Estudo recente da África do Sul🇿🇦:
🔹Não vacinados e recuperados de #Omicron➡️proteção somente contra Omicron
🔹Vacinados e recuperados de #Omicron➡️proteção contra Omicron, Delta, Beta, C.12 e D614G!
É algo que falamos já tem um tempo aqui: a resposta via infecção pode não ser abrangente para outras variantes de preocupação (VOCs), tendo risco para reinfecção. Em recuperados, mas não vacinados, dependendo da VOC, vemos reduções em reduções de 20 a 43x no título de anticorpos
Isso ressalta alguns pontos sobre adquirir uma imunidade somente via infecção:
🔹Pode desencadear respostas variáveis entre indivíduos
🔹Não é abrangente para todas as VOCs
🔹Traz todos os riscos da doença e suas possíveis sequelas
Recuperados PRECISAM se vacinar!
O estudo tem suas limitações, e uma delas é o tamanho da amostra. Foram amostras de soro de 20 indivíduos não vacinados e 7 indivíduos vacinados (2 Janssen, 5 Pfizer). Os indivíduos não tinham histórico de infecção prévia por SARS-CoV-2 e a maioria deles eram acima de 50 anos.
Em não vacinados, a gente vê que a infecção da Omicron pode gerar uma resposta importante contra a sua Spike. Porém, essa resposta não é abrangente para outras variantes importantes, e também é significativamente menor, não tendo aquela resposta cruzada para outras VOCs.
Isso tudo, como @sailorrooscout aponta em seu fio, é consistente e faz sentido com outros dados, em que observamos que pessoas completamente vacinadas que se infectaram com a #Omicron tem uma chance⬇️de se infectar pela #Delta
Uma pessoa recuperada de Omicron, mas NÃO VACINADA, pode ter riscos importantes de reinfecção com outras variantes que continuaram a circular e evoluir na África do Sul no momento deste estudo, embora em níveis baixos, incluindo Beta, Delta e C.1.2.
Temos alguns indicativos (que precisam de confirmação) que essas reinfecções podem ocorrer num curto espaço de tempo para aqueles não vacinados, como aponta o dado abaixo
E acho que isso também coloca um ponto relevante sobre o fato das vacinas atualizadas para a Omicron. @sailorrooscout comenta que é essas vacinas que usamos atualmente tem dado respostas muito positivas E ABRANGENTES para outras variantes.
Portanto, vacinas atualizadas podem sim ser uma ótima estratégia de reforçamento, principalmente numa população que já foi vacinada. Mas para iniciar a vacinação em indivíduos "naive", é possível que a estratégia usando as vacinas existentes forneça um bom caminho.
Ainda, é bastante plausível que essa proteção contra a Omicron se estenda para suas sub-linhagens BA.1 e BA.2, como sugere um dado com amostras de vacinados e recuperados de BA.1, reforçando a importância da 3ª dose. medrxiv.org/content/10.110…
Enfim, em resumo:
🔹Recuperados devem se vacinar para garantir uma proteção robusta, abrangente, duradoura, além de reduzir os riscos da doença e de suas possíveis sequelas
🔹3ª dose é relevante, busque seu reforço
🔹Ampliar as coberturas vacinais/equidade vacinação
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ATENÇÃO: Vírus MUITO parecido com o SARS-CoV-2 circula em morcegos🦇de cavernas no norte do Laos🇱🇦, sendo capaz de se ligar eficientemente ao ACE2 humano (e sua entrada na célula é inibida por anticorpos contra o SARS-CoV-2)
Mais evidências pra evolução natural 👇🧶
Encontrar o reservatório animal do SARS-CoV-2 (ou qual animal abrigaria esse vírus e poderia transmitir para outros) não é uma tarefa fácil. Diversos fatores também estão intimamente relacionados com o risco de "pulos" do vírus entre uma espécie para outra
Vírus de RNA são muito adaptativos, e nossa proximidade com espécies que abrigam esses vírus taz riscos. Cerca de 500 milhões de pessoas vivem em áreas onde podem ocorrer "pulos", incluindo o norte da Índia, Nepal, Mianmar e boa parte do Sudeste Asiático
Hoje foi divulgado (em uma conferência) o caso de uma paciente sem sinais detectáveis de HIV em testes extensivos desde que interrompeu o tratamento antirretroviral em Out/20 após um transplante de células-tronco com uma mutação genética que bloqueia a invasão do HIV 👇🧶
Os detalhes de seu caso foram apresentados terça-feira na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas. Com certeza é algo surpreendente e muito animador, mas vamos entender um pouco melhor, com o que foi divulgado até o momento, o que aconteceu
A paciente recebeu um transplante para tratar a leucemia mieloide aguda (câncer que leva a geração desenfreada de células imaturas na medula óssea), bem como o HIV, com o qual ela foi diagnosticada 4 anos antes de desenvolver a leucemia. drauziovarella.uol.com.br/cancer/tudo-o-…
Segundo dados do Ministério da Saúde de Israel🇮🇱, uma 4ª dose em idosos (60+ anos):
🔹triplicou a proteção contra a doença grave
🔹dobrou a proteção contra a infecção
Segundo a reportagem, os números são baseados em 400.000 israelenses que receberam a 4ª dose e 600.000 que receberam 3 doses, com o MS enfatizando que a metodologia é semelhante a artigos anteriores que os especialistas publicaram no @NEJM
Infelizmente, muitos desses dados de Israel tem ganhado manchetes ruins. Não tem muito tempo que comentei a notícia de um dado desse mesmo grupo. Temos que ter cuidado em não confundir dados de anticorpos com a generalização de dados de proteção.
Já se perguntou como o sistema imunológico, após uma vacina por exemplo, é capaz de montar uma memória imunológica duradoura?
Vou comentar de um protagonista desse processo: as células dendríticas foliculares!
🧶👇
Em um estudo recente, pesquisadores investigaram como essas células dendríticas foliculares (FDC) são capazes de guardar essas "informações" (ou antígenos) para auxiliar no processo de geração da memória imunológica ncbi.nlm.nih.gov/labs/pmc/artic…
Podemos entender essas FDC como um importante reservatório para o antígeno, que é essencial para a formação de locais nos nossos "centros de defesa", os centros germinativos. É nesse local em que as células B de memória e efetoras se diferenciam
Sobre a "variante recombinante que une características da Delta e da Omicron". Já conhecíamos ela pelo nome Deltacron, lá de Janeiro. Essa nova detecção está sendo monitorada e investigada.
Comento sobre a Deltacron e a primeira detecção aqui
@PeacockFlu comenta que, ao contrário da primeira detecção, essa parece ser diferente em origem, mas não temos indicativo atualmente sugerindo que essa variante seria muito diferente do que a gente observa para a BA.1 (sub-linhagem #Omicron)
Com os dados atuais, não parece ser diferente do que já estamos enfrentando nesse momento. No entanto, isso é motivo para fazer pouco ou nada sobre a situação? Não. É motivo de cuidado, monitoramento e entendimento que, enquanto a transmissão estiver alta, o risco existe