Gente, o ensino superior público esqueceu o que é greve? Nunca houve uma ofensiva tão grande contra o setor e a resposta é fingirmos que não está acontecendo nada? Continuar com prazos, bancas e corrida lattes no meio do fim do mundo? Sério?
Parece que por falarem tanto que o ensino público é isso e aquilo, adotou-se a tática de ficar na moita para não chamar a atenção, evitar o menos pior. Bom, não está adiantando. Quando acordarmos, talvez nem sistema público exista mais para se lutar.
Gente, eu sei que muitos de nós esquecemos. Mas greve não é "parar": greve é espaço de comunicação, de orientação política e de intervenção. Enquanto muitos aqui estão com medo, outros setores já começaram a se articular. Deveria ser papel da universidade intervir nesse processo.
"Greve agora só vai trazer mais chumbo e terminar de liquidar a imagem da universidade pública". Sério, em que país vocês estão vivendo?
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Aproveitando os debates sobre Mbembe por aqui, conto uma das histórias mais maneiras que já vivi na academia.
Lá em 2015, fui chamado para estar na banca de tcc de um brilhante amigo de graduação, Pedro Argolo. O tema é esse da foto: 👇🏾
Como cês podem ver no resumo, o trabalho é extremamente instigante, criativo e de alto nível. Em especial, o debate sobre o conceito de Nomos da Terra, retirado de um texto não muito lido de Carl Schmitt, capaz de inscrever a cartografia colonial na história do direito moderno.👇🏾
Em síntese, Argolo argumenta, a partir de Schmitt, que o direito moderno (e a legitimação do Estado) dependem das práticas concretas do colonialismo, especialmente a apropriação da terra alheia. O "direito europeu" surge da negação do direito/da normatividade do Outro colonial.👇🏾
Tem uma parada. A vida pública foi tomada por tanta gente medíocre nos últimos anos (e não só na política, basta ligar a televisão ou ler um jornal), que escutar Lula é um bálsamo. O Brasil sempre foi um país de grandes figuras. Que essa era dos medíocres comece a chegar ao fim.
Independentemente do espectro político. Gente com visão, com conteúdo, que sabe falar com propriedade de diversos temas. O Brasil é um país complicado, mas também não somos pouca merda. A tormenta naturalizou muita coisa ruim, inclusive a completa baixo autoestima. Vai passar.
Houve uma época na pandemia que me refugiei nos antigos Roda Viva. Luiz Carlos Prestes, Florestan Fernandes, Maria Conceição Tavares, Jorge Ben, Dercy Gonçalves, Darcy Ribeiro. Com tanta tristeza, ver aquele tipo de vídeo era a sensação de lidar com um Brasil que havia morrido.
Como se constrói uma fake news, desinformação e alarmismo desconectado da realidade: no dia em que o judiciário decide finalmente respeitar um pouco da Constituição, preferem assimilar Bolsonaro a Lula como extremos complementares.
Grupos de zap? Nah, toda nossa grande mídia.
Antes de vir com esse papo de que Lula é igual a Bolsonaro (que, com todo respeito, é um atestado de indigência intelectual), a mídia deveria estar informando os porquês jurídicos e constitucionais da decisão. Esse deveria ser o trabalho de uma mídia séria no dia de hoje.
Trabalho de construção de narrativa: explicar a Lava-Jato e seus vícios; como um juiz Zé Ninguém de Curitiba se sentiu no direito de tomar processos para si, como ele violou leis, incorreu em crime (inclusive com apoio da mídia) e contou com suporte de partes do MP e da PF (...);
Moro e Deltan são o supra-sumo do que faculdades de direito criam diariamente: sociopatas com senso de superioridade, egolatria e mediocridade intelectual. Criminosos em potencial que escondem seus ilícitos na verborragia jurídica e no salvacionismo delirante.
Já circulei muito por conselhos e órgãos universitários e sempre, sempre eram os juristas os primeiros a encontrarem alguma "brecha" normativa, a operarem na exceção, a suspenderem o direito no interesse de alguma parte.
É de se estranhar que qualquer outro curso esteja mais disposto a respeitar a lei do que o direito.
E isso não é exceção, faz parte da estrutura da nossa formação como juristas, que está relacionada a uma função social na organização do poder e das classes no Brasil.
Diante da impossibilidade de negar a tragédia, a nova mentira das redes bolsonaristas é circular que o STF retirou qualquer competência do presidente para gerir a pandemia.
Absolutamente falso. Na ADI 6341, o Supremo estabeleceu a competência concorrente.
A mentira é recibo.
Além da 6341, que apenas estabelece o que já está na Constituição, no início do caos, outras decisões foram tomadas (ADPF 669 e 672) justamente porque Bolsonaro estava agindo de forma temerária e negligente com a pandemia. Pibic que orientei sobre o tema:
Ou seja, o STF não retirou competências de Bolsonaro, apenas disse que a gestão do Covid deveria ser realizada de maneira concorrente (leia-se: de maneira coordenada entre os entes federativos). Ademais: tentou impedir suas atitudes irresponsáveis e irracionais (...),
Tava querendo escrever um texto sobre uma certa antipatia que nós brasileiros passamos a ter pela seleção brasileira nos últimos anos. Daí pensando nas origens desse processo, fiquei pensando na Copa América de 1989, com as vaias e rechaço na Fonte Nova.
O momento em que o brasileiro começou a ver a possibilidade de nutrir outros sentimentos para a amarelinha para além da alegria e da tristeza: o ódio e o desprezo. Daí vem 90, a geringonça de Lazaroni, depois a paulatina e completa gringalização da seleção em si.
Mas aí, será que a RAIZ desse processo pode ser mesmo 1989? Peço ajuda aos doutos e universitários dessa nobre rede para vasculhar a GENEALOGIA DO ÓDIO.