O Brasil é uma terra de doidos. Isso a gente já sabe.
Testemunhamos uma insanidade por minuto.
Mas nada - NADA - me espanta tanto quanto encontrar gente que defende a nova tomada "brasileira".
Meu pai havia falecido e eu resolvi fazer uma pequena reforma na casa da minha mãe.
Fui à loja de material de construção comprar tomadas.
Me mostraram uma coisa bizarra.
"Não quero isso, eu quero a tomada normal", eu disse ao balconista.
"Essa é a normal agora", disse ele.
"Como assim?", eu perguntei. "Mudaram o padrão de tomadas do país inteiro?"
Mudaram.
No Brasil é assim: enquanto você está cuidando da sua vida tem alguém, em algum lugar do Estado, planejando te saquear.
"Mas os aparelhos da minha mãe são todos do padrão americano!"
"Compra uns adaptadores", sugeriu o balconista.
Os adaptadores eram CARÍSSIMOS.
"Não tem nenhum lugar onde eu possa comprar o modelo de tomada antigo?", perguntei.
"Não. A venda foi proibida", disse o lojista.
Acompanhe a lógica:
Vamos trocar as tomadas do país inteiro por essa nova, que é mais segura.
Você gasta uma fortuna.
Aí, como seus aparelhos são padrão americano, você gasta outra fortuna comprando adaptadores QUE NEUTRALIZAM O BENEFÍCIO DA SEGURANÇA.
A segurança da nova tomada depende de um aterramento adequado da instalação, QUE A MAIORIA DAS RESIDÊNCIAS NÃO POSSUI.
Além, é claro, de elevar os custos de todos os fabricantes de aparelhos, que agora precisam fazer uma versão especial com a tomada "brasileira".
Então.
E tem gente que aplaude essa bizarrice.
"Aplicaram vultosos recursos públicos em diárias, transportes, horas extras, alimentação para que fiscais do Inmetro vasculharam cada lojinha das capitais e interior em busca de autuação de quem não devolvesse os estoques dos modelos antigos!"
A questão da maconha, que muitos classificam de menor, é muito mais grave hoje do era antigamente.
Só entre 1995 e 2015 o conteúdo de THC - o componente psicoativo da maconha - aumentou 212%.
Isso é gravíssimo.
De acordo com o estudo Monitorando o Futuro de 2014 (*), a maconha é de longe a droga mais consumida por adolescentes.
Desde a legalização da maconha no Colorado, o uso de maconha em adolescentes e pessoas até 25 anos tem aumentado constantemente, ultrapassando a média nacional.
De acordo com o Departamento de Saúde Pública do Colorado, em 2015 o condado de Pueblo teve a maior prevalência de uso de maconha por alunos do ensino médio: 30% dos alunos usam a erva.
Vou explicar para quem ainda não entendeu: da mesma forma que terroristas do Oriente Médio usam a população local como escudo humano, os narcotraficantes do Rio usam a população das favelas para proteger seu negócio.
Os grandes entrepostos de distribuição de drogas estão em favelas, não porque os traficantes são pobres coitados sem oportunidades. Eles estão lá porque a população local - inclusive mulheres, crianças e idosos - serve como escudo humano e sistema de alerta contra a polícia.
Toda a vez que você ver uma manchete que diz “jovem trabalhador baleado em troca de tiros” lembre-se disso.
Muita gente me pergunta “o que posso fazer para ajudar na luta contra a tirania e a insanidade?”
Eu sempre respondo que tudo começa com as ideias certas.
O poder das ideias - e da informação - é gigantesco.
Compre, leia e dê um dos meus livros de presente de natal.
Meu primeiro livro é “Ou Ficar a Pátria Livre“ (amzn.to/2SEv0IF ), que fala de política e ideologia. A edição em papel está esgotada, e o livro só está disponível em formato Kindle na Amazon.
Meu segundo livro é “Jogando Para Ganhar: Teoria e Prática da Guerra Política” (amzn.to/39FC1ym), lançado pela LVM Editora, disponível em algumas livrarias e na Amazon. O livro tem capítulos sobre Saul Alinsky e David Horowitz, teóricos da esquerda e da direita.
Já eram quase 10 da noite de um feriado. Chovia e fazia frio.
Havia a expectativa de que eu preparasse o jantar. Mas me enrolei com o trabalho e, de repente, ficou tarde.
Decidimos ir ao mercado, meu filho e eu, trazer um frango, uma salada, qualquer coisa simples.
Quando procurava vaga para o carro notei um vulto em pé na calçada.
Ele segurava algo com uma mão e com a outra fazia aqueles sinais que os flanelinhas fazem, e que, de alguma forma, acham que ajudam o motorista a estacionar.
Parei o carro e descemos, João e eu.
O homem devia ter uns 40 e poucos anos. Usava um boné. Segurava uma embalagem de ovos - daquelas de duas dúzias - e tinha no rosto uma expressão terrível.
Desespero.
Ele murmurou alguma coisa. Não me lembro das palavras. Lembro que não pediu dinheiro.
Pediu comida.