Cabelo “black power” não é o MEU cabelo, é um corte de cabelo; é, antes de qualquer coisa, uma estética de “luta” criada por um movimento antirracista americano nos anos 1970. Meu cabelo é crespo, mas poderia não ser, muitos negros não têm esse privilégio, não podem “aderir”. (+)
Todo negro pode fazer do seu cabelo o que quiser, dentro das limitações que cada cabelo tem — assim como o cabelo liso também as tem. Pode alisar, fazer trança, cortar careca, quadrado, encaracolar. O nome disso é liberdade. Compreendo as questões de ser ou não o padrão, (+)
e é exatamente aí que o “black power” entra. Black power é, sobretudo, AUTOAFIRMAÇÃO. É atitude, é “negritude”. Por isso é uma contradição infantil alguém assumir a estética black power e se mostrar hipersensível quando alguém fala que o corte parece com isso ou aquilo. (+)
Ou você tem atitude suficiente pra responder “meu cabelo se parece comigo e tenho orgulho disso”, na lata, na hora, ou então vai pagar comédia na TV, fazendo papel da “geração assustada” que não sabe o que é matar o preconceito no peito e chutar pro gol. Estamos retrocedendo.
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Mas olha só que engraçado! A “mídia preta” não admite ser criticada por outro preto. A “mídia preta” evoca uma suposta “solidariedade da raça” ao mesmo tempo que, para se defender, desqualifica a produção de um indivíduo preto. Como se pretos não pudessem discordar. Mas (+)
não me lembro da “mídia preta” me defender dos inúmeros ataques que sofro de pretos (e brancos) aqui mesmo, nesta rede social, por não ser alinhado ao pensamento hegemônico da militância atual. Seria essa “solidariedade da raça”, na verdade, uma uniformidade de pensamento? (+)
Aliás, sequer critiquei a “mídia preta” — cujo trabalho, em geral, admiro e sigo —, mas o que considero uma visão errônea e reducionista que uma articulista tem em relação ao Dr. King. Que problema há nisso? E se estou preparando uma aula sobre o tema, (+)
Olha o recado que Russell Kirk, conhecido como o pai do conservadorismo moderno americano, está mandando aos bolsonaristas, que pensam que são conservadores. Segue o fio:
“Provavelmente, tudo o que pretendem os entusiastas dessa nova proposta de ideologia anticomunista é a declaração de princípios e conceitos econômicos, amplamente promulgados, aprovados legislativamente como um guia para políticas públicas e ensinado em escolas públicas”. (+)
“Todas as ideologias, incluindo a ideologia da ‘vox populi vox Dei’, são hostis à permanência da ordem, da liberdade e da justiça. A ideologia é a política da irracionalidade apaixonada”. (+)
Sobre o retorno às aulas presenciais, todo professor que se preze a está desejando muito. Eu mesmo larguei 20 anos de TI pela sala de aula; tudo o mais é acessório. Mas, conhecendo a realidade pública e privada, confesso: estou com medo de voltar à pública nesse momento. (+)
Não, os professores não estão fazendo corpo-mole, quem vive a realidade, o “chão” da escola pública — falo por SP — sabe dos riscos desse retorno, que são imensamente diferentes dos que serão enfrentados pelas escolas privadas por um motivo muito simples: burocracia. (+)
A burocracia do sistema de ensino público brasileiro impossibilita qualquer organização efetiva da realidade escolar, e esse é um problema insolúvel. O que os burocratas dizem — e é seu papel dizê-lo — não condiz com a realidade. Até aí, normal. Mas a sociedade precisa saber (+)
O youtuber cujo público de seu canal é, por motivos óbvios, de pré-adolescentes, mas que, espantosamente, no Twitter, é a nata da intelectualidade, agora é crítico literário. Lembro como se fosse hoje quando o 1º livro que li, aos 14 anos, me fisgou: Capitu traiu ou não? (+)
O preço por tornarem esse rapaz — que meu filho de 15 anos considera um idiota — referência no debate público, ainda não pode ser calculado, mas ele virá e será caro. Eu, como professor do ensino básico, quero manifestar o meu repúdio a todos os responsáveis por essa sandice. (+)
Sim, talvez tenhamos de repensar o modo como apresentamos os clássicos aos adolescentes na escola. Mas uma coisa é certa, dizer que eles não são para adolescentes é de uma estupidez assombrosa. Esse moço, que passa o dia se infantilizando no YouTube, (+)
O cálculo moral que todo radical se recusa a fazer é: qual o custo final, futuro, de minha ação no presente? Tanto em nome do progresso quanto de uma recuperação de valores, esse questionamento é absolutamente necessário. As 3 perguntas de Thomas Sowell — (+)
Comparado com o quê? A que custo? Qual a evidência concreta? — servem para os dois casos. Se progressistas se recusam a fazê-las, elas são uma obrigação inescapável de conservadores. Caso contrário, você é só um reacionário inconsequente. (+)
Nenhum conservador deve flertar com a desagregação normativa. Conservadores não colocam em risco a ordem institucional; se ela já não existir, seu trabalho será recuperá-la, mas isso não é feito por quaisquer meios necessários. Exceções confirmam a regra. (+)
A coisa é bem simples: elegeram um deputado do Centrão, que foi sindicalista do exército e saiu pela porta dos fundos, para romper com o “Sistema”. O problema é que esqueceram de combinar com o Sistema. Como todo tiozão pateta, o sujeito é bom de tirada e ruim de serviço. (+)
Demorou para perceber que, para lidar com o Sistema, mesmo sendo oriundo dele, não é tão simples se você gritar que quer destruí-lo. Se viu obrigado a fazer algo que NUNCA fez na vida, que é, no melhor sentido do termo, negociar — pois nunca trabalhou na iniciativa privada. (+)
Alimentado por conspiracionistas celerados no próprio governo e oportunistas de internet, com a anuência de pastores tão poderosos quanto inescrupulosos, veículos de mídia que sabem jogar o jogo da $ituação pra sobreviver e “influencers” que, irresponsavelmente, (+)