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Old Aligator Russell

23 Jun, 19 tweets, 5 min read

Para quem não está entendendo o caso Covaxin, vou tentar explicar de forma simplificada (porém detalhada). Existe uma prática criminosa na Administração Pública que é "atrasar para comprar superfaturado". Lembram dos estádios da Copa? (Segue o fio)

A parada funciona assim: a obra tem data para terminar (vamos usar o exemplo da Copa em que os estádios tinham que estar prontos antes dos eventos). Atrasa a obra e quando estiver próximo, faz compras e contratações em regime de urgência, sem licitação, sem regra, sem lei…

Segundo indícios, o Governo Federal ignorou os contatos com a Pfeizer, aderiu à poucas doses da Covac Facility e renegou a Coronavac com o intuito de atrasar deliberadamente a vacinação.

Com isso, criou-se uma situação ainda mais calamitosa, gerando ainda mais urgência para compra de vacinas. Porque se está afirmando isso?

Pazuello disse que não comprou a vacina da Pfeizer por 2 motivos. 1. Contrato com cláusulas leoninas que não davam Segurança Jurídica para a compra. Existia uma forma de contornar isso alterando a legislação através de uma Medida Provisória (que chegou a ser redigida). Mas...

Misteriosamente, o Governo Federal desistiu da ação. Publicou a MP, mas sem as cláusulas que garantiam a Segurança Jurídica. Por que?
g1.globo.com/politica/blog/…

O motivo 2 alegado por Pazuello, foi o preço alto. As doses da vacina da Pfeizer, testada e aprovada no mundo todo, custava US$20,00 e foi oferecida ao Brasil por US$10,00 (50%). Já a Covaxin, sem comprovação e reprovada pela Anvisa, custou US$15,00. poder360.com.br/coronavirus/go…

Mas não é só isso. O processo de compra da vacina Pfeizer demorou 330 dias desde o primeiro contato. Já o da Covaxin, 97 dias e, diferente de todas as outras transações, aconteceu por intermédio de uma empresa "intermediária", a Precisa Medicamentos.

O dono da Precisa, Francisco Maximiano, é o mesmo da Global Gestão em Saúde, alvo de uma investigação do MPF em Brasília por suspeita de improbidade administrativa na gestão do ex-ministro da Saúde Ricardo Barros (PP-PR), hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara.

Lembrando que estamos falando de uma vacina cujo laboratório, Bharat Biotech, foi "reprovado" pela ANVISA por conta de riscos sanitários e ausência de controle de qualidade após visitar suas instalações. cnnbrasil.com.br/saude/2021/03/…

A própria vacina, está em fase 3 de testes no Brasil, contrariando o que Bolsonaro dizia "só vamos comprar vacinas comprovadas cientificamente".
cnnbrasil.com.br/saude/2021/06/…

Já seria um escândalo, mas documentos do Ministério das Relações Exterior mostram que o governo comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que, 6 meses antes, era anunciado pela própria fabricante.
uol.com.br/vivabem/notici…

Muito bem, o que temos até agora de indício é uma compra de vacina:

- com ágio de 1000%;
- mais cara que as demais;
- com empresa intermediária;
- em fase 3;
- de um Laboratório não aprovado pela Anvisa.

A cereja no bolo é o Miranda!

O servidor público Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação da pasta— já havia relatado "pressão" e "indícios de irregularidade" em março, em depoimento ao MPF.

O irmão de Miranda, deputado governista Luís Miranda (DEM-DF) afirmou que "o caso é bem mais grave" do que a pressão para fechar o contrato" e disse ter alertado Bolsonaro sobre as irregularidades. oantagonista.com/brasil/exclusi…

Portanto, os indícios revelam que houve deliberadamente uma morosidade na compra de vacinas que poderiam imunizar milhões e salvar milhares de vidas para se obter lucro ilícito. Isso precisa ser investigado de perto para se desvendar a verdade e punir os culpados.

Faltou uma parte. As doses da Covaxin seriam comercializadas pela iniciativa privada. Ou seja, a Bharat Biotech era o único laboratório que aceitava o pleito de Carlos Wizard e Luciano Hang (vulgo Véio da Havan). O Ministério da Saúde seria um laranja.
exame.com/brasil/indiana…

@demori

E, atendendo a pedidos, um fio do @demori que indica que a intervenção dos irmãos Miranda (Bolsonaristas declarados) seria para livrar a cara de Bolsonaro e Pazuello nesse escândalo.