O que @ernestofaraujo fez em benefício das mulheres do Itamaraty - e das mulheres em geral - nos seus dois anos à frente do Itamaraty?
Hoje, 8 de março, o Brasil recusou-se a apoiar declaração da ONU sobre os direitos das mulheres e o avanço nos compromissos internacionais sobre saúde feminina, supostamente em função uso da expressão "direitos sexuais e reprodutivos".

noticias.uol.com.br/colunas/jamil-…
Em jul/20, o Brasil trabalhou para eliminar expressões como "intersecção" e "direitos sexuais e reprodutivos" de projeto de resolução mexicano no Conselho de Direitos Humanos, também se opondo a referências sobre "educação sexual" para mulheres e meninas.

noticias.uol.com.br/colunas/jamil-…
Essa postura já vinha desde o ano anterior. Em 2019, o Brasil lutava contra direitos reprodutivos femininos, educação sexual e pelo reforço do papel de grupos religiosos na garantia dos direitos da mulher.

jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/07/11/bra…
O Brasil se alinhou a países autoritários e/ou que cerceiam direitos e liberdades da mulher. Arábia Saudita, Egito, Indonésia, Hungria e Polônia, Afeganistão, Nigéria e Bangladesh tornaram-se parceiros diplomáticos do Brasil em direitos humanos.

Neste 8 de março, merecemos mais. Image

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11 Mar
O bom dos posts recalcados do @ernestofaraujo é que é muito fácil desmenti-los. Nem entrarei no mérito de que Ernesto, o camaleão, defendeu a política externa da Era Lula com unhas e dentes. Vamos só focar nas mentiras contadas pelo chanceler?
1) Não houve hostilização dos EUA.

As relações 🇧🇷🇺🇸 viveram bons momentos na era Lula-Bush, avançando em temas como biocombustíveis e a questão palestina.

As tensões com Obama disseram respeito a desencontros naturais entre a superpotência e a busca brasileira por protagonismo. Image
2) Não houve hostilização da Europa.

Vimos avançar parceria estratégica c/🇪🇺 (2007), além da aproximação c/🇩🇪 no campo ambiental, c/🇫🇷 no campo de defesa/militar, c/🇬🇧 no campo do combate à fome/desenvolvimento.

A área comercial não avançou por resistência em liberalizar o agro Image
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5 Mar
Em artigo recente, @davidmagalhaes e eu argumentamos que, em vez de chamar Bolsonaro de negacionista, deveríamos considerá-lo um "populista sanitário", ou seja, alguém que usa medidas médico-científicas, ainda que desconexas, para legitimar suas (in)ações diante da pandemia 👇
Nem entrarei no mérito, bem levantado pela @brumelianebrum, de que esse caos não é fruto de incompetência, mas de um projeto deliberado de destruição. Tudo indica que é. Quero comentar sobre a ciência alternativa, ou "alt-science", que gravita em torno do governo Bolsonaro 👇
Alt-science é um movimento difuso de supostos "buscadores da verdade" que militam por posições científicas minoritárias a partir de evidências parciais, pseudociência e teorias da conspiração. São médicos, celebridades, empresários unidos pela desconfiança do establishment 👇
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19 Feb
Uma vez comentei uma postagem absurda do deputado-bombado com um artigo da CF88. Além de me xingar, naquele mesmo dia ele gravou um vídeo dizendo que gente como eu ("cientistas políticos vagabundos que vêm regurgitar a Constituição") deveriam levar um "tiro bem na cabecinha" 👇🏼
Na época, fiquei até com certo receio, mas não fiz nada. Achei melhor deixar pra lá. Segui criticando o deputado publicamente por + 1 ano, até ele me bloquear recentemente. Passei a tratá-lo como palhaço, um sujeito que decorou palavras difíceis do dicionário p/parecer erudito 👇🏼
Não sei se teria feito alguma diferença se eu entrasse na justiça contra ele. Acho até que não, até porque esses caras são inconsequentes e perigosos. A prisão recente, por mais controversa que seja, tem uma função pedagógica: revela a verdadeira face dos tigrões virtuais... 👇🏼
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5 Feb
🧵Rússia e México estão entre os "pretendentes" a parceiro privilegiado do 🇧🇷. São países de boas relações históricas conosco, mas que nunca foram centrais na estratégia brasileira. Diante do isolamento diplomático do governo Bolsonaro, os olhos se voltaram para eles. Por quê? 👇
1) O caso russo é interessante, já que Putin se coloca como uma espécie de "terceira via" geopolítica. Manteve boas relações com Trump (há até quem diga que o sharp power russo tenha ajudado a elegê-lo) e possui vínculos com a China, mas quer se afirmar como um pólo independente.
2) Boas expressões dessa independência econômica/militar são (1) o ativismo no espaço pós-soviético, que inclui interferência em vizinhos como Ucrânia, Geórgia, Belarus; (2) engajamento no O. Médio (Síria, Turquia, Irã, Catar); (3) maior presença além-mar (África, Venezuela)
Read 12 tweets
4 Feb
Bolsonaro inovou bastante em política externa. Colocou um bufão olavista no MRE e o filho semiletrado para tocar a agenda estratégica.

O resultado foi o inédito isolamento internacional do Brasil. Nossas relações estão fragilizadas com os principais parceiros. O que sobrou? 🤷‍♂️👇
1) Neste fio, analisarei as relações com um país de quem Bolsonaro vem se aproximando: a Índia.

Não pretendo explorar as tensões c/China, EUA, Argentina e UE, que já foram muito discutidos.

Basta dizer que vivemos o pior momento dos últimos anos com nossos maiores parceiros.
2) A vacina e a cloroquina fizeram dos indianos parceiros imprescindíveis de um Brasil sem opções estratégicas.

Bolsonaro e Filipe Martins vêm tratando a Índia como prioridade absoluta, o que fica claro nas manifestações públicas de ambos.

Mas qual o verdadeiro lugar da 🇮🇳?
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28 Dec 20
A única coisa que sustenta o bolsonarismo é a fabricação de inimigos imaginários.

Essa é a base da guerra cultural, criação desvairada de narrativas conspiratórias sobre forças ocultas e onipotentes.

Não é só espuma. A guerra cultural afeta diretamente as políticas públicas 👇🏼
Desde o princípio do governo, estava claro que a guerra cultural era a razão da sanha dos olavistas em ocupar espaços em áreas-chave: cultura, educação, direitos humanos, política externa.

Em todas elas, desejava-se construir uma nova ideia de Brasil, cristão e conservador 👇🏼
A infame frase de Bolsonaro na ONU é a melhor tradução disso: "o 🇧🇷 é um país cristão e conservador". Somos majoritariamente cristãos, sim, mas isso não faz do povo um monolito de ideias e convicções.

Essa idealização do Brasil serve bem aos interesses populistas do presidente👇🏼
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