Publicado na @nature um dos maiores estudos investigando sequelas pós COVID-19 (o que muitos se referem como COVID Longa) em pessoas recuperadas!
Acompanha o fio! 🧶
👥73.435 pessoas recuperadas 30 dias após diagnóstico COVID-19 sem hospitalização foram acompanhadas, foram comparadas com 4.990.835 pessoas que não tiveram COVID-19 e não foram hospitalizadas
Na figura acima temos o risco calculado (hazard-ratio) para as condições e alterações descritas, uma barra mais alta indica uma razão de risco maior. Em amarelo, as que apresentaram diferença significativa
O hazard-ratio ou a razão de riscos pode ser entendido como o risco relativo da ocorrência do evento em função do tempo. É uma medida muito usada para análises de sobrevivência, em estatística.
A cor de cada célula indica o valor da "carga" excessiva (do "impacto" na saúde de determinado fator, por 1000 recuperados após 6 meses), onde tons mais fortes de vermelho🟥 indicam maior carga e tons mais fortes de azul 🟦indicam menor carga.
Aqui, temos todos os dados do trabalho, que vou comentar alguns pontos, em partes, na sequência
Aqui. observa-se os dados relacionados ao risco e carga para:
🟢Pessoas com COVID-19 não hospitalizado (verde)
🟠Pessoas hospitalizadas por COVID-19 (laranja) 🔵Pessoas internadas para cuidados intensivos para COVID-19 (azul)
Durante fase aguda (início 30 dias) da infecção
TRATO RESPIRATÓRIO
🫁 Após 6 meses da infecção por COVID-19, alterações respiratórias foram muito presentes nos recuperados (~28 por 1000 recuperados), como insuficiência respiratória, doenças respiratórias do trato inferior, entre outras.
💊A incidência do uso de broncodilatadores, antitussígenos, remédios para asma e glicocorticpides também foi mais alta
SISTEMA NERVOSO (SN)
🧠Distúrbios do SN foram evidentes (~14 por 1000 recuperados), como alterações neurocognitivas, dores de cabeça e outras desordens do SN.
SAÚDE MENTAL
🧠Aumento de desordens do sono (~14 por 1000 recuperados), ansiedade, transtornos relacionados ao medo, estresse e trauma.
💊Aumento da incidência do uso de analgésicos não-opióides e opióides, antidepressivos, benzodiazepínicos sedativos e ansiolíticos
DOENÇAS METABÓLICAS
🧍♂️Distúrbios metabólicos também foram muito presentes, como alterações lipídicas (aumento do colesterol, triglicerídeos, etc), diabetes mellitus, obesidade. O uso de remédios antilipêmicos (para controlar o metabolismo dos lipídios, "gordura") também foi alto.
BEM ESTAR GERAL
☹️Mal estar, fatiga, alterações musculares, dor musculoesquelética, anemia (a partir de diagnóstico laboratorial, redução do hematócrito, hemoglobina e albumina sérica) também foram muito presentes nos recuperados.
CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES
🩺Condições como hipertensão, arritmias cardíacas, dor torácica, aterosclerose coronária e insuficiência cardíaca foram observados.
💊Aumento do uso de remédios anti-hipertensivos ou voltados para alteraçõe cardíacas também foram observados
TRATO GASTROINTESTINAL
🤢Distúrbios esofágicos, gastrointestinais, dor abdominal estavam muito presentes em recuperados.
💊Aumento do uso de remédios como laxantes, antieméticos (evitar o vômito), antiácidos e outros também foram mais presentes em pessoas recuperadas
OUTRAS SEQUELAS
👉Aumento da incidência de embolia pulmonar aguda, doenças de pele, artralgia e artrite e infecções (como no trato urinário) foram obervadas, aumento do uso de anticoagulantes também.
Os pesquisadores compararam os hospitalizados por COVID-19 (13.654) com os hospitalizados por influenza (13.997) quanto aos riscos e presença das alterações acima.
Nos primeiros 30 dias da doença, aqueles com COVID-19 apresentam mais manifestações pulmonares e extrapulmonares
Das extrapulmonares, alterações no sistema nervoso, metabólicas, cardiovasculares, gastrointestinais, entre outras também tiveram uma carga maior entre os hospitalizados por COVID-19.
Principais conclusões:
👉 O risco e a carga associada de sequelas pós-agudas são evidentes, mesmo entre aqueles cuja doença aguda não foi grave a ponto de necessitar de hospitalização - o segmento que representa a maioria das pessoas com COVID-19
👉 O risco e a carga associada aumentam em todo o espectro de gravidade da infecção aguda por COVID-19 (não hospitalizado ➡️ hospitalizado ➡️ internado em terapia intensiva).
