Muitas pessoas me perguntam sobre as máscaras ditas "antivirais". Eu gostaria de passar algumas considerações a respeito, pois podem ser as dúvidas de outras pessoas.
Há um tempo, eu fiz um fio explicando muitas questões a respeito das máscaras e disponibilizei esse estudo aqui, sobre a ação de nanopartículas contendo íons prata. pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28721573/
Os íons prata são conhecidos por possuírem capacidade antimicrobiana. Isso porque os íons induzem a produção de radicais livres, que causam distúrbios na parede bacteriana e em sua atividade respiratória. pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26724539/
Devido a sua ampla aplicação, tem havido preocupação com possíveis consequências ambientais e sanitárias.
Aqui, um estudo mostrando sua toxicidade em plantas de alho (que são modelos de estudo de biodisponibilidade de metais) pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27894021/
Os íons prata também se tornaram um problema ambiental. Aqui, um estudo sobre toxicidade em células intestinais de peixes pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27689691/
E em células hepáticas humanas, os íons prata causaram lesões de membrana, inibiram síntese de albumina, causaram aumento de estresse oxidativo (o que aumenta inflamação). pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25448069/
E por que essa minha nerdice toda te trazendo esse monte de estudo? É para ver se te convenço que se os íons prata, utilizados nas máscaras ditas "antivirais", são muito tóxicos para ficarem em contato com nossa mucosa nasal!
"Protege contra a COVID". O "troço", que de bom não tem nada, nunca foi testado sobre o SARS-CoV-2... A tal ISO tão citada exige teste bacteriano e aquele teste de eficiências com partículas (que já expliquei que usa sal) nas ditas máscaras.
E, além de tudo isso, o tecido que é usado nessas máscaras teve seu registro na ANVISA cancelado em outubro de 2020. Aqui o link para vc checar: in.gov.br/en/web/dou/-/r…
Eu aqui sempre defendo o uso das máscaras. Da PFF2 à de pano, desde que use alguma. Mas essa aí, não mesmo! ;)
Agora no início do mês (fevereiro) saiu uma discussão na Nature sobre essa questão da atenção à descontaminação de superfícies. Siga o fiozinho comigo que vou atualizar alguns pontos. nature.com/articles/d4158…
A discussão se pauta no fato de que já está até bem estabelecido que a contaminação pelo SARS-CoV-2 se dá muito mais por gotículas e aerossóis (aumentando a transmissão) do que a possibilidade daquela proporcionada pelos fomites (superfícies).
Bom, a reportagem da Nature em nenhum momento desacredita que as gotículas depositadas nas superfícies não possam ser fonte de contaminação. Pelo contrário, eles argumentam segundo uma importante observação do CDC...
Sabe quando estamos assistindo um filme de terror/suspense e do outro lado da tela dizemos mentalmente ao personagem "não vá por aí!"? Os cientistas, muitos médicos e uma parte da população têm se sentido exatamente assim quanto ao que estamos vivendo (segue)...
Desde quando começou a pandemia, fruto de ações negacionistas, muitas pessoas desistiram de sequer observar as medidas preventivas. Eu acho muito improvável que ainda exista alguém que não use máscara porque não sabe que precisa usar e nem que deixar o nariz de fora ajuda em algo
Desde o início, as pessoas se dividiram entre os que seguiram as medidas preventivas, importando-se com sua saúde e com a dos outros, e os que preferiram "pagar pra ver". Ainda me dói lembrar da garota gritando "me entuba" no show de não sei quem. Mas o que nos levou a isso?
Pessoal, vou transpor aqui algumas observações das maravilhosas palestras que tivemos ontem, no PPGBIO/UFCSPA, que você pode assistir à gravação aqui: (segue)
A primeira delas é a importância sobre o entendimento que a eficácia de uma vacina está relacionada à incidência de uma doença, conforme explicou o Dr Paulo @Nadanovsky. Ele fez uma ótima analogia disso com o uso do cinto de segurança.
Em uma sociedade onde as pessoas dirigem em alta velocidade e alcoolizadas, o uso do cinto quase não será eficaz, porque as batidas serão geralmente fortes.
O ano era 1987. A cidade era Goiânia. Um catador encontra um equipamento de radioterapia e o considera como sucata. Ele leva o equipamento para um ferro-velho, onde é desmontado, liberando 20g de cloreto de césio-137, que é colocado no bolso (isso mesmo). (siga o fio)
Com o césio no bolso, o dono do ferro-velho se desloca para a casa em um TRANSPORTE COLETIVO. O resultado: 112 mil pessoas examinadas para contaminação radioativa. Além das vítimas fatais, 129 apresentaram contaminação, onde 21 vieram a falecer posteriormente. E isso com a COVID?
Esse artigo, publicado em janeiro, mostra a possibilidade de contaminação pelo SARS-CoV-2 em locais públicos. Diferente da contaminação radioativa, essa PODE SER EVITADA, se seguidas as condições sanitárias/preventivas adequadas e redução de circulação. pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33519256/
Nestas primeiras semanas de 2021, a revista Science publicou alguns artigos e textos a respeito de estudos que, assim como muitos outros, vem nos auxiliando no entendimento de questões relacionadas à COVID-19 e ao SARS-CoV-2 no âmbito da resposta imune. (segue)
Os artigos referem-se a fatores como a exaustão de células T em pacientes com COVID-19 severa, células T auxiliares residentes que influenciam na memória de células B e T citotóxicas e proteção respiratória...
... as diferenças da resposta imune entre os sexos, a memória de células B em pacientes após 6 meses de COVID-19, precursores de células T citotóxicas de memória que resistem a dano de DNA e deleções que causam escape da proteína Spike do SARS-CoV-2 à ação dos anticorpos.
Atenção cabeludas e cabeludos do meu Brasil, este fiozinho é para você, que usa sua máscara certinho, mas não prende a melena...
Pois eu venho aqui justamente para te alertar que “cabelo preso” também é uma Boa Prática em Biossegurança.
Por que? Porque cabelos também são “superfícies”. Eles estão expostos à poluição, ácaros, microorganismo e, obviamente, a gotículas que podem conter partículas do SARS-CoV-2.