Thread by @CrimesReais

A misteriosa morte da família Pesseghini: teria um garoto de 13 anos sido o assassino?

No dia 5 de agosto de 2013, o casal de policiais, Andreia Regina e Luis Marcelo, foi encontrado morto, ao lado do filho de 13 anos, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini. A avó do menino, Benedita Oliveira, e a tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, também foram alvos da chacina.

Segundo a denúncia realizada às 18h, cinco pessoas da mesma família teriam sido assassinadas dentro da própria casa, na Brasilândia, em São Paulo. O local não foi isolado e mais de 200 oficiais estiveram presentes na cena do crime.

No dia seguinte, os corpos das vítimas foram velados no Cemitério Gethsêmani Anhanguera. As autoridades consideraram o caso uma tragédia familiar: Marcelo teria matado toda sua família e ido até a escola na parte da manhã, dirigindo o carro da sua mãe.

O melhor amigo do menino afirmou que ele sempre falava sobre assassinar os pais e que já teria tentado matar a avó. Outros colegas também informaram que, certa vez, Marcelo criou um grupo que, para ser aceito, era preciso matar os pais.

Naquele fatídico dia, o garoto voltou para casa de carona com o pai do amigo e, segundo a polícia, posteriormente, se suicidou. No entanto, o laudo pericial complementar confirmou que o dedo de Marcelo não se encontrava no gatilho da arma.

As análises do legista George Sanguinetti, mostraram que não havia pólvora em suas mãos e as marcas no seu corpo sugeriram que ele teria lutado em legítima defesa, antes de ser morto. O parecer ainda afirmou que, pela posição do corpo, é improvável que ele tenha se matado.

Além disso, as manchas de sangue nas paredes são incompatíveis com tiros efetuados por alguém da altura de Marcelo. Uma vizinha testemunhou ter visto um policial militar fardado e outro homem pulando o muro da casa da família, por volta das 12h daquele dia.

Ela também informou que notou um carro modelo Meriva, cor prata, rondando a casa da família, durante os meses anteriores. Há informações de que Andreia havia sido convidada pelos colegas de profissão para participar de furtos em caixas eletrônicos.

Após ter recusado a oferta, passou a denunciar o esquema de corrupção dentro da PM. Ela foi encontrada morta em uma posição que supõe em que estivesse “de joelhos”, implorando para não atirarem antes de morrer.

A delegada, Elizabete Sato, afirmou que não foram descartadas as hipóteses de crime passional ou vingança. No total, 17 imagens de câmeras de segurança foram anexadas ao processo. Os registros mostraram uma movimentação estranha de veículos na rua, naquela madrugada.

O motorista de um dos carros aparece com as mãos em cima do volante e ainda é possível ver um vulto no banco de trás. De acordo com os policiais, o veículo estava sendo conduzido por Marcelo, que teria aprendido a dirigir com os pais, ainda criança.

Outros dois automóveis, com vidros escuros, passaram em baixa velocidade e sinalizaram os faróis. O norte-americano Mark Andrews, da Law Enforcement and Emergency Services Video Association, afirmou que faltam vários trechos dos vídeos e as imagens foram manipuladas.

A polícia realizou somente um reconhecimento fotográfico em um deles, com qualidade duvidosa, concluindo que era mesmo Marcelo dentro do carro. Alguns exames psicológicos póstumos também foram efetuados no cérebro do garoto.

O relatório afirmou que ele sofria de “encefalopatia hipóxica”, que seria uma falta de oxigenação no cérebro, causando um “delírio encapsulado”. A pauta sobre o vício do menino no jogo Assassin’s Creed, gerou polêmica.

Conforme o Instituto de Criminalística, todos os registros de ligações do telefone de Luís Marcelo foram apagados, e o aparelho só voltou a registrar telefonemas e mensagens por volta das 18h20. Em outubro, o tribunal concluiu que o Marcelo teria sido o responsável pelo crime.

A Polícia Militar continuou investigando. Depois do fechamento do caso, diversos pedidos de reabertura foram protocolados, apontando quase 15 provas de que a solução estava equivocada. Nenhum deles foi aceito pelo Supremo Tribunal Federal.

No ano seguinte, um parecer pericial foi enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo, apontando "erros inaceitáveis" nos laudos médicos. Devido às suspeitas de corrupção e esquemas criminosos, o caso segue na Comissão Interamericana de Direitos Humanos desde 2018.

E você leitor, o que acha que realmente aconteceu no dia 5 de agosto de 2013? Teria Marcelo sido o autor do crime, algum policial ou um outro alguém?