Persistência pode valer mais do que sorte, do que ter nascido em berço de ouro, do que ter uma educação privilegiada.
Persistência pode valer mais do que força e do que o poder mais totalitário.
Persistir nos relacionamentos, atravessando seus altos e baixos; persistir no projeto visionário que só você enxerga; persistir na construção de algo melhor.
Persistir na busca pela liberdade, pela justiça e pela verdade.
Ainda que as críticas sejam muitas.
Ainda que abandonar seja muito mais fácil.
Ainda que os canalhas e bandidos sejam legião.
Ainda que você ache que está absolutamente sozinho (na verdade, não está)
Persistir, e investir, na vida.
Nunca, nunca desista.
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A tentativa de domínio do poder político por membros não eleitos do Estado é fenômeno mundial, descrito, por exemplo, no livro O Fim do Poder, de Moisés Naím.
Aqui esse fenômeno é muito mais grave porque se combinou com um ativismo judicial ideológico de esquerda sem limites.
Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe a ameaça que isso representa ao modelo democrático republicano.
A tutela da sociedade por seres iluminados, que agem à revelia do poder conferido pelo voto, é receita promotora do caos jurídico e político, e do totalitarismo.
A história já viu outros exemplos de períodos em que a esquerda promoveu o caos, esperando com isso permitir o surgimento de um poder totalitário de orientação marxista.
Em alguns desses períodos o resultado foi exatamente o oposto.
Em 1995 eu entrei em uma livraria no centro do Rio de Janeiro e achei por acaso um dos livros que iria mudar a minha vida. O título estranho me chamou a atenção: O Imbecil Coletivo. Nele encontrei uma inédita mistura de clareza intelectual e coragem moral.
Naquele livro Olavo de Carvalho me ensinou a não ter medo da verdade e a dar o nome certo às coisas.
Olavo buscava a verdade, sem medo das consequências.
Para Olavo, essas consequências foram o confronto com o establishment e seus pseudo-intelectuais, esquerdistas encastelados em recursos públicos e no monopólio da mídia. Para ele chegou, também, o exílio.
Muita gente que apoia o Presidente Bolsonaro, ou que sinceramente o prefere aos outros candidatos, está silenciosa.
O silêncio é provocado pela discriminação - às vezes leve, às vezes grave - à qual o eleitor declarado de Bolsonaro está sujeito.
É difícil lidar com os ataques, o cancelamento, a censura e as agressões, e por isso muitos preferem emudecer.
A essas pessoas eu quero trazer incentivo e coragem.
A essas pessoas eu quero dizer: você não está sozinho.
Nem todo mundo precisa ir para a trincheira.
Nem todo mundo precisa, ou pode, se expor e arriscar seu emprego, sua família e sua segurança.
Penso nos servidores públicos - do Legislativo, do Judiciário, de governos estaduais ou prefeituras - que precisam trabalhar e sustentar suas famílias.
Aconteceu há mais de um ano. Eu andava dormindo mal. Peguei uma gripe e adormeci no final da tarde, na cama do João, que ainda estava na escola.
Caí em um sono desorganizado e agitado. Em um certo momento, senti o toque de um lençol caindo sobre mim.
Alguém me cobre, ajeita meu travesseiro. Eu resisto a despertar. Deve ser a Josefa, que trabalha conosco. Estranho. Ela nunca fez isso.
Voltei pro meu sono.
Quando acordei, saí pela casa, corpo ainda doído da gripe. “João chegou”, Josefa me diz na cozinha. “Está na sala, viu o senhor dormindo e não quis incomodar”.
Na sala, João assiste TV mastigando alguma coisa. “Filho”, eu pergunto, “foi você que me cobriu?”