Vocês podem até duvidar do meu comunismo, que eu não sou bolchevique e coisa e tal.
Mas não duvidem do meu jacobinismo, que ele é sincero.
Regicídio é cool!
Claro que regicídio bom é aquele que garante que não vai ter mais família real e monarquia. Como o pessoal aí de cima aprendeu depois (a duras penas), depois os principezinhos crescem e resolvem se vingar.
Destaco também que comunistas e anarquistas elevaram o jogo do regicídio no século XX. Em alguns casos, pra melhor.
Mas o regicídio não é fundamental para sepultar de vez as monarquias. Tem o caso de Pu Yi, último imperador da China, que aprendeu a amar o camarada Mao. Pra mim funciona:
"Puxa, mas e as monarquias fora da Europa"?
Cada caso é um caso, mas tem muita monarquia que só se consolidou com muita grana do colonialismo europeu, hein? Estamos de olho...
Bônus track: não percam a cabeça, monarquistas.
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Quem já foi meu aluno sabe, mas o fato de acreditarmos que os faraós do Egito estão diretamente ligados ao Estado-nação egípcio do século XX-XXI é um ótimo exemplo de orientalismo.
Isso porque aprendemos que o Egito Antigo é uma espécie de berço da chamada "civilização ocidental". Mas onde o Egito "estagnou", o mundo greco-romano o superou.
Tem uma pá de erros aí. Mas o que mais eu gosto de salientar é que Egito é uma designação territorial e historicamente datada. As mudanças culturais nesse território, que nada mais é do que a passagem terrestre Ásia-África, são imensas ao longo dos milênios.
Acho impressionante o medo que as pessoas têm de que surja uma agenda política que simplesmente queira responsabilizar a direita por ter se abraçado no verme.
Esse pânico geralmente tá disfarçado na ideia de que não pode falar nada porque senão eles vão votar de novo no Bozo.
Deve ser medo de que no próximo debate que alguém vier com "e a Venezuela?" a gente pode mandar um: "e vossa excelência que foi ministro do boçal? Que tirou foto fazendo sinal de arminha feito um abobado?"
Mas a real é que esse medo de que as direitas sejam responsabilizadas tá ali, nos anos 80, quando nos acusavam de "revanchismo" quando se queria publicizar algozes e cúmplices da ditadura.
Pessoal ficou mordido porque eu disse que Ciro pode ser o melhor candidato da direita, mas isso é menos sobre o Ferreira Gomes e mais sobre a direita não-bolsonarista, que corre o risco de se tornar insignificante na próxima eleição.
Tô pensando aqui que essa direita não vai apoiar o PT ou demais partidos de esquerda porque, afinal, são partidos de esquerda.
Mas podem apoiar o PDT. Se o Ciro for maior que o partido e flexibilizar o programa desenvolvimentista, por que não?
Seria a chance de sobrevivência e relevância para gente que, se não fosse o bolsonarismo, seria basicamente refugo da política partidária - tipo o Dória. E que agora rejeita a tigela de bosta em que se refestelou...
Por essa lógica, por exemplo, os massacres do Khmer Vermelho, no Camboja, não poderiam ser chamados de genocídio, já que não foram racialmente motivados.
Os sobreviventes, contudo, discordam e há uma longa disputa, em fóruns internacionais, para que seja reconhecido como tal.
2) Esse inclusive é meu segundo ponto. Não sou especialista no tema, mas não creio que há algo como um "termo técnico" para genocídio que seja fechado. Ele é sempre alvo de disputa jurídica e geopolítica. Consigo lembrar agora da questão dos Herero e dos Nama, na atual Namíbia.