Vocês teriam interesse em ler um texto meu mostrando como é mentirosa a ideia de que Lula é extremista ou radical? De como isso é uma mentira contada pela imprensa para barrar candidaturas muito mais à esquerda que a do Lula? Ou deixo pra lá?
Estou acabando de escrever. Que bom que rolou interesse.
Apesar do número enorme de pessoas que, com a absolvição de Lula, se apavoram com a possibilidade da “volta do comunismo”, como o Samuel Borges (@SamuelSilvaFB) lembrou no Twitter, o governo Lula não chegou nem a ser social-democrata.
Ficou mais próximo de um liberalismo social.
E é fácil provar. Lula nunca bateu de frente nem com os bancos nem com o agronegócio. Ao contrário. Deu inúmeros incentivos, subsídios, desonerações, perdões de multas etc.
Os donos do capital não podem reclamar da cordialidade, nem da boa vontade do Presidente.
Lula não taxou grandes fortunas – nem ameaçou fazê-lo –, não acelerou o processo de reforma agrária e nunca, nem em seus mais ousados sonhos, propôs nada que desagradasse o grande capital.
O projeto global proibicionista, originárioda guerra as drogas, tem sua origem nos EUA e guarda vinculo com questões econômicas, xenofóbicas e racistas
Lá o ópio foi associado aos chineses, a maconha aos mexicanos e a cocaína aos negros
Isso permitia a perseguição desses grupos
Grupos esses que eram minorias ou grupos com "menor status social".
O mesmo se repetiu no Brasil
A maconha, cannabis, pito do pango ou fumo de angola era uma substância de uso característico da população negra, que foi trazida para ser escravizada no Brasil.
No Brasil pós abolição, onde os negros foram alçados, em tese, a condição de cidadão igualando a todos
era necessário a construção de mecanismos alternativos para a manutenção da estrutura existente de hierarquia racial e supremacia branca.
A gente não pode analisar o super encarceramento brasileiro fora do contexto histórico.
Não se chega a terceira maior população carcerária do mundo sem que se tenha, a longo prazo, um projeto político que nos empurre para isso, e que ele seja contínuo, independente do governo.
Interessante pensarmos que no primeiro ano do governo Bolsonaro, que sabemos da sua linha racista e punitivista contra grupos específicos, a população prisional cresceu "apenas" 1,49%.
Isso se dá, também, por já estarmos em uma constante de crescimento antes da sua posse.
Dados do INFOPEN
Em 2018
30% das pessoas privadas de liberdade estavam nessa condição por infringirem a lei de drogas
44% em razão de crimes patrimoniais
Em 2019, os números são:
20% e 50% respectivamente
Como disse para vocês na minha apresentação por aqui, eu adoro Literatura. Mesmo. Desde pequena fui sempre incentivada a ler e, assim, os livros estão comigo para todo lado que vou.
Sabe quando a gente leva o livro, mesmo indo encontrar com alguém, meio pensando "vai que dá pra ler um pouquinho"?
Além disso, entendo a literatura como uma ferramenta de libertação.
O crítico literário e sociólogo Antonio Candido falava sobre a efabulação como uma capacidade humana universal. Assim, ele afirmou a literatura como um direito humano!
Nós imaginamos, criamos e compartilhamos essa criatividade.
O pesquisador do Núcleo de Justiça Racial da FGV-SP, Felipe da Silva Freitas, considerou correta a nota do MPF ao assinalar a necessidade de políticas de compliance para prevenir práticas abusivas e de filtragem racial por parte dos seguranças particulares.
Segundo ele, filtros raciais nos critérios de abordagem das polícias e de seguranças privados já foram largamente constatados por inúmeras pesquisas nos últimos anos.
Sempre me perguntam porquê falamos em “encarceramento em massa” no Brasil. E acho importante a gente começar a pensar no sentido do termo.
Segue o fio.
Como a gente percebe as magnitudes de uma Política Criminal? Várias são as maneiras. Pelo tamanho dos aparatos criminais e penitenciários. Ou seja, o tamanho da estrutura da Justiça Criminal e a quantidade de presídios.
📸 Agência Brasil de Notícia
Veja, quanto mais a gente abre presídios, mais pessoas são presas. O discurso de que a abertura de novas unidades serviria para lidar com a superlotação não se sustenta. Tanto que, de 2006 a 2014, ampliamos imensamente as unidades prisionais.