Olhando dados históricos dos últimos 100 anos, há evidências irrefutáveis de que o grupo de investidores que consistentemente bateu o mercado praticava o Value Investing.
Se para bater o mercado durante décadas é necessário ser um investidor de valor, por que poucas pessoas fazem isso? Segue:
Se você pensar como um empreendedor, tudo que importa quando você compra uma empresa é quanto você paga e quanto de dinheiro ela gera depois de comprá-la. Qualquer dono de empresa entende isso.
O problema é que quando existe um mercado (bolsa) com empresas gigantes, milhões de sócios e com a opinião da maioria estampada para todos verem (cotação), as pessoas perdem noção da essência do que é investir.
Pare para pensar: se você é um comprador que pensa como um empreendedor, o pior momento para comprar empresas é quando elas ficam mais caras dia após dia.
Contraditoriamente, é quando o mercado sobe que mais pessoas são atraídas à bolsa.
Da mesma forma, para um empreendedor, o melhor momento para comprar é quando o dono de um negócio passa por uma dificuldade pessoal e precisa vender barato para levantar dinheiro.
Mas na bolsa, se as ações começam a cair, as pessoas querem ficar longe para “não perder dinheiro”
Isso acontece porque a bolsa é uma grande distração para o ato de investir.
Se um empreendedor compra uma fazenda de soja por $1 milhão que gera $100 mil de lucro por ano, se algum ano chover pouco e o lucro for para $50 mil, ele não venderia a fazenda pela metade do preço.
Na bolsa é difícil segurar “uma fazenda” que caiu 50% quando todo mundo dobrou o dinheiro comprando a empresa de tecnologia da moda.
Mas o investidor de valor conhece a sua “fazenda” e sabe que o dinheiro que ela gera não depende da opinião alheia.
É difícil agir assim pq o ser humano encontra conforto no consenso do grupo. É mais desprazeroso errar sozinho do que errar igual todo mundo.
Porém, um investidor de valor age com base em fatos e não se influencia quando muitas pessoas concordam ou discordam de suas decisões.
Não há pressa para agir quando as pessoas estão otimistas. Se você esperar, vai encontrar pessoas dispostas a te vender 1 real por 50 centavos.
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Você já ouviu falar do Li Lu, o “Warren Buffett” da China?
Li Lu tem a história mais impressionante dentre todos os investidores que conheço, apesar disso, poucas pessoas ouviram falar dele.
Segue um pequeno resumo de sua história:
Nascido em 1966, durante a violenta Revolução Cultural na China, Li Lu teve seus pais biológicos mandados para campos de concentração quando tinha 2 anos. Ele foi mandado para famílias adotivas que o rejeitaram e posteriormente para um orfanato.
Após um tempo no orfanato, uma família aceitou Li Lu. Porém, quando ele tinha 10 anos de idade, um terremoto atingiu sua cidade, matando aproximadamente 242 mil pessoas. Li Lu foi o único sobrevivente de sua família.
De 1990 até hoje, o mercado de ações do Japão (NIKKEI) teve um retorno total de aproximadamente 0%. Entenda:
O mercado eventualmente nos mostra algumas bolhas em ativos específicos, mas uma irracionalidade gigantesca começou na década de 80 no Japão, que futuramente destruiria os retornos daqueles comprando em um mercado tão supervalorizado.
Em 1990 o mercado imobiliário do Japão estava tão caro que o valor de toda a terra do país era estimado em US$ 20 trilhões.
Isso equivalia a mais de 20% da riqueza mundial, ou a duas vezes o valor total dos mercados de ações globais.
Não temos oponentes na vida, estamos lutando contra nós mesmos.
Buffett fala bastante sobre o conceito de possuir um “placar interno” em vez de um “placar externo”, fazendo uma simples pergunta para as pessoas:
Você preferiria ser o melhor namorado(a) do mundo e todo mundo pensar que você é o pior namorado do mundo, ou você preferiria ser o pior namorado do mundo e todo mundo pensar que você é o melhor?
Buffett diz que caso escolha a segunda opção, você tem um placar externo.
Dessa forma, você deriva a sua felicidade e satisfação da aprovação de outras pessoas, e não do fato de estar melhorando ou ser bom em algo.
Só que ele aconselha que, para chegar longe na vida, você desenvolva um placar interno.
O que você faria se o mercado não subisse por 17 anos?
Interessantemente, Warren Buffett conta, durante uma palestra, que o Dow Jones, de 1964 até 1981, subiu 1 ponto. Sim, UM ponto.
Segue a história:
Bom, imagine se o Ibovespa subisse 1 ponto em 17 anos, o que você faria?
Buffett conta que o mercado muitas vezes não anda junto com a evolução da economia e das empresas, uma vez que os preços são formados pela opinião de muitas pessoas.
Por conta disso, o mercado pode passar por períodos de alta ou de estagnação, sem que os fundamentos das empresas justifiquem isso.