Partidos e candidatos brasileiros que defendem entusiasticamente, sem asteriscos, este personagem, assumem natural aproximação ideológica com esta plataforma de governo:
1. A criação de uma nova constituição, “que debe concluir en el desmontaje del neoliberalismo y plasmar el nuevo régimen económico del Estado”.
2. A estatização "de los sectores mineros, gasíferos, petroleros, hidroenergéticos, comunicaciones, entre otros"
3. Todas as dívidas públicas “deben ser canceladas en el país, previa renegociación de las cifras primarias”.
4. A regulamentação da imprensa, defendendo os "legados de Lenin y Fidel" nessa matéria. O Peru Libre abertamente não defende a liberdade de imprensa.
5. O controle dos salários: "los sueldos de los empresarios deberán ser múltiplos de las remuneraciones de los obreros, así podrá un empresario ganar muy bien, pero pagará a su obrero menos calificado no menos de veinte veces su propio sueldo".
6. A atuação do Estado para garantir empregos: "El Estado socialista debe generar empleo mediante la industrialización del país y tecnificación del sector agrícola, entre otros, para garantizar bienestar al 65% de los peruanos de manera directa e indirecta".
7. A limitação dos lucros das empresas transnacionais. O Estado se apropriaria de 70% a 80% dos ganhos, deixando o setor privado com 20% a 30%.
8. A revisão, regulação ou anulação dos tratados internacionais - econômicos, ambientais, de direitos humanos, etc.
9. A convocação dos países vizinhos para estabelecer uma “zona não negociável” com os Estados Unidos.
10. Dificultar a atuação de ONGs estrangeiras - que nada mais são do que “organizaciones de otros gobiernos en nuestros países”.
Além disso, nós estamos falando de um candidato que, entre outras coisas, também é:
1) contra o casamento gay; 2) contra o aborto; 3) contra o ensino do que ele chama de "ideologia de gênero" nas escolas; 4) contra a eutanásia.
"Esquerda" e "direita", na maior parte das vezes, são termos vagos do debate público.
Esta é a plataforma do Peru Libre, de Pedro Castillo.
É disso que se trata qualquer apoio entusiasmado, sem ressalvas.
É este, enfim, o tal "delírio" latino-americano.
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Essa é uma história imperdível que resume como poucas a América Latina - tem populismo de direita, terrorismo comunista, Lava Jato, impeachment, golpe de Estado, ditadura, filhotismo, homofobia, pobreza crônica e muita gente morrendo.
Saca só:
Esse cara aqui se chama Pedro Castillo.
Esse sujeito é um representante fiel daquela esquerda sul-americana ainda ressentida por nunca ter superado a queda do Muro de Berlim.
E uma esquerda com dezenas de milhares de mortos na ficha criminal - conto essa história daqui a pouco.
Castillo - com perdão do trocadilho - é do Perú Libre. Seu partido diz ser marxista-leninista e assume defender "os processos revolucionários em Cuba, Nicarágua, Equador, Venezuela e Bolívia". expreso.com.pe/elecciones-202…
As pessoas não têm muita dimensão da influência que esse 4 de junho de 1989, dia do Massacre da Praça da Paz Celestial, tem nos rumos da história.
Vou ilustrar o que aconteceu na sequência disso, inspirado pela coragem desses manifestantes:
Em agosto, mais de 2 milhões de pessoas de Estônia, Letônia e Lituânia formaram uma corrente humana de 675 quilômetros, passando por Tallinn, Riga e Vilnius, numa manifestação contra a URSS conhecida como o Caminho do Báltico.
Os três países conseguiram a independência.
Entre outubro e novembro, manifestações populares derrubaram o Partido Comunista da Bulgária, dando início a eleições livres no país.
Preparei essa thread pra quem não tem muita noção sobre a disputa envolvendo China e Taiwan - e como esse conflito pode desencadear uma guerra, com potencial participação de grandes nações do mundo.
🇨🇳🇹🇼
Não conhece nada sobre Taiwan?
Em primeiro lugar: não é uma micronação.
Taiwan é mais populoso do que Austrália, Chile, Holanda, Grécia, Portugal, Suíça e Hungria. Na verdade, a população de Taiwan é maior do que a soma das populações de Uruguai, Dinamarca, Noruega e Irlanda.
Como a China, Taiwan tem o mandarim como língua principal e a Han como etnia dominante.
Em 1949, ambos eram uma coisa só - a República da China. Foi quando acabou uma guerra civil entre nacionalistas (que governavam a China) e comunistas (que pleiteavam governar a China).
Nunca abordei aqui sobre a teoria de vazamento do Sars-Cov-2 de um laboratório em Wuhan. Mas gostaria de lembrá-los que no surto de Sars, no início do século, houve vazamento laboratorial.
Naquela ocasião, os chineses também admitiram falhas de transparência, avisando tardiamente a comunidade internacional sobre o surto, subnotificando o total de casos, sendo pouco cooperativos com a OMS.
Eu usei a palavra "também" porque, embora muita gente esqueça - visto que a narrativa política mudou com o tempo -, Pequim admitiu, em 2020, suas falhas de transparência com a atual pandemia.