Os mecanismos que podem estar levando a estas sequelas pós-agudas ainda não são totalmente claros.
Algumas manifestações podem vir da própria infecção viral ou de uma resposta imunológica disfuncional/exacerbada, por exemplo
Mas também sabemos que existe um impacto econômico, social, além das condições em que a pessoa vive que também podem ser experienciadas de forma diferente pelas pessoas.
Esse estudo é o maior estudo para investigar efeitos pós-agudos da COVID-19, contando com a participação de:
👥 73.435 pessoas que tiveram COVID-19 e não foram hospitalizadas
👥 4.990.835 participantes sem COVID-19/hospitalização,
👥 13.654 pacientes diagnosticadas com COVID-19 que foram hospitalizados
👥13.997 pacientes diagnosticadas com influenza sazonal que foram hospitalizados
O estudo tem algumas limitações:
- Não sabemos quais desses fenômenos são consequências diretas ou indiretas da COVID-19
- Participantes predominantemente do sexo masculino
- Com a evolução d pandemia, surgimento de variantes, surgimento de tratamentos e vacinas, o perfil de alterações pós-COVID pode mudar, então é necessário um constante acompanhamento ao longo do tempo
👥373.402 participantes de idade ≥16 anos contribuíram com 1.610.562 resultados a partir de amostras coletadas de nariz e garganta para RT-PCR entre 1 de dezembro de 2020 e 3 de abril de 2021.
🔍O principal objetivo aqui era investigar as probabilidades de novos casos de COVID-19 nessa população de UK.
👉A probabilidade foi reduzida em 65% naqueles com ≥21 dias desde a 1ª vacinação (sem segunda dose) vs. indivíduos não vacinados (sem evidência de infecção prévia)
Ebola (1976), HIV-1 (~ 1981), HIV-2 (1986), Sin Nombre (1993), Hendra (1994), avian influenza (1997), Nipah (1998), West Nile (1999), SARS ( 2003), swine flu (2009) and allow me to add SARS-CoV-2 (2019).
What do these outbreaks have in common? Let’s take a closer look
This thread discusses an extremely interesting excerpt from a book I'm reading called "Spillover: Animal Infections and the Next Human Pandemic" by David Quammen. The author lists these events and asks the reader: What do they have in common?
Relembrando:
👥O ensaio de fase 3 foi randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, com uma proporção de 1:1 (grupo vacina e grupo placebo), para receber uma dose única de Ad26.COV2.S (imunizante) ou placebo
💉A vacina usa vetor adenoviral (Ad26) (via @wasimvacinas ) e 1 dose
Algumas informações sobre os participantes do estudo de fase 3 da Janssen:
Hoje vou falar de uma variante que tem preocupado muitos pesquisadores desde sua primeira identificação, a B.1.618 e da B.1.617, predominantemente encontrada na Índia
Confira 🧶
Detectada inicialmente em West Bengal, na Índia, a primeira sequência foi depositada em 25/10/20, mas também já tem dados de ocorrência nos EUA, Suíça, Cingapura e Finlândia, entre outros locais
É caracterizada por deleções* de 6 nucleotídeos (H146del e Y145del), além das mutações conhecidas E484K e D614G na região da Spike. Fora da Spike, mutações na ORF1ab, ORF3a, ORF7a, ORF7b e genes relacionados ao nucleocapsídeo também são encontradas.
Dentro desses projetos, com certeza temos pesquisas sobre COVID-19, pesquisas básicas que vão auxiliar na compreensão de várias doenças, ou mecanismos que ainda precisam de maior entendimento, pesquisas clínicas que vão propiciar propostas para melhorar a qualidade de vida...
Dentro desses projetos tem a continuidade ou o início de novas pesquisas de pesquisadores brasileiros, que tem, como única fonte de renda, a bolsa de pesquisa. Ao não conceder a bolsa, muitos desses pesquisadores não poderão dar continuidade a essa pesquisa.
[ATUALIZAÇÃO] - Dados de eficácia da 2ª análise interina de fase 3 da Covaxin (Inst. Bharat Biotech):
💉Eficácia geral de 78% na proteção de casos (leves, moderados e severos) de COVID-19
💉Nenhum caso grave de COVID-19 na população vacinada analisada
Acompanha o fiozinho! 🧶
A análise estava prevista para ser realizada ao alcançar 87 casos sintomáticos de COVID-19 nesta etapa, mas em virtude ao grande número de novos casos, a etapa foi realizada com 127 casos sintomáticos de COVID-19
Na nota para imprensa, o Inst. Bharat revela que a eficácia em prevenir COVID-19 sintomática é de 70%, sugerindo que a vacina possa ser capaz de impactar na transmissão. Mas ainda é muito precoce para afirmar isso