Acabamos de passar por uma situação exatamente igual com uma startup. E não terminou bem: clima péssimo, pessoas pedindo demissão e no final tivemos que rescindir contrato. Um problema com a cultura de startup é a crença que com motivação se faz qualquer coisa… explico…
Leia a thread, ela é longa e super educativa: PM e CEO acreditam que velocidade se aumenta com times maiores. O que era um problema de estratégia de produto vira um problema de contratação, onboarding, métricas, qualidade de software e cultura. Quase nunca da certo…
Onde aperta mais: em quem está realmente fazendo o trabalho, não em quem está planejando o trabalho. E startups tem a péssima cultura de cultivar o heroísmo das pessoas. Quem mais trabalha, mais faz hora extra, mais responde msgs é visto como exemplo… Sabemos onde isso leva
As conversas sobre produto tendem a ser uma relação entre braços X features, e não sobre priorização. E a maneira que gestores entendem para ampliar a quantidade de trabalho: fazer força extra, discursos de motivação, convites ao heroísmo: isso só gera mais indignação
Não há como sair desse ciclo vicioso inteiro… e não é à toa que a rotatividade é tão alta nessas empresas. Do nosso lado, acreditar que podemos mudar um pouco essa cultura é um erro que espero não cometer mais na lambda3.
Obrigado pela indicação de thread @oliviagj :)
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Esse mês estamos completando 10 anos de existência, e tenho usado meu tempo livre pra refletir sobre o que significa isso.
Criamos a @lambdatres para ser um espaço que sempre quisemos trabalhar: transparente, excelente tecnicamente e de impacto maior que os boletos de fim de mês
Na época existia a ânsia de provar que éramos capazes: de criar uma empresa focada em agilidade, num modelo de gestão democratico e que software funcionando em produção fosse realmente nossa medida de progresso. Perdi a conta das vezes que ouvi: isso é impossível, não duram 1 ano
E os anos foram passando, clientes nos contratando, crescemos o time, e aqui seguimos - maiores, mais robustos e desafiando um monte de premissas tradicionais no mercado, inclusive crescendo nesse momento desafiador que enfrentamos
Estampo a reportagem na @exame sobre a atual demanda de devs no mercado brasileiro. Estou feliz? Demais! Trabalho há 20anos com isso e eh um sonho antigo estar numa reportagem falando sobre coisas que acredito. Mas eh importante falar de também das tretas
Para que 1 parágrafo saísse nessa reportagem, foram 3 horas de conversa explicando o contexto, o histórico e o posicionamento atual que estamos vendo no mercado, mas no final, quem escreve a história tem seu próprio posicionamento (não existe imparcialidade no jornalismo)
Não existe controle por parte de nenhuma das pessoas que aparecem ali. Expliquei minha posição em outra thread e em artigo, vale ler. Mas o fato é real: existe uma imensa demanda, poucas oportunidades pra quem está começando, e uma pressão de crescimento (“Unicorn flow”) no BR
Todas as novas contratações da @lambdatres fazem um onboarding comigo e com o @vcavalcante falando sobre a história da empresa, valores, atuação do dia a dia. Tentamos sempre desmistificar o trabalho que fazemos (como sócios e como empresa) - tendo um papo super reto:
Se eu puder dar 1 única dica para qualquer pessoa no processo é: faça perguntas! Não hesite em pedir apoio das pessoas ao seu redor! Todos estão dispostos a ajudar!
O maior medo das pessoas que chegam e falam conosco eh não parecer “um peso” para o time: fazendo perguntas demais, dizendo que não sabe uma tecnologia ou pedindo ajuda. O que a gente mais espera das pessoas: que elas questionem, peçam ajuda e busquem apoio dos pares!
Há algum tempo eu questiono qualquer abordagem de transformação, seja digital ou ágil, que seja empurrada por consultorias, na tentativa de entrar no vagão da inovação. Questiono a efetividade e a durabilidade dessas abordagens
Questiono inclusive se existe alguma outra forma de transformação que não seja a sobrevivência do negócio
Primeiro porque uma consultoria não transforma ninguém - essa eh uma premissa da própria empresa. E segundo porque existe o questionamento: transformação mesmo ou apenas fazendo as mesmas coisas com práticas diferentes?
280 horas no mês. Esse é o ritmo de trabalho que uma prima está trabalhando como Júnior em um banco de investimentos. "Eu achei que era mentira quando você me disse que as pessoas ficavam 16 horas no escritório - ninguém consegue"- disse ela, chorando. Os chefes fazem 320 /1
Um trabalho totalmente burocrático de fazer relatório no Excel pra uma mina engenheira que acreditou no sonho de ficar rica e na possibilidade de bônus gigantes. Expliquei pra ela como funciona a roda abusiva desses locais:
O salário é bom, acima da média do que vc esperaria. Tem sempre muito trabalho pra fazer, tudo pra ontem e você acaba fazendo hora extra: se ficar até mais tarde tem adicionar noturno - no início é incrível a possibilidade de fazer alguma horas a mais e ganhar 🤑🤑🤑