A tentativa neoliberal de capturar a indignação generalizada contra o governo Bolsonaro fracassou. Atos esvaziados, apesar do investimento financeiro e da pressão midiática sobre a esquerda, mostraram que o "Bolsonarismo sem Bolsonaro" tem margem de manobra pequena. (1)
O domingo nem acabou, mas a tentativa de imputar ao PT a responsabilidade sobre o fracasso de hoje - discurso de alguns liberais do baixo clero - soa patética pra qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual. O "grito dos excluídos das urnas" flopou sozinho. (2)
Cabe lembrar que os protagonistas de hoje passaram anos vitaminando o fascismo - e sendo muito bem pagos pra isso. Ao desembarcarem da nau bolsonarista, o fazem em ruptura com a base social que ajudaram a construir, sem provocar grandes deslocamentos na base do governo. (3)
A relevância social é inversamente proporcional à empáfia: ignorando a construção da campanha Fora Bolsonaro, decretaram a data, a estética e os termos da "unidade contra Bolsonaro". Não dialogaram com ninguém, apostaram no constrangimento público e na pressão midiática. (4)
Fracassaram miseravelmente. Tem baixo apelo a convocação feita por quem há poucos meses ainda debochava do assassinato de Marielle, desancava o STF, fazia coro contra os direitos humanos e, até hoje, segue criminalizando Lula e a esquerda. Não comoveram ninguém. (5)
Além disso, sem unidade na burguesia o dinheiro não irriga mais os cofres do "movimento". MBL e Vem Pra Rua são startups falidas, projetos sem viabilidade de mercado. Sem financiamento polpudo, não tem mais resultado. Um ki-suco de groselha é menos artificial. (6)
Fica a lição: não existe movimento unitário contra o governo tentando ocupar na marra a direção do processo, sem respeito à pluralidade e dando as costas à campanha Fora Bolsonaro, construída com esforço por partidos e movimentos sociais que não entraram hoje pra oposição. (7)
Por fim, que se registre o equívoco de setores da esquerda que, mais preocupados em dar provas à direita de "capacidade de diálogo", só demonstraram "disposição para a subalternidade". Posaram pra foto ao lado de figuras grotescas, legitimando a patacoada neoliberal. (8)
PS: Seria comovente, se não fosse grotesco, o esforço feito por Ciro Gomes pra se mostrar confiável para os neoliberais. Seu discurso de hoje, mais dedicado a atacar Lula do que Bolsonaro, é outra uma tentativa desesperada de ocupar o vácuo criado com a crise do PSDB. Pífio. (9)
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Sobre o ato do dia 12:
A "pressão" para os partidos de esquerda, movimentos e frentes reunidas na Campanha Fora Bolsonaro engolirem suas pautas e participarem de um "grande ato" de unidade protagonizado pelos neoliberais é um movimento pra constranger e silenciar a disputa. (1)
Reduzir Bolsonaro ao comportamento autoritário só interessa aos defensores do programa do governo. Bolsonaro é um miliciano corrupto, mas é também o condutor da refundação neoliberal do Estado - esta apoiada pelos proponentes do ato (MBL, tucanos e genéricos). (2)
Não é possível desvincular a luta pela interrupção do consórcio de marginais que governa o país da denúncia da volta da carestia, das privatizações, do enterro da legislação trabalhista para maximizar a exploração e precarizar o emprego, da destruição dos serviços públicos. (3)
1- Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta (1973)
Porque o "Clube da Esquina" não foi apenas um par de discos, foi praticamente um movimento. Esse daí é uma das maiores pérolas que os anos 70 nos proporcionaram. Simplesmente maravilhoso!
2- Nelson Angelo & Joyce (1972)
Os 4 do disco anterior formaram a base da banda de apoio deste disco belíssimo gravado em 1972. Antes, Nelson Angelo e Joyce fizeram parte d'A Sagrada Família e d'A Tribo. Outro fruto do Clube... youtube.com/playlist?list=…
Um patrocínio não é só dinheiro em caixa. É também associação de imagem. A se confirmar o novo contrato entre Flamengo e Havan, Landim passará pra História não como o presidente de uma fase gloriosa de títulos, mas como o que transformou o Flamengo num instrumento do regime. 🧵
A Havan é um símbolo da decadência que vivemos. A empresa acumula processos trabalhistas, por fraude e sonegação, enquanto seu dono patético e cafona, não satisfeito em desfilar como um periquito reaça, é suspeito inclusive de financiar a máquina de comunicação bolsonarista. 🧵
Aceitar os caraminguás do velho da Havan pode compensar o prejuízo das operações Tabajara de uma gestão que rasgou dinheiro com as estripulias envolvendo a briga com a Globo, o fiasco do MyCujoo e o PPT rubro-negro, mas poderá representar enormes prejuízos financeiros futuros. 🧵
A morte é um projeto. As queimadas, o aumento da brutalidade policial e tentativa de dar-lhes autonomia, a negação dos direitos humanos em cada discurso e cada ação, a falta de seringas, de vacina, de oxigênio, a abundância de cloroquina superfaturada, a pilha diária de mortos.
A morte é um projeto. O incentivo às armas, os cortes no SUS, o desemprego, o aumento da fome, da miséria, do racismo, da violência de gênero, da corrupção, os negócios da milícia e do tráfico, a negação da ciência, o obscurantismo religioso e seus negócios mafiosos, a mentira.
A morte é um projeto. Sob a liderança de Bolsonaro, abriga-se um consórcio grotesco de familiares, estelionatários, ladrões, imbecis, celerados, sonegadores, incompetentes, psicopatas, assassinos, racistas, ressentidos, lobistas e toda a sorte de meliantes - civis e de farda.