De 1990 até hoje, o mercado de ações do Japão (NIKKEI) teve um retorno total de aproximadamente 0%. Entenda:
O mercado eventualmente nos mostra algumas bolhas em ativos específicos, mas uma irracionalidade gigantesca começou na década de 80 no Japão, que futuramente destruiria os retornos daqueles comprando em um mercado tão supervalorizado.
Em 1990 o mercado imobiliário do Japão estava tão caro que o valor de toda a terra do país era estimado em US$ 20 trilhões.
Isso equivalia a mais de 20% da riqueza mundial, ou a duas vezes o valor total dos mercados de ações globais.
Na época, a soma do valor das terras japonesas era 5 vezes maior que dos Estados Unidos. A propriedade do palácio imperial em Tóquio tinha um valor estimado próximo ao do mercado imobiliário da Califórnia ou do Canadá.
O mercado de ações japonês seguiu essa onda de alta e no final de 1989 tinha um valor de mercado total de US$ 4 trilhões, ou 44% do valor de mercado mundial.
É por esse motivo que, quem comprasse o mercado de ações japonês em 1990 não conseguiria quase nada retorno por um período de ~30 anos.
Por outro lado, o pior retorno em um período de 30 anos que alguém teria comprando o S&P 500 (índice das 500 maiores empresas americanas) seria comprando no dia antes da grande crise de 1929.
O retorno médio de uma pessoa que comprasse o S&P 500 antes da crise, mantendo por 30 anos, seria de 7,8% ao ano (sem descontar a inflação), o que é um retorno bastante decente.
O intuito não é falar que o mercado dos EUA é melhor que o do Japão, afinal os EUA nunca passaram por uma bolha da mesma magnitude, o intuito é mostrar que pagar caro por algo acaba com seu retorno.
Qual a solução?
Estude. Diversifique geograficamente. Evite ativos que estão na moda.
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Você já ouviu falar do Li Lu, o “Warren Buffett” da China?
Li Lu tem a história mais impressionante dentre todos os investidores que conheço, apesar disso, poucas pessoas ouviram falar dele.
Segue um pequeno resumo de sua história:
Nascido em 1966, durante a violenta Revolução Cultural na China, Li Lu teve seus pais biológicos mandados para campos de concentração quando tinha 2 anos. Ele foi mandado para famílias adotivas que o rejeitaram e posteriormente para um orfanato.
Após um tempo no orfanato, uma família aceitou Li Lu. Porém, quando ele tinha 10 anos de idade, um terremoto atingiu sua cidade, matando aproximadamente 242 mil pessoas. Li Lu foi o único sobrevivente de sua família.
Olhando dados históricos dos últimos 100 anos, há evidências irrefutáveis de que o grupo de investidores que consistentemente bateu o mercado praticava o Value Investing.
Se para bater o mercado durante décadas é necessário ser um investidor de valor, por que poucas pessoas fazem isso? Segue:
Se você pensar como um empreendedor, tudo que importa quando você compra uma empresa é quanto você paga e quanto de dinheiro ela gera depois de comprá-la. Qualquer dono de empresa entende isso.
Não temos oponentes na vida, estamos lutando contra nós mesmos.
Buffett fala bastante sobre o conceito de possuir um “placar interno” em vez de um “placar externo”, fazendo uma simples pergunta para as pessoas:
Você preferiria ser o melhor namorado(a) do mundo e todo mundo pensar que você é o pior namorado do mundo, ou você preferiria ser o pior namorado do mundo e todo mundo pensar que você é o melhor?
Buffett diz que caso escolha a segunda opção, você tem um placar externo.
Dessa forma, você deriva a sua felicidade e satisfação da aprovação de outras pessoas, e não do fato de estar melhorando ou ser bom em algo.
Só que ele aconselha que, para chegar longe na vida, você desenvolva um placar interno.
O que você faria se o mercado não subisse por 17 anos?
Interessantemente, Warren Buffett conta, durante uma palestra, que o Dow Jones, de 1964 até 1981, subiu 1 ponto. Sim, UM ponto.
Segue a história:
Bom, imagine se o Ibovespa subisse 1 ponto em 17 anos, o que você faria?
Buffett conta que o mercado muitas vezes não anda junto com a evolução da economia e das empresas, uma vez que os preços são formados pela opinião de muitas pessoas.
Por conta disso, o mercado pode passar por períodos de alta ou de estagnação, sem que os fundamentos das empresas justifiquem isso.