Hoje vou falar de uma variante que tem preocupado muitos pesquisadores desde sua primeira identificação, a B.1.618 e da B.1.617, predominantemente encontrada na Índia
Confira 🧶
Detectada inicialmente em West Bengal, na Índia, a primeira sequência foi depositada em 25/10/20, mas também já tem dados de ocorrência nos EUA, Suíça, Cingapura e Finlândia, entre outros locais
É caracterizada por deleções* de 6 nucleotídeos (H146del e Y145del), além das mutações conhecidas E484K e D614G na região da Spike. Fora da Spike, mutações na ORF1ab, ORF3a, ORF7a, ORF7b e genes relacionados ao nucleocapsídeo também são encontradas.
Nessa imagem, observamos que as deleções podem estar envolvidas com escape da resposta imunológica, além da presença da E484K, e a mutação D614G pode estar associada com um aumento da infectividade
Fonte:
No fio do @vinodscaria , ele traz um link muito bom de um site em que podemos ter os dados de mutações que podem conferir escape de resposta imunológica para o SARS-CoV-2 aqui
Thank you very much for your information, @vinodscaria !
Ainda não sabemos o impacto dessas mutações fora da Spike no comportamento do SARS-CoV-2, ou como essas alterações impactam na estrutura da Spike, fator importante para a interação com o ACE2 e a entrada na célula-alvo.
🚨Mas um dado preocupante revela que há um crescimento da proporção de infecções por B.1.618 em West Bengal Em Fev/Mar, fruto da interação dessas mutações (adaptações conferidas) + ambiente e suas pressões seletivas
Dados do GISAID mostram que a B.1.618 é a terceira variante mais comum sequenciada nos últimos 60 dias (12%).
Em 24 de março, o ministério da saúde indiano relatou que 15% -20% das amostras sequenciadas na região (início da segunda onda do país) - carregavam duas mutações incomuns: E484Q e L425R. O número subiu para mais de 60% na região desde então. A variante foi nomeada B.1.617.
Chama a atenção a presença da mutação L452R, a qual pode ajudar o vírus a evitar alguns anticorpos da resposta imunológica, enquanto E484Q tem semelhanças com a mutação E484K, que pode conferir um escape ou resistência a ação dos anticorpos neutralizantes
@melmarkoski recentemente comentou sobre algumas essas mutações num fio dela
Mas um alerta importante é feito no fio do @vinodscaria : No momento, não há evidências conclusivas de que essa variante impulsione a epidemia em W. Bengal. Mais investigações epidemiológicas precisam ser feitas, e o monitoramento é decisivo e necessário
👥373.402 participantes de idade ≥16 anos contribuíram com 1.610.562 resultados a partir de amostras coletadas de nariz e garganta para RT-PCR entre 1 de dezembro de 2020 e 3 de abril de 2021.
🔍O principal objetivo aqui era investigar as probabilidades de novos casos de COVID-19 nessa população de UK.
👉A probabilidade foi reduzida em 65% naqueles com ≥21 dias desde a 1ª vacinação (sem segunda dose) vs. indivíduos não vacinados (sem evidência de infecção prévia)
Publicado na @nature um dos maiores estudos investigando sequelas pós COVID-19 (o que muitos se referem como COVID Longa) em pessoas recuperadas!
Acompanha o fio! 🧶
👥73.435 pessoas recuperadas 30 dias após diagnóstico COVID-19 sem hospitalização foram acompanhadas, foram comparadas com 4.990.835 pessoas que não tiveram COVID-19 e não foram hospitalizadas
Na figura acima temos o risco calculado (hazard-ratio) para as condições e alterações descritas, uma barra mais alta indica uma razão de risco maior. Em amarelo, as que apresentaram diferença significativa
Ebola (1976), HIV-1 (~ 1981), HIV-2 (1986), Sin Nombre (1993), Hendra (1994), avian influenza (1997), Nipah (1998), West Nile (1999), SARS ( 2003), swine flu (2009) and allow me to add SARS-CoV-2 (2019).
What do these outbreaks have in common? Let’s take a closer look
This thread discusses an extremely interesting excerpt from a book I'm reading called "Spillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic" by David Quammen. The author lists these events and asks the reader: What do they have in common?
Relembrando:
👥O ensaio de fase 3 foi randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, com uma proporção de 1:1 (grupo vacina e grupo placebo), para receber uma dose única de Ad26.COV2.S (imunizante) ou placebo
💉A vacina usa vetor adenoviral (Ad26) (via @wasimvacinas ) e 1 dose
Algumas informações sobre os participantes do estudo de fase 3 da Janssen:
Dentro desses projetos, com certeza temos pesquisas sobre COVID-19, pesquisas básicas que vão auxiliar na compreensão de várias doenças, ou mecanismos que ainda precisam de maior entendimento, pesquisas clínicas que vão propiciar propostas para melhorar a qualidade de vida...
Dentro desses projetos tem a continuidade ou o início de novas pesquisas de pesquisadores brasileiros, que tem, como única fonte de renda, a bolsa de pesquisa. Ao não conceder a bolsa, muitos desses pesquisadores não poderão dar continuidade a essa pesquisa.
[ATUALIZAÇÃO] - Dados de eficácia da 2ª análise interina de fase 3 da Covaxin (Inst. Bharat Biotech):
💉Eficácia geral de 78% na proteção de casos (leves, moderados e severos) de COVID-19
💉Nenhum caso grave de COVID-19 na população vacinada analisada
Acompanha o fiozinho! 🧶
A análise estava prevista para ser realizada ao alcançar 87 casos sintomáticos de COVID-19 nesta etapa, mas em virtude ao grande número de novos casos, a etapa foi realizada com 127 casos sintomáticos de COVID-19
Na nota para imprensa, o Inst. Bharat revela que a eficácia em prevenir COVID-19 sintomática é de 70%, sugerindo que a vacina possa ser capaz de impactar na transmissão. Mas ainda é muito precoce para afirmar isso