i. O NHS, que reúne os serviços de saúde do Reino Unido, endossou no dia 12 de abril o tratamento pré-hospitalar de covid com budesonida inalada off-label. Isso mesmo, tratamento precoce, aquele que "não existe".
ii. A nota do NHS foi motivada pelo randomizado do STOIC publicado no Lancet Respiratory Medicine e pelo anúncio dos dados preliminares do randomizado PRINCIPLE (ambos conduzidos por pesquisadores da universidade de Oxford).
iii. A nota do NHS endossa
budesonida inalada off-label em pacientes de covid a partir de 65 anos de idade ou a partir de 50 com comorbidades.
iv. No STOIC publicado no Lancet houve redução empírica de ~80% no desfecho "hospitalização ou atendimento de emergência", mas cabe muita incerteza sobre o tamanho do efeito, pois são números pequenos (no intention to treat: 11 eventos no placebo vs 2 eventos no tratamento)
v. Aqui o artigo do STOIC publicado no Lancet Respiratory Medicine:
vi. A redução *verdadeira* produzida por budesonida inalada no desfecho mais duro (e mais importante) "hospitalização ou morte" certamente é muito inferior a 80% (e portanto muito inferior às de vacinas).
vii. Nos dados preliminares do PRINCIPLE, que é muito maior do que o STOIC, a redução medida no desfecho "hospitalização ou morte" foi de cerca de 20%.
Aqui o anúncio dos dados preliminares do PRINCIPLE:
viii. Aqui a curva de Kaplan-Meier da evolução dos grupos de tratamento e controle do PRINCIPLE: o grupo de budesonida se recuperou consistentemente mais rápido do que o de controle, com p-valor baixíssimo. (Houve também redução empírica de cerca de 20% nas hospitalizações.)
ix. Com o STOIC e o PRINCIPLE não cabe mais dúvida sobre a *existência* de benefícios clínicos substanciais de budesonida inalada precoce -- daí o endosso do NHS. Uma vez completado, o PRINCIPLE dará estimativas mais precisas dos *tamanhos* destes efeitos.
x. Agora aparece uma pseudo-crítica de que a nota do NHS seria um "trial", um protocolo de pesquisa. Não é; é autorização pra uso off-label e pré-hospitalar (i.e., "precoce") de budesonida inalada . Ora bolas, basta ler a nota (Google Translate tá aí pra quem precisa).
xi. A palavra "trial" (em vermelho na foto) na nota do NHS se refere aos dois randomizados -- é "trial" de "randomized clinical *trial*" -- que a embasam, o STOIC e o PRINCIPLE. Novamente, tá lá na própria nota. É dose ter que desenhar pra rebater uma bobagem desses.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
1/ There are now about 20 randomized clinical trials (RCTs) of ivermectin for covid. They overwhelmingly show reductions in mortality, when used in adequate doses and in patients who are in early enough stages of the disease.
2 / The Kory et al review encompasses both observational and RCT data. It was published in early May in a peer-reviewed journal, the American Journal of Therapeutics, and is already the most-viewed paper in the journal’s history. It's also very readable.
3 / The Bryant, Lawrie et al metanalysis is very rigorous (only considers the RCTs etc) and reaches similar conclusions: about a 70% relative reduction in mortality when used in adequate doses and early enough. (Lawrie is a veteran Cochrane reviewer.)
1/ Há uma campanha em andamento para proibir médicos de receitarem ivermectina e outros tratamentos pré-hospitalares para covid. Isso é completamente insano. Há farta evidência de eficácia e segurança de randomizados de vários tratamentos.
2/ Fluvoxamina: um observacional prospectivo (a - Seftel) e um randomizado duplo-cego (b - Lenze) no JAMA. Ambos indicando alta eficácia com efeitos colaterais irrisórios:
3/ Fluvoxamina: é um antidepressivo com décadas de uso e perfil de segurança conhecido. Nas doses e duração usadas e respeitadas as devidas contraindicações, muito seguro
1/ Vamos ao que os dados dos desfechos *clínicos* dos randomizados de HCQ *ambulatorial* (i.e., pré-hospitalar) mostram
Na figura, efeitos relativos no eixo X e p-valores no eixo Y. Efeitos acima da linha horizontal cinza são benéficos. Dá pra perceber um padrão, né?
2/ O resumo em português claro: Conjuntamente, estes estudos abarcam alguns milhares de pessoas. Não houve efeitos colaterais sérios. Consistentemente, os grupos de HCQ se saíram clinicamente melhor (em torno de 20% melhor) do que os seus respectivos grupos de controle
Cada desfecho e sua fonte (qual trecho de qual artigo etc) está documentado na planilha. Atentem tb para as observações colunas "notes" da aba "summary_table".
1/ Here are the clinical outcomes of the outpatient RCTs avaliable so far. Relative reductions (of HCQ vs control groups) in Y axis, p-values in X axis. Includes both prophylaxis and early treatment RCTs. At this point there's enough data for metanalyses.
2/ Here's a spreadsheet with notes and the plot itself. Pay special attention to the "Notes" column in the "summary_table" sheet:
3/ As more outcome data comes in, one can aggregate and analyze the data jointly. This is what a "metanalysis" is. In the case of outpatient HCQ RCTs, since the effects on symptoms are consistently positive, lo and behold!, the p-value shrinks and eventually crosses p<0.05
1/ Here are the relative effects (Y axis) and the p-values (X axis) found for all the 6 clinical outcomes measured by the 3 outpatient RCTs of HCQ for covid (Boulware, Skipper, Mitjà).
Positive Y is benefit, negative Y is harm
See a pattern?
2/ To spell it out: the treatment groups did better than the control groups, with p-values > 0,05, in all 6 clinical outcomes -- hospitalization, duration and severity of symptoms -- in the 3 published RCTs of HCQ for outpatients (Boulware NEJM, Skipper AIM, Mitjà CID)
3/ This suggests that these RCTs are measuring real effects but are underpowered. Very unlikely to be a due to coincidence, especially after one digs into the details of the data.
2/ O grupo citado contém especialistas de primeira em diversas áreas. Esmiuçamos a literatura e os dados sobre o assunto há meses. As especialidades abrangem medicina, imunologia, trials clínicos, bioestatística e matemática. A minha é matemática e ciência de dados em especial.
3/ O que os dados desses estudos randomizados indicam?
i - que HCQ precoce, respeitadas as contra indicações específicas, é extremamente segura. Não houve nenhum caso de arritmia grave, a "Torsades de Pointes", em nenhum desses estudos. Zero.