Na gestão, precisamos de líderes: alguém que tome as decisões e nos tire de bifurcações.
Para que as decisões dessa liderança sejam respeitadas, ela precisa oferecer credibilidade, que é constituída por três etapas.
Um fio sobre isso e sobre o que estamos vivendo: 🧶 //1
O primeiro passo é a CONFIABILIDADE, que nada mais é do que prometer e cumprir.
Caso faça uma promessa, cumpra-a. Disse que já entregar uma tarefa até dia X? Entregue.
Disse que ia resolver algo? Resolva.
Disse que era indefinido? Mostre que é realmente indefinido. //2
Caso acumule confiabilidade, ela vai gerando um crédito, que se deposita em forma de CONFIANÇA.
É quando as pessoas que já se beneficiaram previamente da tua confiabilidade elevada começam a ficar mais tranquilas, vai baixando o nível do exato oposto, que é a desconfiança. //3
Aí, por fim, vem a terceira etapa, a tão desejada CREDIBILIDADE, que nada mais é do que o momento em que pessoas que nunca se beneficiaram da tua confiabilidade confiam em ti mesmo assim, te dando crédito. Quase como emprestar algo a um desconhecido. //4
Muitas pessoas levam essa ideia (que funciona super bem na gestão corporativa) para pontos com um grau maior de incerteza, ou mesmo uma polarização que tende a levar as decisões para um "toma lá dá cá" totalmente incoerente. //5
Agora estamos vendo um exemplo disso na política, uma liderança totalmente falha, incoerente, com zero confiabilidade e que, mesmo assim, conseguiu gerar um grau de credibilidade entre alguns seguidores (aqueles que ainda estão dizendo que "é estratégia" 🤦). //6
Também vemos muito isso na ciência, onde a incerteza é parte integrante das descobertas, e a criação de confiabilidade -> confiança -> credibilidade não deveria ser tão "dura" como é em temas com menor nível de incerteza. //7
Justamente por esse grau de incerteza é que eu sempre conclamo o princípio da precaução, trago exemplos de outros locais para mostrar que estamos em sinal "amarelo" no nosso semáforo, que significa ATENÇÃO e não SIGA. //9
Em resumo: 1. estamos totalmente sem rumo / liderança no que tange ao cenário nacional 2. Temos de, justamente por isso, ter mais cautela em nossas decisões.
Cuidem-se e vão com muita calma. Podemos ter reversões nos números da covid-19, é uma possibilidade realista. //10
Mesmo países que se deram "bem" na última onda tiveram reversões da queda. Mesmo os melhores estados dos EUA tiveram reversões.
Caso tenhamos reversão, o cenário de falta de liderança tende a ampliar consequências negativas, então:
Olá, pessoal. Pensei bastante antes de fazer esse fio, mas acredito ser importante deixar o alerta, me mantendo fiel ao princípio da precaução.
Vamos falar um pouco sobre o que está acontecendo com a covid-19 no Brasil e nos outros países? Sigam o fio: 🧶//1
O que é o "princípio da precaução" que eu tanto falo? Ele diz que quando há incertezas que gerem a possibilidade de um risco sério, são necessárias medidas para prevenir o dano decorrente desse risco.
Através dos dados, conseguimos acompanhar o andamento da pandemia em diversos países, e isso nos ajuda a termos uma ideia do que está acontecendo enquanto cobertura vacinal, novas ondas, proporção entre casos e óbitos, entre várias outras características. //3
Ao analisar nossa situação epidemiológica levando em conta nossas vantagens (aceitação vacinal maior, variante Delta demorando pra subir, (ou para ser detectada)) e vendo outros países, me parece que a gestão de risco teria de ser feita nos jovens (não vacinados)+
Além dos grupos de maior vulnerabilidade (que já estão em vias de tomar mais uma dose da vacina), temos consistentemente visto aumentos significativos de hospitalizações por COVID-19 em crianças, o que faz sentido quando juntamos:+
- Variante mais transmissível;
- Poucas (ou nenhuma) barreiras de mobilidade;
- Máscaras menos vedadas nas crianças, principalmente mais jovens;
- Retorno às aulas "com tudo";
- Pessoas vacinadas "baixando a guarda" nos cuidados, mesmo que inconscientemente.+
Oi, pessoal. Acredito que uma olhada rápida no Reino Unido possa trazer algumas perguntas pra gente.
Como estão os dados deles até 25/08? Vemos que a queda foi revertida e estão novamente em um aumento, mas com menor velocidade (tanto em casos/hospitalizações/óbitos). 🧶 //1
Quando ampliamos o gráfico de casos, e marcamos o tal "dia da liberdade" (nome do qual eu não gosto, pois parece que a medida de proteção é algo ruim, uma "algema"), vemos uma mudança de tendência logo após. //2
Aí vem o cerne da questão, que é o ponto em que eu venho martelando há algum tempo: os óbitos. Vejam o gráfico de óbitos ampliado.
Percebemos a ENORME redução, muito provavelmente trazida pelas vacinas. Está aumentando, assim como os casos, mas em proporção BEM menor. //3
Oi, pessoal! Atualizei os painéis (23/08/21) e dei uma olhadinha rápida na situação atual dos casos e óbitos aqui do Brasil, e o que conseguimos ver é a manutenção da desaceleração da queda/formação de platô nos novos casos notificados. Sigam o fio: 🧶 //1
Ao analisarmos por região, percebemos que a região Centro-Oeste já vem quase em um platô (quando o número se mantém estável, sem queda ou aumento), mas isso vindo de uma queda sempre preocupa. //2
Quais estados estão carregando essa tendência? DF e GO. Aliás, até estou achando estranho não ver mais tantas menções a estes estados mesmo com essa curva de casos. Vejam o DF, já claramente reverteu: //3