0. Recordamos por que o “Dia do Professor” é celebrado no dia 15 de outubro? Siga o fio!
1. Antonieta de Barros, professora, escritora e jornalista, a primeira mulher negra a ocupar um mandato parlamentar no Brasil, teve atuação destacada na vida cultural em Santa Catarina.
Como política, com cargo de deputada estadual, ela propôs o “Dia do Professor”, tornado lei estadual em 1948.
2. O feriado somente se tornou nacional em 14 de outubro de 1963, durante o governo de João Goulart. Como o texto da Lei N. 52.682 não menciona Antonieta de Barros, vale a recordação.
3. Mas por que se escolheu o dia 15 de outubro? Porque nesse dia, em 1827, Dom Pedro I promulgou a Lei que:
“Manda criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império.”
“Art. 3º Os presidentes, em Conselho, taxarão interinamente os ordenados dos Professores, regulando-os de 200$000 a 500$000 anuais, com atenção às circunstâncias da população e carestia dos lugares (...).”
5. É possível ter uma ideia atualizada desses valores? Sim – e graças ao trabalho precioso de José Marcelino Rezende Pinto:“Em valores de 2009, esses salários representariam, respectivamente, R$ 1.138 e R$ 2.846, mensais, considerando 13 salários por ano. Não deixa de ser curioso
que o piso aprovado em 2008, de R$ 950, em valores de janeiro daquele ano, atualizado para janeiro de 2009, com base no índice definido pela legislação, e que considera a variação do valor mínimo do Fundeb para as séries iniciais do ensino fundamental, corresponda a R$ 1.128/mês,
6. Aqui, o verdadeiro nó górdio da educação no Brasil, sobretudo da educação básica. Somos um país que nunca valorizou o trabalho, jamais remunerou adequadamente o trabalho docente e muito menos buscou criar infraestrutura duradoura para a educação.
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1. Por que os bolsonaristas amam odiar o Paulo Freire nunca lido? Freud explica — literalmente.
2. O “mal-estar na civilização” é aqui o conceito-chave. No pequeno texto de 1932, “Por que a guerra?”, carta endereçada a Albert Einstein, Freud sintetiza em 4 páginas todo um livro.
3. Síntese inigualável da “teoria dos instintos” em 4 páginas magistrais. São dois: instintos eróticos e instintos de agressão/destruição. Não se trata de atribuir “valores” positivos ou negativos, mas de entender que a vida se articula na necessária relação dos dois instintos.
4. Conflito é o motor da psicanálise freudiana: o sujeito luta consigo mesmo para equilibrar as pulsões instintuais e a impossibilidade social de realizar plenamente todos os seus desejos. Por isso, em alguma medida, somos todos potencialmente neuróticos, isto é, reprimidos.
1. É urgente entender o efeito devastador da midiosfera bolsonarista na criação do maior laboratório mundial de dissonância cognitiva: a realidade paralela Brasil. Esta “manchete” circula em vários grupos. O inglês absurdo é antes de tudo espelho da percepção distorcida do mundo!
2. Logo após o “anúncio” do The Washington Post, várias mensagens “apolíticas” (calma! não escrevi apocalípticas) esclarecem o fenômeno decisivo: a guerra cultural tornou-se uma forma de vida, modelo mesmo de sociabilidade. Militância mais engajada não há: é o próprio dia a dia
3. Contudo, o caos das centenas (nada menos!) de mensagens diárias é domesticado pelo sentido único, autêntico mantra: reeleição de bolsonaro. Eis o que enfrentamos: caso inédito de dissonância cognitiva envolvendo dezenas de milhões de pessoas, bonbardeadas pela midiosfera 24/7.
1. Vamos entender quem é Javier Milei? Sua inserção na mídia brasileira com "naturalidade", sem advertir o público leitor de suas reais propostas e, sobretudo, comportamento midiático, é um problema sério.
2. Milei é parte de um fenômeno continental: think tanks de direita e até
de extrema-direita têm financiado "intelectuais" e profissionais liberais (especialmente, economistas) que assumem o mesmo comportamento público: defesa de pautas ultraliberais e do estado mínimo; agressividade verbal incomum; xingamentos e palavrões. brasil.elpais.com/internacional/…
3. Nesse projeto, há outros nomes: Gloria Álvarez, da Guatemala, é a pop star do movimento; em 2015 já esteve no Roda Viva, e é pré-candidata à presidência; Axel Kaiser, no Chile. Todos com intensa presença midiática. No Brasil, um Rodrigo Constantino. opendemocracy.net/es/democraciaa…
1. Este fio é inspirado no podcast do @manobrown e sua disposição para dialogar. Vamos lá?
Eis um livro ideal para entrar em contato com a rica e extensa obra de Edward Said. Uma série de diálogos com o escritor e jornalista David Barsamian, que recapitula os temas definidores
do pensamento e da militância de Said.
2.O sumário deixa clara a vocação panorâmica do livro. Repare numa palavra-chave da trajetória de Said: “revisited” — às vezes, “reconsidered”. O pensador sempre soube reavaliar suas posições, sem receio de eventuais “patrulhas”.
3. Destaco um diálogo em torno de tema explosivo, “The Politics and Culture of Palestinian Exile”. A tensão cresce pergunta a pergunta, chegando a um ponto culminante numa questão difícil (no final da página). A resposta de Said sempre me comoveu intelectualmente — ainda hoje.
1. Podemos caracterizar o "método Leandro Narloch" de revisionismo? Sim! Fazê-lo é passo necessário para superar o efeito reacionário de sua escrita, polida na aparência, mas brutalíssima em sua essência.
2. Brilhante o artigo de @thiamparo sobre o texto de Leandro Narloch.
Thiago Amparo vai além e toca o dedo na ferida que bem pode gangrenar a própria democracia brasileira. Nesse sentido, a última frase de sua coluna já nasceu antológica:
3. Como evitá-lo? Veja o exemplo discutido por @thiamparo : Narloch parte de um dado concreto, mas que é sistematicamente descontextualizado e mesmo distorcido, de modo a apagar toda a história, substituída por meras anedotas, cuja finalidade é "suavizar" o passado escravocrata.
1. Vamos analisar o espantoso "hino" da Prevent Senior, obtido pela @GloboNews ? Comecemos pela música: marcha militar, tom monocórdico, alteração alguma, pura monotonia, paisagem sem horizonte, que reitera e repisa ecos autoritários de triste memória.
2. Passemos à letra, ainda mais espantosa do que a música?
"Nascemos para trilhar
Um caminho a desbravar
Nascemos para viver
de lutas até morrer"
De forma macabra, a proximidade inquietante entre os verbos "viver" / "morrer" parece antecipar os horrores que agora vem à tona.
3. "Até morrer"? É um lema? Morrer pelo lucro? Morrer em função de "cuidados paliativos"? Repare que o verbo protagonista dos versos não é viver, pois se vive "de lutas até MORRER" - eis o eixo da letra, o espírito que preside a composição. Aliás, espírito revelado na sequência: