Mesmo com um pé em 2022, o nazismo, assim como o genocídio cometido pelo regime e seus colaboradores, continuam usados em falsas analogias e com distorções de fatos históricos.
Agora, é a vez dos direitos e deveres da população frente à vacinação e a imunização. Segue o fio!
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Precisamos desmistificar a suposta relação entre nazismo e a vacinação compulsória.
No início dos anos 30, ideias "anti-vax" misturavam-se com antissemitismo e teorias da conspiração. Com isso, houve uma flexibilização das vacinações.
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Segundo o historiador alemão Malte Thiessen, "o Terceiro Reich anunciou a transição da coerção para a ação voluntária". Em 1936, por exemplo, os alemães não precisavam mais comprovar que haviam tomado vacina contra a varíola para frequentar a escola secundária.
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O contexto se torna ainda mais crítico quando analisamos provas que fundamentam que uma política de vacinação nazista obrigatória teria atuado contra seus objetivos genocidas.
Em outras palavras, a vacinação compulsória teria justamente dificultado o Holocausto.
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Esta é a capa do livro "Hitler's Table Talk", que registra monólogos do ditador transcritos entre 1941 a 1944.
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Aspas: "No campo da saúde pública, não há nenhuma necessidade de estender para às “raças-submissas” os benefícios de nosso próprio conhecimento. Isso só resultaria em um enorme aumento das populações (...) A vacinação obrigatória será confinada apenas aos alemães..."
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Em 1942, assim escreveu Martin Bormann em 8 Princípios para o Governo dos Territórios Orientais: "Os escravos devem trabalhar para nós. Na medida em que não precisamos mais deles, podem morrer. Portanto, a vacinação obrigatória e os serviços de saúde alemães são supérfluos."
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Os nazistas desprezaram a demanda por vacinas. Relaxaram a vacinação para seu povo e não forneceram aos “sub-humanos”.
O enfraquecimento das políticas de saúde pública em nome de uma suposta garantia de direitos individuais é uma característica do nazismo; não o contrário.
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Cada cidadão tem o direito de se posicionar sobre a vacina, os "passaportes" e afins. No entanto, não podem se utilizar da desonestidade histórica e científica para contaminar o debate público.
Comparar a obrigatoriedade de vacinação ao nazismo é uma grande mentira.
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Este fio foi inspirado na compilação de dados realizada pelo historiador Malte Thiessen, pelos jornalistas Branko Marcetic e Rob Rose, e pelo dr. Dvir Abramovich, presidente do braço australiano da Anti-Defamation League (ADL).
Henry Orenstein nasceu em 13 de outubro de 1923, em Hrubieszów, Polônia.
Em 1944, após ser preso em Budzyn, um campo de trabalho nazista, os oficiais ordenaram que todos os cientistas e matemáticos se registrassem na administração do local.
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“Naquela época, ouvimos dizer que, dias antes, haviam matado todos os 17 mil prisioneiros judeus em Majdanek. Pensei que nossa vez estava chegando”, disse Henry.
Então, para ganhar tempo, inscreveu-se junto com seus três irmãos, embora não fossem cientistas ou matemáticos.
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Esses prisioneiros, poupados, foram enviados a uma unidade especial, responsável por desenvolver uma arma.
Contudo, os problemas matemáticos que Henry precisava resolver eram simples e ele, junto com dois irmãos, sobreviveram. Seus pais, uma irmã e um irmão foram assassinados.
Às quintas-feiras, o Museu relembra ações e iniciativas que ajudam na construção da memória do Holocausto no Brasil.
O #tbt de hoje é o evento online "Negacionismos e Revisionismos: debates em torno dos 'assassinos da memória'", realizado em maio de 2020.
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A política nazista em muito contribuiu para promover a negação do Holocausto ainda durante a Guerra.
Mas, e hoje, quais os interesses por trás deste fenômeno? O que diferencia o negacionismo do revisionismo? Como definir o revisionismo ideológico, tão discutido na atualidade?
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O evento online contou com a participação de Michel Ehrlich, mestre em História e coordenador de História do Museu do Holocausto de Curitiba; e Makchwell Coimbra Narcizo, doutor em História pela UFG e autor de "A negação da Shoah e a História" - Casaletras (2019).
Gertrud Kauders nasceu em Praga, no então Império Austro-Húngaro, em 1883.
Após a ascensão do nazismo, já como porção da antiga Tchecoslováquia, a maior parte de sua família fugiu do país e pediu que ela fizesse o mesmo - mas Gertrud decidiu ficar.
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À medida que o horror dos planos para os judeus foi descoberto, a artista recorreu a uma amiga íntima, Natalie Jahudkova, para esconder sua arte.
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Elas eram estudantes na Academia de Belas Artes de Praga, e ficaram próximas enquanto faziam viagens com seu professor, o artista Otakar Nejedly, para pintar paisagens e cidades da França e da Itália.
A "primeira aventura literária" da professora Iara Feldman, graduada em História e mestre em Psicologia, só poderia estar relacionada a uma história de superação e de resiliência.
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Sua obra "Sobrevidas", lançada em 2021, tem como inspiração a saga do senhor Naftali Stern, sobrevivente do Holocausto, que vive em Israel.
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Iara o encontrou lúcido e saudável, apesar dos 94 anos de vida, e ainda ativo: dava aulas de reforço escolar para crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem.
Mesmo estarrecidos, o Museu havia decidido por não comentar o episódio lamentável do comentarista da TV Jovem Pan.
Em primeiro lugar, para evitar visibilidade e adeptos ao seu discurso. Segundo, porque medidas práticas foram tomadas por instituições judaicas.
No entanto...
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... a dificuldade de interpretação de sua narrativa jocosa e supostamente irônica, aliada à tentativa de inserir o Holocausto no debate político-partidário, obrigou o Museu se posicionar - mesmo tardiamente.
Contribuímos com conteúdo sério para o debate em torno da Shoá.
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Sugerir que ele recomendou o confisco de bens de judeus para alavancar a economia brasileira denota uma interpretação desonesta de sua fala.
Isso não significa, no entanto, que erros históricos crassos e a reprodução de mitos antissemitas não tenham sido reproduzidos. Vejamos.
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Programação do 1º Congresso Internacional sobre Ensino do Holocausto e Educação em Direitos Humanos, promovido pelo O Museu do Holocausto de Curitiba, em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a Universidade de Pernambuco.
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Todas as ações do evento acontecerão via Zoom, sem transmissão ao vivo em nenhum outro canal. Posteriormente, ao fim do congresso, os materiais serão compartilhados no Canal do YouTube do Museu do Holocausto de Curitiba.
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➡️ Lembramos que as inscrições para participantes ouvintes encerram amanhã, 18 de novembro.