Charlie Munger é considerado não apenas um dos maiores investidores, como também um dos maiores pensadores do mundo dos investimentos. Ainda assim, são poucos os detalhes que sabemos a respeito de sua estratégia de investimentos.
Ao contrário de seu sócio, Warren Buffett, que vem escrevendo cartas aos acionistas da Berkshire há décadas, Munger produziu raras publicações que dizem respeito a detalhes de suas atividades de investimento.
Apesar disso, reunindo várias fontes, é possível ter alguns insights sobre sua carreira, que podemos dividir em três etapas, as quais vou falar ao longo dos próximos dias.
Início da Carreira de Munger:
Diferentemente de Buffett, que investia desde cedo, Charlie se concentrou primeiro em atuar na área do direito.
É interessante observar que, antes mesmo dessa etapa, ele chegou a servir ao U.S. Army Air Cops, alcançando o posto de tenente. Por fim, passado seu tempo no mundo do direito, ele migrou para os investimentos.
Seus primeiros investimentos foram ficados em Real Estate. Buffett, na reunião dos acionista da Berkshire de 2006, explicou o estilo inicial de Munger.
Segundo Warren, seu sócio começou pelo ramo de Real Estate por que esta área exigia quantias pequenas.
Além disso, outro ponto de destaque do setor era que um bom cérebro e energia eram capazes de multiplicar pequenas somas de uma maneira que dificilmente seria alcançável no universo das ações de empresas.
Assim, Munger foi capaz de acumular cerca de 3 a 4 milhões de dólares em poucos anos.
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Ted Weschler tem 59 anos e é um dos investidores que irá substituir Warren Buffett na Berkshire Hathaway, no quesito alocação de capital (o outro é Todd Combs).
Este ano saiu um artigo no Washington Post que mostra os retornos que Weschler teve em sua conta pessoal:
Weschler começou a trabalhando como um funcionário júnior na W.R. Grace, em 1983.
Ele saiu da empresa em 1989, com US$ 70 mil em sua conta de aposentadoria, onde investia em ações.
No final de 2018 (~30 anos depois) os US$ 70 mil tinham virado US$ 221,6 milhões.
Weschler, quando indagado, respondeu que os resultados vieram apenas do investimento em empresas públicas, disponíveis para qualquer pessoa comprar.
Sucesso num investimento não depende de quantas pessoas concordam com vc, quantos analistas recomendam compra das suas ações ou de quanto caiu ou subiu depois que vc comprou.
O sucesso depende apenas do que acontecerá no "mundo real", fora do mercado de ações, ao longo de ANOS.
Se a empresa for bem ao longo de 5, 10 anos, e não 5, 10 meses, e você tiver pagado um preço atraente, o resultado virá.
É necessário que exista geração de caixa ao longo de anos que justifique o preço pago pelo ativo.
Hoje, dá pra ver muita coisa doida acontecendo. Alguns exemplos:
Rivian, empresa de carros elétricos, valendo mais de US$ 100 bilhões sem nem ter produzido carros, Tesla valendo mais de US$ 1,1 trilhão (1 vez e meia o Ibovespa) lucrando uma minúscula fração do que vale