Descobriram que Bolsonaro não tem empatia. Daí, a conclusão lógica que tiraram é que ele é "psicopata", não que isso faz parte do seu projeto de governo. Ignoram, porém, que ele não toca esse projeto sozinho e tem apoio de ministros, militares, burguesia. Todos são psicopatas?
É fácil demais dizer que o problema é única e exclusivamente uma questão psicológica do Bolsonaro. Só que isso não responde nada, não ajuda em nada e só despolitiza a questão.
Ele continua tendo o apoio da classe dominante, independente do seu projeto genocida. Ele continua tendo o apoio e o aval das forças armadas. Ele continua tendo amplo apoio político. O fundamentalismo religioso continua do lado dele.
Seria correto presumir que todos esses setores são constituídos por "psicopatas"? Faz sentido dizer que todo esse fenômeno político pode ser explicado por fatores psicológicos individuais? Não faz mais sentido pensar que tudo isso é a materialização de um projeto político?
É muito estranho que as pessoas aceitem tão facilmente a tese de que seu projeto político continua tendo força, mas que, ao mesmo tempo, é resultado de uma "psicopatia". Ora, se esse projeto tem força, é justamente porque ele é um fenômeno social, político, não individual.
E de novo: nada que esse v3rme g3nocida faz é sozinho. Nada! Portanto, não se trata de um rompante de "desrazão", de "maldade" ou qualquer outra categoria moral que se queira ateibuir. É apenas o projeto político do capital levado às últimas consequências. Simples.
Qualquer outro representante da burguesia levaria a cabo o mesmo projeto. Talvez com a diferença de usar um sapatênis ou saber construir uma frase minimamente coerente, mas todos fariam sim a mesma coisa. Porque esse é o projeto burguês. Não se enganem.
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Esses dias uma pessoa comentou em um post meu "criticar é fácil. Quero saber o que você faria" (contexto: era um post crítico às CT's). O comentário foi tão ridículo que na hora só respondi que eu não era ministro da saúde nem coordenava nenhuma pasta na saúde kkkkk
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Depois fiquei pensando: taí, seria um bom exercício pensar em uma política de saúde mental sob uma perspectiva revolucionária. Guardei essa ideia, mas acho que em 2022 bem que poderia haver uma organização pra construir uma proposta de programa antimanicomial coletivo.
Uma espécie de carta de compromisso para as candidaturas de esquerda, algo assim. Documento esse, claro, orientado pelos princípios do SUS e da reforma psiquiátrica brasileira. Seria interessante, né?
Será que não seria o caso do movimento antimanicomial parar de se referir às "Comunidades Terapêuticas" como "Comunidades Terapêuticas"?
Explico:
1) O termo Comunidade Terapêutica surge de uma experiência de desinstitucionalização e reforma psiquiátrica inglesa, desenvolvida por Maxwell Jones. No entanto, essa experiência nada tem a ver com o que conhecemos por "Comunidade Terapêutica" no Brasil.
A ideia do idealizador da Comunidade Terapêutica era desenvolver uma modalidade de cuidado pautada na democratização das relações, horizontalidade institucional, na aprendizagem social e desospitalização.
No ritmo que as coisas estão andando, eu tenho a mais plena certeza que, caso a esquerda não abrace a pauta antimanicomial, independente de quem vença as próximas eleições, a avalanche de ataques a saúde mental vai continuar.
Não é fatalismo, é uma constatação. A luta antimanicomial, embora historicamente vinculada ao campo da esquerda, tem sido completamente ignorada nos últimos anos.
Por exemplo, embora a lei da reforma psiquiátrica brasileira tenha sido proposta pelo Paulo Delgado, do PT, foi também nos governos petistas que os primeiros desmontes ocorreram.
Vocês estão sabendo que saiu um relatório com "protocolos clínicos" que recomenda eletrochoque para pessoas com TEA?
O próprio documento sinaliza, objetivamente, que "não há recomendação para o uso dessas alternativas (ECT e EMT) em nenhuma das diretrizes clínicas internacionais consultadas".
Ou seja, uma equipe, supostamente técnica, recomenda em um protocolo uma estratégia que não é indicada em nenhum lugar do mundo!
Alguns comentários breves e nada sistematizados sobre a classificação do Burnout como "doença" ocupacional:
Em primeiro lugar caberia uma discussão prévia sobre medicalização, o que não vai ser possível de fazer aqui pela complexidade do tema. Mas, em resumo, a medicalização é um processo de apreensão de determinados fenômenos pelo que se convencionou chamar de "ciências da saúde".
Medicalização não é o mesmo que medicamentalização e nem medicação. A gente pode chamar de medicamentalização uma certa tendência em atribuir o uso de medicamentos a resposta única e prioritária para lidar com o sofrimento humano. Em geral, a medicamentalização implica não só +
O problema da galera assistir os Mindhunter e Dexter da vida é que você tá discutindo ação política de indivíduos fascistas e o pessoal "não mas os psicopatas/sociopatas são frio e calculista"...
Dá uma maneirada no Netflix aí fi, não vem querer pintar liberal de Hanibal não...
É por isso que a categoria de filme que eu mais odeio é esses ~~filmes psicológicos~~
Se for de serial killer então...
"não mas tem analisar a personalidade e..."
Tá bom pique blainder faz silêncio agora na moral.