1. Cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade (art. 5º, inciso 3)
Uma amiga perguntou se o hospital onde trabalho está usando ivermectina para COVID, pois a viu numa prescrição.
Falei que ivermectina É INEFICAZ contra COVID e não a usamos para isso. Mas que podemos prescrevê-la como antiparasitário para prevenir estrongiloidíase disseminada.
Então...
Vocês já devem ter visto que há recomendação de uso de corticóide (como a dexametasona) em doenças pulmonares graves, incluindo a COVID-19.
E corticóides podem, em altas doses, predispor a imunossupressão (baixar a imunidade/diminuir a defesa do organismo).
Com a defesa baixa, o vermezinho "Strongyloides stercoralis" que estava morando há anos no seu intestino sem fazer barulho, pode proliferar, se espalhar e causar uma hiperinfecção, chamada de estrongiloidíase disseminada.
Ainda me impressiona como há médicos que preferem insistir no achismo, pondo em risco a saúde do paciente, para defender um presidente que claramente não tá nem aí pro seu povo.
Isso me leva a reforçar algo que deveria ser bem óbvio na prática da saúde:
OS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS
Existem 4 princípios bioéticos:
• Beneficência
• Não-Maleficência
• Justiça
• Autonomia
E eles servem pra nortear as ações dos profissionais de saúde em relação a vida de outros seres humanos.
• Beneficência: deve-se maximizar benefício e diminuir prejuízo.
• Não-maleficência: não se deve fazer o mal (‘Primum non nocere’)
Ex: se o uso de cloroquina/ivermectina não tem evidência científica para COVID, ou seja, não tem benefício, um médico NÃO deveria prescrevê-lo.
Desde que voltaram os atendimentos ambulatoriais pelo SUS tenho observado que muitos pacientes chegam usando máscaras bem suja, provavelmente com vários dias de uso.
Isso, além de mostrar o abismo social no qual estamos inseridos, me trouxe um questionamento pessoal.
É melhor a pessoa usar a máscara suja ou não usar nada?
Sabemos que a eficácia da máscara diminui se ela não for higienizada e usada corretamente, mas sua proteção ainda é maior do que simplesmente não usá-la.
Claro que orientamos o paciente as medidas de higienização e o quanto ao uso correto da máscara.
Mas algumas vezes, por motivos sociais e culturais, o paciente deixa até de usar a proteção pra não “levar carão” porque tá usando errado.