De manhã, busca um político de direita para ser o imaginário "Biden brasileiro".
À tarde, afirma que as políticas do Biden real, de inspiração keynesiana, não são aplicáveis o Brasil.
Deu curto-circuito.
*Ops, aplicáveis AO Brasil
Biden, de centro, foi eleito com o apoio da esquerda, de Sanders e AOC. A ideia de um "Biden brasileiro" é meio ridícula, mas se a transposição fosse feita, o político mais apto a bater Bolsonaro com o apoio do centro e da esquerda começa com LU e termina com LA.
O Biden real, nos EUA, surpreendeu muita gente. Eu mesmo achei que seria um novo Clinton. Mas, até agora, ele implementa uma versão moderada da agenda de Sanders. Sustentando uma coalizão entre liberals e socialistas, retoma o protagonismo do Estado em um keynesianismo renovado.
Se fosse Sanders, seria mais fácil para os liberais daqui. Gritariam que iria dar errado, que esses socialistas vão quebrar o Estado e tudo mais. Mas Biden é um político moderado, centrista, apoiado pela elite econômica, implementando uma agenda de centro-esquerda. Bugou geral.
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Sonhando com o dia em que vão finalmente entender que quem estava na rua lutando pela melhoria de transporte público era também o filho do porteiro que foi pra Universidade.
"Se ninguém defender o legado de Moro, é o país que perde", escreveu hoje o Joel Pinheiro da Fonseca.
O artigo não é só negacionista. É também ingênuo e desinformado sobre o debate de combate à corrupção.
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Primeiro, o artigo passa pano para as graves ilegalidades cometidas por Moro e procuradores. O que o autor chama de "excessos" ou até "abusos" diz respeito a desvirtuação do processo legal, com o juiz instruindo a acusação, combinando ações conluiadas, etc.
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Muita gente boa da área já escreveu sobre as ilegalidades da Lava Jato, como @augustodeAB e @reglezer. A lista de desvios é graúda. Fico com uma: o que Joel pensa de um juiz sugerir aos procuradores não investigar um político (FHC) para não melindrar um aliado?
Marcos Lisboa comparou o plano de infraestrutura do Biden às desonerações fiscais dos governos petistas, para dizer que já tentamos um plano Biden no BR e não deu certo.
Não consegui entender por que ele comparou investimento público em infraestrutura com renúncia fiscal. +
O American Jobs Plan é majoritariamente um plano de investimento público em infraestrutura. Poderia ser comparado com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Seria um ótimo exercício, aliás.
Mas, ao comparar alhos com bugalhos, o renomado economista só mostra que...
... sua oposição a qualquer forma de liderança do investimento público é maior do que a racionalidade que ele pretende levar aos debates.
A efetividade do gasto público precisa ser debatida. Mas confundir e jogar pra plateia não ajuda em nada.
Hoje entram em vigor novas regras de trânsito, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Congresso.
O Brasil, que tem um dos trânsitos mais violentos do mundo, verá essa carnificina aumentar.
Um fio 👇
O Brasil tem a maior taxa de mortes por acidentes de trânsito da América Latina. No quesito matança nas estradas, estamos à frente de TODOS os nossos vizinhos e de praticamente todos os países da Ásia, da Europa e da América do Norte.
Nem sempre foi assim. Até a década de 1950, os trens transportavam parte relevante das cargas e das pessoas no país. Esse é um modo de deslocamento de baixo percentual de acidentes. A rodoviarização excessiva do Brasil, acelerada na ditadura, está no centro do problema.
A elite brasileira se fez na escravidão. Sempre usou do Estado para manter seus privilégios. Encheu os bolsos na última ditadura, às custas de mortes e tortura. Ontem, alguns de seus próceres ovacionaram o presidente genocida, enquanto hospitais colapsam e 4 mil morrem ao dia.
Alguns dos empresários presentes no apoio ao genocídio: Rubens Ometto, da Cosan, Claudio Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), André Esteves, do BTG Pactual, Alberto Saraiva, do Habib's, e João Camargo, do grupo Alpha.
Lista mais completa de empresários ovacionadores do genocida presentes na festinha de ontem:
André Esteves (BTG);
Alberto Leite (FS Security);
Alberto Saraiva (Habib’s);
Candido Pinheiro (Hapvida);
Carlos Sanchez (EMS);
Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein);
Em 1988, o país tinha ainda 18,5% de analfabetos e 70% de casas com saneamento.
Em 30 anos, o analfabetismo caiu para 7% e já são 85% das casas com acesso a saneamento.
O Salário mínimo era quase metade do valor atual em 1988. A inflação chegava a 1.000% ao ano nos últimos anos do regime militar, só sendo controlada em 1994. A expectativa de vida do povo brasileiro cresceu em 10 anos em média durante a democracia.