouca coisa eles se revoltaram" e nós estamos parados. Estamos falando de um país onde, hoje, cerca de 80% da população tá na fome ou próximo que alcançar essa situação. É uma situação gravíssima. Em alguns aspectos, pior que a nossa.
*de alcançar
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Atendendo a pedido de vocês, gravei um vídeo sobre a imbecilidade chamada "Escola Áustria" e a falácia do "problema do cálculo econômico" no socialismo. Gravei a contragosto porque esse negócio, com algumas exceções (como certas teses de Hayek), é pura besteira.
Dois exemplos rápidos. A ideia do "problema do cálculo econômico" no socialismo parte de duas falácias interligadas. A ideia de um equilíbrio perfeito entre oferta/demanda, produção/consumo, no capitalismo. A noção, inclusive, é que não existe problema alocativo no capitalismo.
Na prática, eles pensam assim: olhe, quando existe no mercado um sinal de demanda por mais comida, o preço no curto prazo tende a subir, mas no médio prazo, a produção aumenta, o preço se equilibra e se pá, fica até mais barato a longo prazo. O que falta aqui?
A noção de liberdade reivindicada pelos liberais e parte da esquerda brasileira é pré-Hegel. Eles até hoje não assimilaram a ideia fundamental do mestre da dialética que para ter liberdade é necessário tá vivo. Parece um truísmo, não é? Mas tem uma profundidade filosófica grande.
Quando Hegel diz, por exemplo, que a pessoa que rouba o pão para matar a fome não deve ser condenado, colocando a vida acima da propriedade (a vida é absoluta, a propriedade privada não), ele o faz a partir de sua ideia de liberdade. A liberdade tem três vetores.
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Só é livre quem tá vivo, isto é, tem sua reprodução biológica garantida. Então, nesse momento de pandemia, podemos medir concretamente o grau de liberdade olhando que países preservaram a vida e que país deixaram o povo morrer. Mas não basta tá vivo para ser livre.
Quase 100% dos comentários de idolatria da socialdemocracia nórdica são baseadas numa concepção de "realidade ilha": é como se a economia e o sistema político deles fossem desligados do mundo, uma construção em si, não tem geopolítica, divisão social do trabalho etc.
Por exemplo, a Suíça é uma das maiores produtoras e exportadoras de chocolate do mundo. Seu produto é famoso. Mas a Suíça, como devem imaginar, não produz cacau. Quem produz? Os miseráveis Gana e Costa do Marfim. Já parou para estudar qual é a relação econômica nessa mercadoria?
Aliado a isso, pela localização geoestratégica, os países da Península Nórdica não sofrem pressões militares, geopolíticas, etc. Se qualquer país da América do Sul assumisse a política de petróleo da Noruega, no dia seguinte, os EUA colocam como prioridade derrubar o governo.
O jornalista Ben Norton escreveu um artigo criticando Yaku Pérez. Pode gostar ou não do artigo, mas ele tem argumentos. Muitos dos argumentos, inclusive, são twittis e declarações do próprio Pérez.
Aí um grupo grande de intelectuais resolveu escrever uma resposta ao Ben.
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O artigo resposta é, basicamente, uma crítica dos limites, problemas e mazelas do correísmo e xingando todo mundo de racista, anti-indígena, antifeminista etc.
Eu gostaria muito de ver um debate sério e uma resposta ao artigo de Ben Norton, mas não foi dessa vez.
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Por exemplo, como se explica chamar Yaku Pérez de ecossocialista e esquerda radical (como faz o texto de resposta a Ben), com a política externa defendida pela figura, contra toda esquerda e com bom trânsito e simpatia dos EUA e UE?
Tô vendo vários camaradas reclamando de como o YouTube tá baixando a média de acessos dos vídeos. A plataforma avisa a cada vez menos inscritos, não recomenda os vídeos, tá sumindo com o vídeo na time line dos inscritos.
Isso tá rolando com geral dos canais de esquerda.
E não, isso não é teoria da conspiração. O próprio YouTube oferece base de dados para comparar a média de acessos nas primeiras horas de vídeo postando um ano atrás e agora. E disso é possível ver claramente como menos pessoas são notificadas, por exemplo.
E isso não é novidade. Sabíamos que uma hora, com o crescimento dos canais de esquerda e marxista, isso iria acontecer. Especialmente quem não tem membros no canal e não faz live com superchat como eu, tem seu alcance derrubado. E vai piorar.
esse pessoa compartilhou um post meu MENTINDO, dizendo que eu falei que a "existência de bilionários é bom para melhorar a vida da classe trabalhadora na China". Respondi, mas depois desisti. Apaguei, mas ela é mentirosa profissional e quer sustentar a mentira. Dou valor
doutora, esse é o vídeo do meu canal onde debato a questão da China e dos bilionários. Gostaria que me apontasse em qual trecho do vídeo eu digo algo próximo de "os bilionários são bons para melhorar a vida da classe trabalhadora".
Fica o desafio:
a pessoa tá baseando a MENTIRA nesse card. o card, trecho do vídeo, fala de maior enquadramento político da burguesia no contexto de uma demanda cada vez maior pela melhora da vida da classe trabalhadora. Nem no vídeo, e nem no card, é estabelecido relação de causalidade direta.