Por que grandes investidores, como Buffett, Munger, Howard Marks e Peter Lynch, falam abertamente que não fazem análises macroeconômicas quando tomam decisões de investimento?
Existem variáveis que são tão incertas, que não importa quanto você estude ou quão detalhada é a sua planilha de Excel, que, no final, a resposta será precisamente... errada.
Alguns eventos são previstos com confiabilidade (Google irá pagar os juros sobre seus títulos de dívida?), alguns são incertos (Amazon será líder no varejo daqui a 10 anos?) e alguns são imprevisíveis (a bolsa irá subir amanhã?)
O ponto é que nem toda previsão deve ser tratada da mesma forma com relação a probabilidade de estar correta, portanto, não devem ser tratadas com o mesmo nível de confiança.
O Buffett, por exemplo, não teve sucesso porque ele prevê o futuro melhor do que os outros.
O sucesso veio porque ele só investe quando algo está tão barato que poucas variáveis importam para ganhar dinheiro.
E as que importam tem um alto grau de previsibilidade para ele.
Enquanto isso, muitos acreditam que se estudarem qualquer coisa, entenderão qualquer coisa.
Mas, para ser um bom tomador de decisão, é necessário aceitar quando algo é imprevisível, em vez de perder tempo tentando chegar em uma resposta elaborada (e errada).
O que bons jogadores de poker e bons tomadores de decisão tem em comum é que eles estão confortáveis com o fato de que o mundo é incerto. Entendem que quase nunca irão saber exatamente como algo será no futuro.
Eles aceitam a incerteza e em vez de focar em estarem certos, tentam descobrir quanta incerteza existe, tomando a melhor decisão com base na distribuição de probabilidade e tentando tirar o melhor resultado dentre todos os cenários que podem acontecer.
“Como Buffett e eu repetimos várias vezes, não pulamos cercas de dois metros. Em vez disso, procuramos cercas de trinta centímetros com grandes recompensas do outro lado. Dessa forma, tivemos sucesso tornando o mundo mais fácil para nós, não resolvendo problemas difíceis.”-Munger
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Interessante, Alibaba está sendo negociado hoje a preços de 2017.
A receita multiplicou por 2,7 de lá para cá e ainda cresce +30% ao ano.
O fluxo de caixa operacional da empresa multiplicou por ~3 no período.
Alguns pensamentos:
É incrível como o mercado pensa no curto/médio prazo.
Se olharmos para os últimos 5 anos, sempre que teve notícia ruim, as ações apanharam.
Em 2015/16 teve notícia ruim de produtos falsificados no Alibaba e a ação apanhou.
Em 2018/19 teve notícia ruim em aprovação de games da Tencent e conteúdo da Youku e ações apanharam.
Aí passa 1-2 anos, ninguém lembra mais e falam que era oportunidade óbvia.
Analisar nossos resultados nos investimentos comparando o retorno anual com o de outras pessoas é extremamente prejudicial para o sucesso no longo prazo.
Mostro isso com evidências:
Joel Greenblatt, que teve retorno médio de 40% ao ano por 20 anos, fez um estudo observando os melhores investidores da última década:
Ele pegou o grupo dos top 25% de investidores no quesito retorno nos últimos 10 anos e fez comparações anuais.
Esses investidores, dentro de um período de 10 anos:
•97% passaram pelo menos 3 anos dos 10 anos com retornos menores do que metade dos participantes do mercado
•79% passaram pelo menos 3 anos com retornos menores do que 75% dos participantes do mercado
A internet é uma benção né? Praticamente toda a informação do mundo na palma da sua mão, a qualquer hora. Porém, a internet só é uma benção se você sabe direcionar sua atenção para os conteúdos relevantes. Caso contrário, o excesso de informação pode ser uma maldição. Por quê?
Qualquer assunto, por mais absurdo que seja, você consegue encontrar alguém na internet que defenda sua veracidade. Se quiser acreditar que a Terra é plana, você vai encontrar grupos de pessoas que afirmam que a Terra é plana.
E mais, esses grupos fornecem comprovação social para você ter segurança que está correto durante discussões. Como fugir disso?
Gosto bastante de uma frase de Isaac Newton:
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes”.
Sabia que fluxo de caixa e lucro líquido não é a mesma coisa?
Entender a diferença entre lucro e caixa é essencial para investir em empresas.
Quer dar um próximo passo na sua capacidade de análise e argumentação?
Segue:
Antes de definir a diferença entre lucro líquido e fluxo de caixa, olharemos o Patrimônio Líquido (ou Valor patrimonial):
Patrimônio Líquido é a diferença entre o que a empresa possui (seus ativos) e o que a empresa deve (seus passivos).
Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos
Ativo (o que a empresa possui) pode ser diversas coisas:
Estoque (matérias primas e produtos), Contas a receber (dinheiro que clientes devem a empresa), Imobilizado (equipamentos, terrenos, imóveis), Caixa (dinheiro na conta) etc.
Nicholas Sleep geriu o fundo Nomad por 12 anos (2001 até 2013), ganhou $ 2 bilhões de lucros para seus clientes, além de centenas de milhões pessoalmente.
O interessante é que ele fez isso majoritariamente comprando e segurando 3 ações durante o período:
Amazon, Costco e Berkshire Hathaway.
Após esse resultado fabuloso, Nick Sleep encerrou as operações do fundo e retornou o dinheiro aos cotistas dando um conselho:
Pegue seu dinheiro e compre exatamente essas ações, sem pagar taxas para tal. Afinal, era isso que faria com seu próprio dinheiro.
Para Nick, tudo que era necessário era ser sócio de empresas com gestão genial, avenidas de crescimento, ROIC elevado e preço justo.