Marcos Lisboa comparou o plano de infraestrutura do Biden às desonerações fiscais dos governos petistas, para dizer que já tentamos um plano Biden no BR e não deu certo.

Não consegui entender por que ele comparou investimento público em infraestrutura com renúncia fiscal. +
O American Jobs Plan é majoritariamente um plano de investimento público em infraestrutura. Poderia ser comparado com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Seria um ótimo exercício, aliás.

Mas, ao comparar alhos com bugalhos, o renomado economista só mostra que...
... sua oposição a qualquer forma de liderança do investimento público é maior do que a racionalidade que ele pretende levar aos debates.

A efetividade do gasto público precisa ser debatida. Mas confundir e jogar pra plateia não ajuda em nada.
Aqui a coluna do Marcos Lisboa. O erro primário está no centro do argumento: segundo ele, as desonerações fiscais dos governos petistas mostram que já tentamos um similar ao plano Biden e não deu certo. Fiquei chocado ao ler.
www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos…
Aliás, a transição do foco em investimento público, no 2º governo Lula, para desonerações fiscais, no 1º governo Dilma, está entre as principais razões colocadas pela @lauraabcarvalho, em Valsa Brasileira, para a crise que veio em seguida. Enquanto...
... no governo Lula o foco em investimento público puxou a atividade econômica, no governo Dilma o dinheiro público passou a ser mais investido em desonerações. Este movimento levou a queda na economia (já que as empresas não reinvestiram o $) e à deterioração fiscal.

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12 Apr
Hoje entram em vigor novas regras de trânsito, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Congresso.

O Brasil, que tem um dos trânsitos mais violentos do mundo, verá essa carnificina aumentar.

Um fio 👇
O Brasil tem a maior taxa de mortes por acidentes de trânsito da América Latina. No quesito matança nas estradas, estamos à frente de TODOS os nossos vizinhos e de praticamente todos os países da Ásia, da Europa e da América do Norte.

en.wikipedia.org/wiki/List_of_c…
Nem sempre foi assim. Até a década de 1950, os trens transportavam parte relevante das cargas e das pessoas no país. Esse é um modo de deslocamento de baixo percentual de acidentes. A rodoviarização excessiva do Brasil, acelerada na ditadura, está no centro do problema.
Read 14 tweets
8 Apr
A elite brasileira se fez na escravidão. Sempre usou do Estado para manter seus privilégios. Encheu os bolsos na última ditadura, às custas de mortes e tortura. Ontem, alguns de seus próceres ovacionaram o presidente genocida, enquanto hospitais colapsam e 4 mil morrem ao dia.
Alguns dos empresários presentes no apoio ao genocídio: Rubens Ometto, da Cosan, Claudio Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), André Esteves, do BTG Pactual, Alberto Saraiva, do Habib's, e João Camargo, do grupo Alpha.

www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/0…
Lista mais completa de empresários ovacionadores do genocida presentes na festinha de ontem:

André Esteves (BTG);
Alberto Leite (FS Security);
Alberto Saraiva (Habib’s);
Candido Pinheiro (Hapvida);
Carlos Sanchez (EMS);
Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein);

Segue..
Read 5 tweets
31 Mar
O Brasil que a ditadura militar nos legou

VERSUS

o Brasil que a democracia construiu até 2018

Em 7 infográficos 👇
Em 1988, o país tinha ainda 18,5% de analfabetos e 70% de casas com saneamento.

Em 30 anos, o analfabetismo caiu para 7% e já são 85% das casas com acesso a saneamento.
O Salário mínimo era quase metade do valor atual em 1988. A inflação chegava a 1.000% ao ano nos últimos anos do regime militar, só sendo controlada em 1994. A expectativa de vida do povo brasileiro cresceu em 10 anos em média durante a democracia.
Read 6 tweets
31 Mar
Um FIO com fontes e dados para não deixar dúvida que:

- O golpe de 1964 foi um GOLPE
- A ditadura que se seguiu foi uma DITADURA, sangrenta e autoritária
- O período foi de desordem, concentração de renda, desmonte da proteção social e aumento da pobreza. 👇

#DitaduraNuncaMais
Em seu discurso de posse como presidente após o golpe de 1964, o general Castello Branco prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.

O Brasil só pôde votar para presidente 25 anos depois.
Esta citação está no 1º tomo de "As Ilusões Armadas", de Elio Gaspari. O jornalista demonstra como as rupturas foram regra, definindo a “anarquia militar”: uma sucessão de golpes internos e emparedamentos em busca do poder, depois que as regras democráticas foram abandonadas.
Read 15 tweets
24 Feb
Ninguém definiu melhor (a falta de) cidadania brasileira que Milton Santos. Ele diz assim:

"Me pergunto se a classe média é formada de cidadãos. No Brasil não o é, porque não é preocupada com direitos, mas com privilégios."

+
"A desnaturação da democracia amplia a prerrogativa da classe média, ao preço de impedir a difusão de direitos fundamentais para a totalidade da população. E o fato de que a classe média goze de privilégios, não de direitos, que impede aos outros brasileiros ter direitos."

+
"E é por isso que no Brasil quase não há cidadãos. Há os que não querem ser cidadãos, que são as classes médias, e há os que não podem ser cidadãos, que são todos os demais, a começar pelos negros. Digo-o por ciência própria."

Milton Santos, em Cidadanias Mutiladas
Read 7 tweets
1 Feb
Com a adesão majoritária ao candidato de Bolsonaro na eleição da Câmara, o DEM volta a suas velhas origens: o autoritarismo reacionário. O outro nome disso é Centrão.

Um fio 🧶
Centrão talvez seja o termo mais mal compreendido no debate político brasileiro. Há quem o confunda com centro político ou centro-direita – uma aberração e uma incorreção. A relação com fisiologismo é correta, mas o Centrão é mais do que isso. Vamos à história.
Oficialmente o Centrão surge em 1987, durante a Assembleia Nacional Constituinte. Era composto principalmente por deputados do DEM e do PDS (partidos de sustentação da ditadura) e pela direita do MDB, que àquela altura estava coalhado de ex-apoiadores do regime.
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