Sucesso num investimento não depende de quantas pessoas concordam com vc, quantos analistas recomendam compra das suas ações ou de quanto caiu ou subiu depois que vc comprou.
O sucesso depende apenas do que acontecerá no "mundo real", fora do mercado de ações, ao longo de ANOS.
Se a empresa for bem ao longo de 5, 10 anos, e não 5, 10 meses, e você tiver pagado um preço atraente, o resultado virá.
É necessário que exista geração de caixa ao longo de anos que justifique o preço pago pelo ativo.
Hoje, dá pra ver muita coisa doida acontecendo. Alguns exemplos:
Rivian, empresa de carros elétricos, valendo mais de US$ 100 bilhões sem nem ter produzido carros, Tesla valendo mais de US$ 1,1 trilhão (1 vez e meia o Ibovespa) lucrando uma minúscula fração do que vale
Mais de 7.000 criptoativos diferentes, com novos lançamentos semanais, que totalizam valor de mercado de ~US$ 3 trilhões.
NFTs com euforia absurda, até com foto digital de cachorro valendo mais de US$ 100 milhões
A NVIDIA, que na essência é uma boa empresa, vale mais de US$ 800 bilhões com uma RECEITA de US$ 20 bilhões.
Se olharmos p/ a história, existiram INÚMEROS exemplos de coisas malucas, mas que na época pareceram normais durante bastante tempo.
Todas as vezes acaba da mesma forma, o preço converge para realidade.
Como disse Napoleão, genialidade não é fazer coisas incríveis. É fazer coisas normais quando todo mundo está perdendo a cabeça.
Desde a bolha das tulipas em 1636, quando uma tulipa valia 50 anos de salário de um trabalhador, até a bolha da “ponto com” em 2000, quando as pessoas estavam maravilhadas com a internet e qualquer coisa que tinha “.com” valia bilhões (tipo Yahoo valendo mais de US$ 100 bilhões).
O difícil é, por ex, na bolha da “ponto com”, de 1995 até 2000, todo mundo que comprava empresa de internet parecia gênio, afinal só subia
Investidor de valor que comprava fundamento parecia burro, perdendo para a rentabilidade do mercado por vários anos.
Mas a realidade veio.
Até o Buffett ficou mais de 20% atrás do S&P 500 em 1999, um dos piores anos da história da Berkshire.
Investir na bolsa só é bom para quem REALMENTE investe com mentalidade de sócio.
É uma CERTEZA que ao longo de décadas, várias vezes sua mentalidade será testada.
Um empreendedor sócio de uma empresa não sente o preço do seu negócio variando todo dia.
Mas, na bolsa, as empresas variam em média 70% entre a máxima e a mínima ao longo de um ano.
Você acha que a capacidade das empresas gerarem caixa nos próximos 10 anos varia 70% em um ano?
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Existem pessoas que são bem-sucedidas comprando obras de arte em leilões ou lojas de antiguidades e revendendo por um valor maior.
Ironicamente, ao ver como essas pessoas ganham dinheiro, podemos tirar um aprendizado sobre investimento em ações:
Muitos podem pensar que pessoas bem-sucedidas comprando pinturas são aquelas que tem um “olho bom” e acertam um pintor que no futuro vai ficar famoso e suas obras valorizarão absurdamente.
Só que compradores de arte consistentemente bem-sucedidos tem uma abordagem diferente:
São estudados sobre as pinturas negociadas no mercado, e compram em leilões as pinturas de artistas cujas outras obras já são negociadas a preços mais altos do que o que os que encontraram.
Checklists são uma ferramenta útil para analisar potenciais investimentos.
Utilizando-as você minimiza a chance de sucumbir a vieses comportamentais, expondo os principais pontos que importam para uma tese ser bem-sucedida ou não.
Segue um exemplo de Checklist:
Rentabilidade:
•ROE (quebrar ROE DuPont)
•ROIC (lucro normalizado, capital de giro, capital investido)
•Há avenidas para investir capital incremental?
•Margem Bruta, operacional e líquida
Endividamento:
•Dívida líquida/EBITDA ou DL / FCO
•Dívida Bruta/Patrimônio Líquido
•Lucro operacional/Despesas financeiras
•Prazo e custo médio da dívida (taxa fixa ou variável?)
•Covenants de dívida
Warren Buffett tem uma frase icônica:
“A melhor coisa que acontece conosco é quando uma excelente empresa tem problemas temporários. Queremos comprá-las quando estiverem na mesa de cirurgia.”
Vamos ver o exemplo de quando Buffett comprou o Washington Post:
Em 1973, Warren Buffett comprou ~10% do Washington Post por $10,6 milhões.
A empresa tinha 3 segmentos: publicação de jornal (duopólio em Washington, com 60% de market share), publicação de revista (Newsweek - 4º lugar em receita de propaganda no país), e transmissão de TV.
O Washington Post cresceu receita todo ano, de 1963 até 1972.
Porém, em 1973, notícias ruins saíram na mídia após o Post investigar o escândalo de Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.
O Post poderia perder licenças de TV em meio aos esforços de Nixon.
A Evergrande, 2ª maior construtora de imóveis da 🇨🇳, foi a precursora de quedas nos mercados globais.
Vamos olhar para os fundamentos da empresa para entender o tamanho do “pepino”.
Primeiro, vale a pena mencionar que o negócio de construtoras possui ciclo de caixa longo:
Em outras palavras, investem para comprar terrenos, materiais de construção etc, e leva tempo até que a companhia consiga vender a propriedade e ver a cor do dinheiro.
Historicamente, mercados aquecidos levam construtoras a se endividarem para construir e vender mais.
Mas, se a demanda por imóveis for menor que esperada, ou se várias empresas construírem ao mesmo tempo, muitas propriedades acabam vindo a mercado juntas, saturando a oferta.
O risco é a empresa ficar com propriedades encalhadas e dívida gorda para quitar.