Marcos Lisboa comparou o plano de infraestrutura do Biden às desonerações fiscais dos governos petistas, para dizer que já tentamos um plano Biden no BR e não deu certo.
Não consegui entender por que ele comparou investimento público em infraestrutura com renúncia fiscal. +
O American Jobs Plan é majoritariamente um plano de investimento público em infraestrutura. Poderia ser comparado com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Seria um ótimo exercício, aliás.
Mas, ao comparar alhos com bugalhos, o renomado economista só mostra que...
... sua oposição a qualquer forma de liderança do investimento público é maior do que a racionalidade que ele pretende levar aos debates.
A efetividade do gasto público precisa ser debatida. Mas confundir e jogar pra plateia não ajuda em nada.
Aqui a coluna do Marcos Lisboa. O erro primário está no centro do argumento: segundo ele, as desonerações fiscais dos governos petistas mostram que já tentamos um similar ao plano Biden e não deu certo. Fiquei chocado ao ler. www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos…
Aliás, a transição do foco em investimento público, no 2º governo Lula, para desonerações fiscais, no 1º governo Dilma, está entre as principais razões colocadas pela @lauraabcarvalho, em Valsa Brasileira, para a crise que veio em seguida. Enquanto...
... no governo Lula o foco em investimento público puxou a atividade econômica, no governo Dilma o dinheiro público passou a ser mais investido em desonerações. Este movimento levou a queda na economia (já que as empresas não reinvestiram o $) e à deterioração fiscal.
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Hoje entram em vigor novas regras de trânsito, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Congresso.
O Brasil, que tem um dos trânsitos mais violentos do mundo, verá essa carnificina aumentar.
Um fio 👇
O Brasil tem a maior taxa de mortes por acidentes de trânsito da América Latina. No quesito matança nas estradas, estamos à frente de TODOS os nossos vizinhos e de praticamente todos os países da Ásia, da Europa e da América do Norte.
Nem sempre foi assim. Até a década de 1950, os trens transportavam parte relevante das cargas e das pessoas no país. Esse é um modo de deslocamento de baixo percentual de acidentes. A rodoviarização excessiva do Brasil, acelerada na ditadura, está no centro do problema.
A elite brasileira se fez na escravidão. Sempre usou do Estado para manter seus privilégios. Encheu os bolsos na última ditadura, às custas de mortes e tortura. Ontem, alguns de seus próceres ovacionaram o presidente genocida, enquanto hospitais colapsam e 4 mil morrem ao dia.
Alguns dos empresários presentes no apoio ao genocídio: Rubens Ometto, da Cosan, Claudio Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), André Esteves, do BTG Pactual, Alberto Saraiva, do Habib's, e João Camargo, do grupo Alpha.
Lista mais completa de empresários ovacionadores do genocida presentes na festinha de ontem:
André Esteves (BTG);
Alberto Leite (FS Security);
Alberto Saraiva (Habib’s);
Candido Pinheiro (Hapvida);
Carlos Sanchez (EMS);
Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein);
Em 1988, o país tinha ainda 18,5% de analfabetos e 70% de casas com saneamento.
Em 30 anos, o analfabetismo caiu para 7% e já são 85% das casas com acesso a saneamento.
O Salário mínimo era quase metade do valor atual em 1988. A inflação chegava a 1.000% ao ano nos últimos anos do regime militar, só sendo controlada em 1994. A expectativa de vida do povo brasileiro cresceu em 10 anos em média durante a democracia.
Um FIO com fontes e dados para não deixar dúvida que:
- O golpe de 1964 foi um GOLPE
- A ditadura que se seguiu foi uma DITADURA, sangrenta e autoritária
- O período foi de desordem, concentração de renda, desmonte da proteção social e aumento da pobreza. 👇
Em seu discurso de posse como presidente após o golpe de 1964, o general Castello Branco prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.
O Brasil só pôde votar para presidente 25 anos depois.
Esta citação está no 1º tomo de "As Ilusões Armadas", de Elio Gaspari. O jornalista demonstra como as rupturas foram regra, definindo a “anarquia militar”: uma sucessão de golpes internos e emparedamentos em busca do poder, depois que as regras democráticas foram abandonadas.
Ninguém definiu melhor (a falta de) cidadania brasileira que Milton Santos. Ele diz assim:
"Me pergunto se a classe média é formada de cidadãos. No Brasil não o é, porque não é preocupada com direitos, mas com privilégios."
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"A desnaturação da democracia amplia a prerrogativa da classe média, ao preço de impedir a difusão de direitos fundamentais para a totalidade da população. E o fato de que a classe média goze de privilégios, não de direitos, que impede aos outros brasileiros ter direitos."
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"E é por isso que no Brasil quase não há cidadãos. Há os que não querem ser cidadãos, que são as classes médias, e há os que não podem ser cidadãos, que são todos os demais, a começar pelos negros. Digo-o por ciência própria."
Com a adesão majoritária ao candidato de Bolsonaro na eleição da Câmara, o DEM volta a suas velhas origens: o autoritarismo reacionário. O outro nome disso é Centrão.
Um fio 🧶
Centrão talvez seja o termo mais mal compreendido no debate político brasileiro. Há quem o confunda com centro político ou centro-direita – uma aberração e uma incorreção. A relação com fisiologismo é correta, mas o Centrão é mais do que isso. Vamos à história.
Oficialmente o Centrão surge em 1987, durante a Assembleia Nacional Constituinte. Era composto principalmente por deputados do DEM e do PDS (partidos de sustentação da ditadura) e pela direita do MDB, que àquela altura estava coalhado de ex-apoiadores do regime.