Sobre o ato do dia 12:
A "pressão" para os partidos de esquerda, movimentos e frentes reunidas na Campanha Fora Bolsonaro engolirem suas pautas e participarem de um "grande ato" de unidade protagonizado pelos neoliberais é um movimento pra constranger e silenciar a disputa. (1)
Reduzir Bolsonaro ao comportamento autoritário só interessa aos defensores do programa do governo. Bolsonaro é um miliciano corrupto, mas é também o condutor da refundação neoliberal do Estado - esta apoiada pelos proponentes do ato (MBL, tucanos e genéricos). (2)
Não é possível desvincular a luta pela interrupção do consórcio de marginais que governa o país da denúncia da volta da carestia, das privatizações, do enterro da legislação trabalhista para maximizar a exploração e precarizar o emprego, da destruição dos serviços públicos. (3)
Não é "sinal de maturidade" engolir o golpe de 2016, a prisão de Lula, a perseguição e o assassinato de lideranças rurais, o fim do Mais Médicos, a fila de gente esperando doação de ossos, o preço do gás. É tentar apagar os rastros de quem empurrou o país no precipício. (4)
Não é um problema a existência de movimentos diferentes e combinados na luta pelo Fora Bolsonaro, com articulação parlamentar pra impulsionar o impeachment. Mas chamar o "gesto" do MBL de "abrir mão" do "Nem Lula, nem Bolsonaro" de "maturidade" é ingenuidade ou desonestidade. (5)
Não existe "maturidade" ou "generosidade" quando o cálculo é expiar os próprios pecados. Quem construiu a escalada antidemocrática, impulsionou o Lavajatismo, apoiou Bolsonaro e endossa o seu programa de reformas é responsável pelo caos que vivemos, não alternativa a ele. (6)
Insisto: unir forças pelo impeachment não é sinônimo de silenciar sobre o programa do governo, exceto para os defensores do "bolsonarismo sem Bolsonaro", ou da substituição da farda pelo sapatênis. Pensar no melhor pro país é debater publicamente um programa alternativo. (7)
Por fim, é obviamente positivo que tucanos, MBL, Novo e congêneres desembarquem da canoa bolsonarista e defendam o impeachment. Que apresentem suas posições à sociedade e organizem seus parlamentares para garantir os votos no Congresso, sem exigir o silêncio da esquerda. (8)
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A tentativa neoliberal de capturar a indignação generalizada contra o governo Bolsonaro fracassou. Atos esvaziados, apesar do investimento financeiro e da pressão midiática sobre a esquerda, mostraram que o "Bolsonarismo sem Bolsonaro" tem margem de manobra pequena. (1)
O domingo nem acabou, mas a tentativa de imputar ao PT a responsabilidade sobre o fracasso de hoje - discurso de alguns liberais do baixo clero - soa patética pra qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual. O "grito dos excluídos das urnas" flopou sozinho. (2)
Cabe lembrar que os protagonistas de hoje passaram anos vitaminando o fascismo - e sendo muito bem pagos pra isso. Ao desembarcarem da nau bolsonarista, o fazem em ruptura com a base social que ajudaram a construir, sem provocar grandes deslocamentos na base do governo. (3)
1- Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta (1973)
Porque o "Clube da Esquina" não foi apenas um par de discos, foi praticamente um movimento. Esse daí é uma das maiores pérolas que os anos 70 nos proporcionaram. Simplesmente maravilhoso!
2- Nelson Angelo & Joyce (1972)
Os 4 do disco anterior formaram a base da banda de apoio deste disco belíssimo gravado em 1972. Antes, Nelson Angelo e Joyce fizeram parte d'A Sagrada Família e d'A Tribo. Outro fruto do Clube... youtube.com/playlist?list=…
Um patrocínio não é só dinheiro em caixa. É também associação de imagem. A se confirmar o novo contrato entre Flamengo e Havan, Landim passará pra História não como o presidente de uma fase gloriosa de títulos, mas como o que transformou o Flamengo num instrumento do regime. 🧵
A Havan é um símbolo da decadência que vivemos. A empresa acumula processos trabalhistas, por fraude e sonegação, enquanto seu dono patético e cafona, não satisfeito em desfilar como um periquito reaça, é suspeito inclusive de financiar a máquina de comunicação bolsonarista. 🧵
Aceitar os caraminguás do velho da Havan pode compensar o prejuízo das operações Tabajara de uma gestão que rasgou dinheiro com as estripulias envolvendo a briga com a Globo, o fiasco do MyCujoo e o PPT rubro-negro, mas poderá representar enormes prejuízos financeiros futuros. 🧵
A morte é um projeto. As queimadas, o aumento da brutalidade policial e tentativa de dar-lhes autonomia, a negação dos direitos humanos em cada discurso e cada ação, a falta de seringas, de vacina, de oxigênio, a abundância de cloroquina superfaturada, a pilha diária de mortos.
A morte é um projeto. O incentivo às armas, os cortes no SUS, o desemprego, o aumento da fome, da miséria, do racismo, da violência de gênero, da corrupção, os negócios da milícia e do tráfico, a negação da ciência, o obscurantismo religioso e seus negócios mafiosos, a mentira.
A morte é um projeto. Sob a liderança de Bolsonaro, abriga-se um consórcio grotesco de familiares, estelionatários, ladrões, imbecis, celerados, sonegadores, incompetentes, psicopatas, assassinos, racistas, ressentidos, lobistas e toda a sorte de meliantes - civis e de farda.