1/O retorno de Sergio Moro ao rol de possível candidatos a presidente prova a falta de rumo da direita liberal para 2022. Apostar no ex-juizdepois de tudo é como um time que aposta no chuveirinho para fazer um gol salvador. Pode dar certo, mas em geral dá errado+
2/Se tivesse deixado a magistratura em 2018, Moro teria chances reais de ganhar. O espírito do tempo era por alguém que representasse a antipolítica. Acabou sendo Bolsonaro, a quem Moro primeiro ajudou com decisões nas vésperas da campanha e depois apoiou ao aceitar ser ministro+
3/Moro foi um péssimo ministro. Cedeu às pautas pró-armas e PMs de Bolsonaro, não avançou na agenda anticorrupção no Legislativo e foi incapaz de explicar o conluio entre os procuradores da Lava Jato, que depois serviram para o STF anular parte das investigações+
4/Quando foi escanteado pelo presidente, Moro saiu sem apoiar as investigações abertas no Supremo Tribunal Federal que poderiam então levar à responsabilização pessoal do presidente para impedir as investigações de corrupção de Flavio Bolsonaro+
5/Moro continua sendo uma personalidade popular na classe média do Sudeste. Quando o seu nome é colocado nas pesquisas, pontua pouco abaixo dos 10% das intenções de voto. É bastante para torná-lo um ótimo cabo eleitoral da direita liberal, mas não é um game changer+
6/Ele só voltou a se interessar pela candidatura porque teme _ com razão_ que uma vitória de Lula vá reescrever o seu papel na história. É uma aventura ególatra, não uma tentativa real de apresentar um projeto de país que seja diferente do de Bolsonaro e do de Lula+
1/Ideia para livro: a dinâmica da relação do capitalismo brasileiro com o Estado. Pioneiro da industrialização, o visconde de Mauá, foi um dos homens mais ricos do mundo e deve parte de sua ascensão e muito da sua queda às intrigas nos governos saquaremas do Brasil Império+
2/Primeiro magnata da mídia, Assis Chateaubriand, perdeu seu poder os militares. A Odebrecht nunca chegaria ao que foi sem Antonio Carlos Magalhães. Eike Batista e os ainda bilionários irmãos Batistas não se tornariam fenômenos sem o balaio de políticos que financiaram+
3/Seria impossível contar a história do capitalismo sob o governo Bolsonaro sem dois exemplos, Luciano Hang e a rede de planos de saúde Prevent+
1/Só existe uma coisa pior para os candidatos a presidente do que perder a eleição do ano que vem. Ganhar a eleição. Mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, quem assumir em janeiro de 2023 herdará um País quebrado economicamente e rachado politicamente+
2/Seja lá quem ganhe em 2022 vai pegar o Brasil em frangalhos. Não tem salvador da pátria”, disse um dos maiores acionistas do Itaú-Unibanco, Alfredo Setúbal.
aos repórteres Rennan Setti e Mariana Barbosa, do jornal O Globo, (blogs.oglobo.globo.com/capital/post/s…)+
3/"Sem reformas, com o setor privado mais cauteloso em ano eleitoral, já tem gente falando em 0,5% de crescimento em 2022. Isso é zero. Se não fizermos nada, vai continuar essa porcaria dos últimos 40 anos, com crescimento potencial de 1,5%, 2%. A gente vai ficar para trás…"+
1/Nunca desde o retorno da democracia, um presidente precisou afirmar com todas as letras que não pretende dar um golpe de Estado. "Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero”, disse Bolsonaro à @VEJA. Olha só: vai ter eleição, não vou melar, fique tranquilo, vai ter eleição”+
2/Ameaças anteriores e o hábito compulsivo de mentir do presidente permitem colocar em dúvidas as declarações na entrevista, mas não alteram o seu efeito simbólico. Um presidente que precisa vir a público afirmar que não vai dar golpe é um presidente acuado+
3/Questionado sobre os motivos da carta pós-7 de Setembro, que decretou trégua com o STF, Bolsonaro revelou que pessoas do seu entorno que defendiam um golpe. Não disse quais e nem detalhou as circunstâncias. Disse Bolsonaro:
1/Quem quer que assuma em 2023 _Bolsonaro, Lula, Ciro, Doria, quem for_ vai herdar um "tamos lascados", na honesta definição do Gil do Vigor. O País vai estar ainda mais dividido, economia em frangalhos, sociedade convalescente no pós-pandemia, militares fora dos quartéis...+
2/Goste ou não, o presidente pós-2023 vai precisar de uma coalizão política sólida, que permita sair do lamaçal que o Brasil chafurda desde a campanha presidencial de 2014+
3/Para cada demanda há sempre uma oferta, e presidente pós-23 tem 3 opções de "fiadores da governabilidade". Essa disputa vai ser tão sangrenta quanto a presidencial+
1/Faltando pouco mais de um ano para as eleições, as pesquisas mostram que Lula lidera todos os cenários (podendo vencer no 1.o) e que a presença de Bolsonaro no 2.o turno não é tão certa assim+
sabe aqueles filmes do Tarantino com impasse mexicano, onde mais de duas pessoas estão apontando as armas uma para as outras? É mais ou menos isso que estamos passado. Bolsonaro mira em Alexandre de Moraes e Rodrigo Pacheco, mas não pode confiar totalmente em Arthur Lira+
2/Moraes mira em Bolsonaro, mas também em Lira, cujos processos no STF pode ressuscitar em breve. Lira, por sua vez, só ganha se Bolsonaro sair ferido do tiroteio e precisar da sua ajuda. Rodrigo Pacheco só viabilizaa candidatura se Bolsonaro estiver morto+
3/A única certeza é que, como nos filmes de Tarantino, haverá sangue.