Algo que *me parece* (não sou o senhor da razão) que entenderam errado é a função da vacina no momento que ela surge, e como se dá a redução de doenças.
Quando eu ia num show (exemplo), por que eu não me preocupava imediatamente em pegar caxumba, váriola, sarampo? Sigam o fio: 🧶
Não temos essa preocupação pois, nessa ordem:
- A probabilidade de ter o vírus da caxumba/váriola/sarampo num copo de refrigerante que eu compartilho com meu amigo no show é BEM baixa;
- Caso haja, estou vacinado. //2
Por que a probabilidade de ter o vírus é baixa? Pois ao longo do tempo fomos aumentando a cobertura vacinal e reduzindo a população viral na comunidade! É por isso que batemos TANTO na tecla de cobertura vacinal! É por isso que falamos TANTO em vacinar adolescentes //3
Vejam como foi a erradicação da váriola nesse gráfico. O eixo X são *décadas*! Conforme vamos vacinando, vamos vencendo a batalha e reduzindo a probabilidade de ter alguém doente no show, no supermercado, na academia...//4
Agora, com a covid-19 e seu causador, o SARS-CoV-2, temos duas particularidades:
- Estamos no meio do processo de cobertura vacinal;
- Este virus anda muito bem pra lá e pra cá em pessoas quase saudáveis, os "assintomáticos" (as vezes até tem sintomas mas são muito leves). //5
Ou seja: HOJE (setembro de 2021), a probabilidade de eu encontrar o vírus SARS-CoV-2 ao ir no mercado/show/academia/etc. é muito, muito alta.
Basta ver os casos *detectados* da última semana na sua cidade!! //6
Então a probabilidade de contrair a doença vem da soma dessas duas camadas de proteção, que se retroalimentam:
- Pouca probabilidade de encontrar um doente/vírus;
- Caso aconteça, estou vacinado e com a minha "armadura" formada. //7
Usei o exemplo da armadura pois é mais ou menos assim que funciona o tempo necessário para a vacina ir nos protegendo! É como ela fosse sendo instalada com a passagem do tempo (por isso intervalo entre doses). (sigam @LeSarturiP, @mellziland, @MarceloBragatte) //8
Então a gente precisa entender que por mais que os casos estejam caindo, a quantidade viral na população ainda é enorme, e estamos AINDA em situação de emergência, por isso:
- Máscaras de boa qualidade (PFF-2) BEM VEDADAS;
- Ventilação/ar livre;
- Distanciamento físico. //9
Sobre a queda de casos e sobre como ainda temos de estar extremamente cautelosos e vigilantes, fiz esse fio:
E assim: eu sou analista de dados, gente. Esse conhecimento eu aprendi na escola, com meus pais e agora com meus pares e grandes amigos aqui. É um conhecimento "simples" que precisa ser comunicado constantemente, para que todos entendamos que estamos num PROCESSO. //11
Recapitulando: 1- Probabilidade de encontrar o SARS-CoV-2 por aí: *muito alta* 2- Proteção da vacina contra agravamento e óbito: *muito alta*
Precisamos baixar o item 1 enquanto aumentamos a cobertura vacinal pra dar o item 2 pra todo mundo!
Vacinem-se, vacinem seus filhos, tomem a dose de reforço caso esteja disponível para a sua idade.
E, no momento atual, ao decidir fazer uma atividade, lembrem da incidência! //14
Quando falo na incidência, pensem na probabilidade de ter o vírus naquele local, seja no ar (se for um local fechado mal ventilado) ou em alguma pessoa que está nesse local, se ela não estiver testada. //15
Por fim, um vídeo bem simples que fiz em dezembro de 2020 tentando explicar sobre cobertura vacinal com bonequinhos de Lego: //16
Olá, pessoal. Pensei bastante antes de fazer esse fio, mas acredito ser importante deixar o alerta, me mantendo fiel ao princípio da precaução.
Vamos falar um pouco sobre o que está acontecendo com a covid-19 no Brasil e nos outros países? Sigam o fio: 🧶//1
O que é o "princípio da precaução" que eu tanto falo? Ele diz que quando há incertezas que gerem a possibilidade de um risco sério, são necessárias medidas para prevenir o dano decorrente desse risco.
Através dos dados, conseguimos acompanhar o andamento da pandemia em diversos países, e isso nos ajuda a termos uma ideia do que está acontecendo enquanto cobertura vacinal, novas ondas, proporção entre casos e óbitos, entre várias outras características. //3
Na gestão, precisamos de líderes: alguém que tome as decisões e nos tire de bifurcações.
Para que as decisões dessa liderança sejam respeitadas, ela precisa oferecer credibilidade, que é constituída por três etapas.
Um fio sobre isso e sobre o que estamos vivendo: 🧶 //1
O primeiro passo é a CONFIABILIDADE, que nada mais é do que prometer e cumprir.
Caso faça uma promessa, cumpra-a. Disse que já entregar uma tarefa até dia X? Entregue.
Disse que ia resolver algo? Resolva.
Disse que era indefinido? Mostre que é realmente indefinido. //2
Caso acumule confiabilidade, ela vai gerando um crédito, que se deposita em forma de CONFIANÇA.
É quando as pessoas que já se beneficiaram previamente da tua confiabilidade elevada começam a ficar mais tranquilas, vai baixando o nível do exato oposto, que é a desconfiança. //3
Ao analisar nossa situação epidemiológica levando em conta nossas vantagens (aceitação vacinal maior, variante Delta demorando pra subir, (ou para ser detectada)) e vendo outros países, me parece que a gestão de risco teria de ser feita nos jovens (não vacinados)+
Além dos grupos de maior vulnerabilidade (que já estão em vias de tomar mais uma dose da vacina), temos consistentemente visto aumentos significativos de hospitalizações por COVID-19 em crianças, o que faz sentido quando juntamos:+
- Variante mais transmissível;
- Poucas (ou nenhuma) barreiras de mobilidade;
- Máscaras menos vedadas nas crianças, principalmente mais jovens;
- Retorno às aulas "com tudo";
- Pessoas vacinadas "baixando a guarda" nos cuidados, mesmo que inconscientemente.+
Oi, pessoal. Acredito que uma olhada rápida no Reino Unido possa trazer algumas perguntas pra gente.
Como estão os dados deles até 25/08? Vemos que a queda foi revertida e estão novamente em um aumento, mas com menor velocidade (tanto em casos/hospitalizações/óbitos). 🧶 //1
Quando ampliamos o gráfico de casos, e marcamos o tal "dia da liberdade" (nome do qual eu não gosto, pois parece que a medida de proteção é algo ruim, uma "algema"), vemos uma mudança de tendência logo após. //2
Aí vem o cerne da questão, que é o ponto em que eu venho martelando há algum tempo: os óbitos. Vejam o gráfico de óbitos ampliado.
Percebemos a ENORME redução, muito provavelmente trazida pelas vacinas. Está aumentando, assim como os casos, mas em proporção BEM menor. //3