Oi, pessoal! Atualizei os painéis (23/08/21) e dei uma olhadinha rápida na situação atual dos casos e óbitos aqui do Brasil, e o que conseguimos ver é a manutenção da desaceleração da queda/formação de platô nos novos casos notificados. Sigam o fio: 🧶 //1
Ao analisarmos por região, percebemos que a região Centro-Oeste já vem quase em um platô (quando o número se mantém estável, sem queda ou aumento), mas isso vindo de uma queda sempre preocupa. //2
Quais estados estão carregando essa tendência? DF e GO. Aliás, até estou achando estranho não ver mais tantas menções a estes estados mesmo com essa curva de casos. Vejam o DF, já claramente reverteu: //3
E o Estado de GO vem até com aumento (leve) na taxa de crescimento de novos casos: //4
A região Nordeste continua em uma queda que vem desacelerando bem lentamente. O ideal seria não desacelerar, mas se for, que demore o máximo possível.

Os estados que vem carregando esses números nesse momento são PB e RN.

RN é difícil de acompanhar pq represa bastante: //5
Na região Norte dá pra notar que nos últimos dias a taxa de crescimento de novo casos notificados deu uma "puxada", desacelerando bem a queda, e analisando estado por estado percebi que o principal responsável foi o PA, onde dá pra ver um movimento forte nos últimos dias: //6
Sempre deixando explícito que esse movimento pode ser simplesmente um represamento de casos (pra quem me acompanha a pouco tempo, segue aqui uma explicação desse fenômeno: redeaanalisecovid.wordpress.com/2021/01/04/atr… //7
RR também teve uma mudança nos últimos dias, que contribuiu para essa desacelerada mais brusca da região Norte: //8
Na região Sudeste, a gente vê uma estabilidade, que na verdade não representa muito os estados quando os analisamos separadamente, pois o RJ e o ES puxam pra cima....//9
...e SP e MG puxam pra baixo (mas estão desacelerando lentamente): //10
Na região Sul a gente vê o PR com uma tendência maior de aumento na notificação de casos, seguido por SC, com uma desaceleração que está quase em platô, e o RS ainda em queda, mas desacelerando bem lentamente: //11
Uma coisa que preocupa (e torço para que seja mais problema de dados do que problema real) é a disparidade entre as coberturas vacinais dos estados: //12
De acordo com os dados do Min. da Saúde (opendatasus.saude.gov.br/dataset/covid-…) dispostos no painel feito pela ODS-MG (ods-minas.shinyapps.io/covid-19/), temos alguns estados e municípios com baixa cobertura, o que pode vir a complicar justamente onde as vacinas vem ajudando: agravamento e óbitos. //13
Também temos uma quantidade significativa de pessoas sem sequer uma dose, como podemos ver também no ótimo painel da @DataLagom / @msoares (lagomdata.com.br/vacinas/).

(foco na gurizada, como a gente diz aqui no RS: nenhuma proteção a não ser a própria idade) //14
Nós vimos a incidência de hospitalizações em jovens aumentar nos EUA (covid.cdc.gov/covid-data-tra…), e aqui parece que estamos em um caminho similar em relação a aglomerar os jovens antes de vaciná-los. //15
Outras informações importantes: dá pra ver o início de uma aparente mudança de tendência nos dados da pesquisa da Univ. de Maryland/Facebook (CTIS) para os estados de SP, RS, MT e um aumento mais forte no PR: //16
Em hospitalizações, nos estados de RS e SP (onde acompanho mais de perto), dá pra ver pequenas desacelerações, que ficam mais aparentes ao analisar região por região. Convido todos a acessarem o painel bit.ly/Rede_Hospitais… onde essas nuances ficam mais aparentes: //17
Sabemos, com base nos estudos que temos até o momento e também na situação epidemiológica de outros países que tiveram a onda antes de nós, que há uma probabilidade alta de termos uma redução na proporção de internações/óbitos em relação às outras ondas, o que é ótimo! //18
Porém também sabemos que se mantivermos a transmissão altíssima, mesmo com redução, nosso número absoluto pode ainda ser bem alto, principalmente em comparação com o que vínhamos tendo até 2019.
Exemplifico: //19
- Em 2019 tivemos +/- 5 mil óbitos totais no Brasil por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), por TODAS AS CAUSAS SOMADAS. Isso dá em torno de 14 óbitos por dia.

Vamos supor que havia subnotificação de SRAG e que na verdade fosse O DOBRO: 28 óbitos por dia. Pois bem: //20
Se agora tivermos uma onda que nos deixe com 400 óbitos/dia, apenas de COVID-19, isso será quase 15 (QUINZE) vezes mais do que o DOBRO de 2019. Parecerá uma queda, mas na verdade é um aumento, e um BAITA aumento.
Cabe a nós impedir isso de acontecer. Como? Não transmitindo! //fim
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17 Sep
Olá, pessoal. Pensei bastante antes de fazer esse fio, mas acredito ser importante deixar o alerta, me mantendo fiel ao princípio da precaução.

