Sonhando com o dia em que vão finalmente entender que quem estava na rua lutando pela melhoria de transporte público era também o filho do porteiro que foi pra Universidade.
De manhã, busca um político de direita para ser o imaginário "Biden brasileiro".
À tarde, afirma que as políticas do Biden real, de inspiração keynesiana, não são aplicáveis o Brasil.
Deu curto-circuito.
*Ops, aplicáveis AO Brasil
Biden, de centro, foi eleito com o apoio da esquerda, de Sanders e AOC. A ideia de um "Biden brasileiro" é meio ridícula, mas se a transposição fosse feita, o político mais apto a bater Bolsonaro com o apoio do centro e da esquerda começa com LU e termina com LA.
"Se ninguém defender o legado de Moro, é o país que perde", escreveu hoje o Joel Pinheiro da Fonseca.
O artigo não é só negacionista. É também ingênuo e desinformado sobre o debate de combate à corrupção.
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Primeiro, o artigo passa pano para as graves ilegalidades cometidas por Moro e procuradores. O que o autor chama de "excessos" ou até "abusos" diz respeito a desvirtuação do processo legal, com o juiz instruindo a acusação, combinando ações conluiadas, etc.
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Muita gente boa da área já escreveu sobre as ilegalidades da Lava Jato, como @augustodeAB e @reglezer. A lista de desvios é graúda. Fico com uma: o que Joel pensa de um juiz sugerir aos procuradores não investigar um político (FHC) para não melindrar um aliado?
Marcos Lisboa comparou o plano de infraestrutura do Biden às desonerações fiscais dos governos petistas, para dizer que já tentamos um plano Biden no BR e não deu certo.
Não consegui entender por que ele comparou investimento público em infraestrutura com renúncia fiscal. +
O American Jobs Plan é majoritariamente um plano de investimento público em infraestrutura. Poderia ser comparado com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Seria um ótimo exercício, aliás.
Mas, ao comparar alhos com bugalhos, o renomado economista só mostra que...
... sua oposição a qualquer forma de liderança do investimento público é maior do que a racionalidade que ele pretende levar aos debates.
A efetividade do gasto público precisa ser debatida. Mas confundir e jogar pra plateia não ajuda em nada.
Hoje entram em vigor novas regras de trânsito, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Congresso.
O Brasil, que tem um dos trânsitos mais violentos do mundo, verá essa carnificina aumentar.
Um fio 👇
O Brasil tem a maior taxa de mortes por acidentes de trânsito da América Latina. No quesito matança nas estradas, estamos à frente de TODOS os nossos vizinhos e de praticamente todos os países da Ásia, da Europa e da América do Norte.
Nem sempre foi assim. Até a década de 1950, os trens transportavam parte relevante das cargas e das pessoas no país. Esse é um modo de deslocamento de baixo percentual de acidentes. A rodoviarização excessiva do Brasil, acelerada na ditadura, está no centro do problema.
A elite brasileira se fez na escravidão. Sempre usou do Estado para manter seus privilégios. Encheu os bolsos na última ditadura, às custas de mortes e tortura. Ontem, alguns de seus próceres ovacionaram o presidente genocida, enquanto hospitais colapsam e 4 mil morrem ao dia.
Alguns dos empresários presentes no apoio ao genocídio: Rubens Ometto, da Cosan, Claudio Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), André Esteves, do BTG Pactual, Alberto Saraiva, do Habib's, e João Camargo, do grupo Alpha.
Lista mais completa de empresários ovacionadores do genocida presentes na festinha de ontem:
André Esteves (BTG);
Alberto Leite (FS Security);
Alberto Saraiva (Habib’s);
Candido Pinheiro (Hapvida);
Carlos Sanchez (EMS);
Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein);
Em 1988, o país tinha ainda 18,5% de analfabetos e 70% de casas com saneamento.
Em 30 anos, o analfabetismo caiu para 7% e já são 85% das casas com acesso a saneamento.
O Salário mínimo era quase metade do valor atual em 1988. A inflação chegava a 1.000% ao ano nos últimos anos do regime militar, só sendo controlada em 1994. A expectativa de vida do povo brasileiro cresceu em 10 anos em média durante a democracia.