Assisti a duas reportagens no jornal do almoço local que me deixaram "intrigada". A primeira sobre retorno às aulas e a segunda sobre um evento gastronômico. Na sequencia explico o porquê...
Sobre o retorno às aulas presenciais nas escolas, super entendo a importância. Porém, muitas escolas não seguem os protocolos como deveriam e na reportagem, ouvi que algumas escolas não fornecerão apoio (simultâneo) dos profes aos alunos que optarem pelo ensino remoto.
Dar aula nas duas formas é um desgaste para o professor? Sim, com absoluta certeza. Fazer o aluno frequentar o ensino presencial para ter maior dedicação do professor sem vacina para sua faixa etária deveria ser o preterido? Obviamente que não. A mim, soa até como coação...
Em tempos de nova variante trazendo sustos em todo mundo, mas o Brasil com queda nos casos (como ocorreu no ano passado, previamente a uma grande subida) e "chutando o balde", sinto como se as pessoas, na ânsia pelo "normal" estejam cada vez menos preocupadas com a COVID.
As pessoas estão viajando a passeio, saindo para almoços e jantares fora de casa, encontrando amigos, indo a bares, etc (leia-se: ficar sem máscara), como se a doença tivesse simplesmente desaparecido. Como quero estar errada, mas não acho que seja a hora certa para isso.
Não acho que está "tudo bem" enquanto temos altos números diários de morte e bem maiores de casos. E isso sem saber como será o amanhã, e isso com menos de 50% da população vacinada apenas com 1 dose (como se isso já fosse o suficiente).
A reportagem sobre evento gastronômico com pessoas comendo em locais (comida de bar) pequenos e apinhados, ficando sem máscara, volto a dizer, sem que se esteja com cobertura vacinal, me assusta...
Tudo isso que todos queremos (aulas presenciais, vida "normal") precisa de apoio coletivo para que ocorra. Cada vez mais tenho visto o coletivo se desintegrar... Eu escuto "e a minha saúde mental"? Mas não adianta, sempre irei colocar a vida acima de tudo.
Um amigo (@schrarstzhaupt) sempre diz: "espero estar errado, espero pecar pelo excesso...". E faz muito tempo que repetimos isso, mas são poucos os que entendem.
Se fossem atitudes de união de muitos, estou certa de que já poderíamos estar vivendo o tal "normal" que muitos desejam. Mas para isso, as pessoas precisam aprender a pensar em todos e não sem si. Desculpem o desabafo...
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Pessoal, o papo agora é sobre a diferença entre uma PFF2/N95 "padrão" e a KN95. MUITA gente acha que é a mesma coisa. Não é não! Vem comigo no fiozinho...
Conforme já expliquei, PFF2 é a classificação relativa à eficiência de filtração de 95%. Ambas N95 e KN95 são confeccionadas para essa eficiência. Mas o que faz a máscara completa? Camadas de tecidos (e poros), ajuste e testagem.
A eficiência de filtração é quantificada em laboratório, em condições controladas e experimentais. Geralmente, as testagens são feitas com cloreto de sódio (o sal de cozinha). Até aqui, podemos dizer que ambas são "eficientes" em filtrar, mas não que protegem igualmente.
Vacinas para crianças - o que temos? Siga o fio (com base na matéria da revista Nature do dia 21/04). nature.com/articles/d4158…
O artigo analisa como os ensaios explicarão as diferenças no sistema imunológico das crianças e a suscetibilidade à COVID-19, em comparação com os de adultos, bem como as precauções adicionais de segurança que envolvem a pesquisa médica em crianças.
E vamos lembrar que embora a doença seja menos danosa em crianças, devido ao seu sistema imune mais hábil em responder (artigo do grupo da @CrisBonorino abaixo), elas TRANSMITEM a qualquer suscetível. medrxiv.org/content/10.110…
A revista Science publicou ontem (29/04) um estudo sobre a escolaridade presencial e o risco de contaminação doméstica com a COVID-19. Acompanhe o fio!
Primeiro, destaca-se que as formas pelas quais a escolaridade presencial influencia a incidência da COVID-19 na comunidade são complexas. Mas há um consenso de que as escolas criam potenciais conexões de transmissão entre comunidades diferentes.
Isso ocorre pq mesmo que a transmissão em salas de aula seja rara, atividades relacionadas à entrada/saída de alunos, interações com professores e mudanças mais amplas no comportamento, relacionadas a diminuição de cuidados, podem levar a aumento na transmissão da comunidade.
Retorno às aulas e máscaras para crianças: como deixar os pequenos mais seguros já que as PFF2 são feitas (e testadas) para adultos? O segredo está no "meltblown". Siga o fiozinho! (1/11)
"Melt-blowing" é o processo de produção de uma camada de fibras do tipo "não-tecido" que usa polímeros termoestáticos. O principal é o polipropileno. É como uma de "teia de aranha"... (2/11)
A principal vantagem desse processo na máscara é justamente essa que faz o material se assemelhar à teia: a capacidade de reter partículas e permitir a passagem do ar. (3/11)
Fio sobre as considerações do CDC e minhas opiniões a respeito da contaminação por fomites (superfícies). Se você não concorda comigo, tranquilo. Faça como achar melhor.
Esse é link (atualização do dia 5 de abril): cdc.gov/coronavirus/20…
O SARS-CoV-2 é um vírus cuja camada externa (envelope) possui proteínas e lipídios para “embalar” o material genético. O envelope contém estruturas (proteínas Spike) para se ancorar às células humanas durante a infecção.
O envelope do SARS-CoV-2, como acontece com outros vírus respiratórios envelopados, é frágil e pode se degradar rapidamente após contato com surfactantes contidos em agentes de limpeza e em condições ambientais.
"O que torna os espaços internos tão perigosos é que o vírus exalado pode se acumular e infectar pessoas que não têm contato direto com uma pessoa infectada." Um ex. foi em um bar no Vietnã: 12 pessoas foram infectadas numa festa, mas apenas 4 tiveram contato próximo com 1 caso.
A dose infecciosa precisa para SARS-CoV-2 também é desconhecida. Mas os pesquisadores podem inferir quanto vírus expirado é necessário para causar infecção analisando surtos da doença. Esse pessoal bolou uma ferramenta de cálculo (post abaixo): onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/in…