Vamos falar um pouco sobre o que está acontecendo com a covid-19 no Brasil e nos outros países? Sigam o fio: 🧶//1
O que é o "princípio da precaução" que eu tanto falo? Ele diz que quando há incertezas que gerem a possibilidade de um risco sério, são necessárias medidas para prevenir o dano decorrente desse risco.

Para mais informações: ufrgs.br/bioetica/preca… //2
Através dos dados, conseguimos acompanhar o andamento da pandemia em diversos países, e isso nos ajuda a termos uma ideia do que está acontecendo enquanto cobertura vacinal, novas ondas, proporção entre casos e óbitos, entre várias outras características. //3
Read 43 tweets
14 Sep
Pessoal, como estou vendo uma movimentação em cima do assunto "quando será o normal" eu resolvi trazer gráficos do Infogripe.

Essa é a curva de SRAG dos anos de 2018 e 2019, 2020 e agora 2021.

Prestem atenção na linha pontilhada de "intensidade muito alta": ImageImageImageImage
Estamos no menor nível de 2021? Sim!

Estamos 700% maiores do que o nível chamado de "intensidade muito alta"? SIM!

Como deixamos subir a níveis estratosféricos, agora a queda também tem de ser muito intensa.

Lembrem-se do que era o "pior" até então, não normalizem sem querer.
Dados aqui: infogripe.fiocruz.br

Agradeço sempre ao @marfcg, @leosbastos e equipe.
Read 4 tweets
14 Sep
Sobre a queda de casos abrupta que tivemos nós últimos dias:

1. Foi abrupta demais em alguns estados (como SP) e apenas em casos (óbitos não pareceram ser afetados).

Mini fio: Image
2. Tiveram mudanças no eSUS (obrigado @anarina pela dica), e isso pode ter causado dificuldade na inserção de casos por alguns estados.

Não seria a primeira vez, né @leosbastos?

O pessoal do @contagemcorona1 já buscou informações, vamos aguardar para ver se pode ser algum represamento.

Se for, aí poderemos ter notícias como "aumento forte de casos nos estados X, Y e Z" e na verdade são apenas os casos represados entrando. +
Read 6 tweets
10 Sep
Na gestão, precisamos de líderes: alguém que tome as decisões e nos tire de bifurcações.

Para que as decisões dessa liderança sejam respeitadas, ela precisa oferecer credibilidade, que é constituída por três etapas.

Um fio sobre isso e sobre o que estamos vivendo: 🧶 //1
O primeiro passo é a CONFIABILIDADE, que nada mais é do que prometer e cumprir.

Caso faça uma promessa, cumpra-a. Disse que já entregar uma tarefa até dia X? Entregue.

Disse que ia resolver algo? Resolva.

Disse que era indefinido? Mostre que é realmente indefinido. //2
Caso acumule confiabilidade, ela vai gerando um crédito, que se deposita em forma de CONFIANÇA.

É quando as pessoas que já se beneficiaram previamente da tua confiabilidade elevada começam a ficar mais tranquilas, vai baixando o nível do exato oposto, que é a desconfiança. //3
Read 12 tweets
9 Sep
Ao analisar nossa situação epidemiológica levando em conta nossas vantagens (aceitação vacinal maior, variante Delta demorando pra subir, (ou para ser detectada)) e vendo outros países, me parece que a gestão de risco teria de ser feita nos jovens (não vacinados)+
Além dos grupos de maior vulnerabilidade (que já estão em vias de tomar mais uma dose da vacina), temos consistentemente visto aumentos significativos de hospitalizações por COVID-19 em crianças, o que faz sentido quando juntamos:+
- Variante mais transmissível;
- Poucas (ou nenhuma) barreiras de mobilidade;
- Máscaras menos vedadas nas crianças, principalmente mais jovens;
- Retorno às aulas "com tudo";
- Pessoas vacinadas "baixando a guarda" nos cuidados, mesmo que inconscientemente.+
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27 Aug
Oi, pessoal. Acredito que uma olhada rápida no Reino Unido possa trazer algumas perguntas pra gente.

Como estão os dados deles até 25/08? Vemos que a queda foi revertida e estão novamente em um aumento, mas com menor velocidade (tanto em casos/hospitalizações/óbitos). 🧶 //1 Image
Quando ampliamos o gráfico de casos, e marcamos o tal "dia da liberdade" (nome do qual eu não gosto, pois parece que a medida de proteção é algo ruim, uma "algema"), vemos uma mudança de tendência logo após. //2 Image
Aí vem o cerne da questão, que é o ponto em que eu venho martelando há algum tempo: os óbitos. Vejam o gráfico de óbitos ampliado.

Percebemos a ENORME redução, muito provavelmente trazida pelas vacinas. Está aumentando, assim como os casos, mas em proporção BEM menor. //3 Image
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