Tem uma parada. A vida pública foi tomada por tanta gente medíocre nos últimos anos (e não só na política, basta ligar a televisão ou ler um jornal), que escutar Lula é um bálsamo. O Brasil sempre foi um país de grandes figuras. Que essa era dos medíocres comece a chegar ao fim.
Independentemente do espectro político. Gente com visão, com conteúdo, que sabe falar com propriedade de diversos temas. O Brasil é um país complicado, mas também não somos pouca merda. A tormenta naturalizou muita coisa ruim, inclusive a completa baixo autoestima. Vai passar.
Houve uma época na pandemia que me refugiei nos antigos Roda Viva. Luiz Carlos Prestes, Florestan Fernandes, Maria Conceição Tavares, Jorge Ben, Dercy Gonçalves, Darcy Ribeiro. Com tanta tristeza, ver aquele tipo de vídeo era a sensação de lidar com um Brasil que havia morrido.
Hoje vou dormir com a certeza não só de que ele está vivo, como vamos lutar muito por ele.
Os medíocres passarão. Ou como se falava na resistência à Ditadura e ficou eternizado na peça de R. Schwarz sobre O Alienista: eles serão colocados na lata de lixo da história.
Os medíocres passarão. Ou como se falava na resistência à Ditadura e ficou eternizado na peça de R. Schwarz sobre O Alienista: eles serão colocados na lata de lixo da história.
E duas coisas. Tem muita gente boa, nova inclusive, pedindo passagem. Aqui mesmo no twitter, p. ex. Economistas que não se alinham a ortodoxia liberal; youtubers marxistas e de esquerda; intelectuais de movimentos e de base; e vai. É água acumulando prestes a romper a represa.
A outra. Nas minhas aulas de Form. Social do Brasil, gosto de trazer bases fundantes da cultura nacional: Machado, Jorge Ben, Maria Firmina, Nação Zumbi, Tim Maia, Ana Maria Gonçalves. Sempre que um deles aparece, penso: vão ter que trabalhar muito para destruir nossa imensidão.
Os medíocres acostumaram a falar calando o melhor do Brasil. O discurso de hoje deu uma pequena mostra do que somos.
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