O #gás natural liquidificado (#GNL) procedente dos EUA custa, em meia, 40% mais do que o gás canalizado russo. A isso, adicione-se o custo da ré-gasificaçom. Imaginemos agora que piora a situaçom diplomática de pré-guerra em que a #NATO tanto insiste. O que poderia passar? Fio 👇
Umha opçom é a UE impor mais umha série de sançons económicas à Rússia, entre elas à exportaçom de gás, que é umha commodity essencial para as arcas russas (sem o gás, a recuperaçom meteórica desde o inferno da década de 1990 nom se teria produzido nunca).
Outra opçom seria que o governo russo cortasse parcial ou totalmente as suas exportaçons à Europa, fazendo valer o nível de dependência energética que a UE tem do seu gás. Em ambos os casos, quem ganha? Exato: o provedor más caro. Ou seja: os Estados Unidos. Por que?
Porque a UE nom sobrevive sem gás, e consegui-lo é difícil. Para o estado espanhol ou a Itália existe a opçom da Mauritánia: 2 gasodutos diretos e outro que Marrocos mantém cortado em meio à crise silenciada do Saara Ocidental. Mas o gás do Magrebe só nom dá.
Por que? Porque as infraestruturas estám planificadas para o nível de consumo atual e porque a França (com forte investimento nuclear) se tem negado históricamente a alargar as suas ligaçons com as infraestruturas ibéricas e italianas.
O gás que chega à UE via Balcans tampouco é um subministro fiável, graças ao trabalho do imperialismo inflamando a situaçom em Oriente Meio durante mais de umha década. E a que a maioria das infraestruturas previstas som isso: previstas.
Afinal, se a incómoda Rússia satisfai hoje 40% das necessidades totais da UE é por falta de alternativas. Se a soluçom a um eventual corte nom pode chegar por um gasoduto, a única alternativa é o GNL. E aí é onde a magia se produz e os bolsos dos EUA se enchem de dinheiro.
Após as crises ucranianas de 2006, 2009 e 2014, a UE tem lançado alguns planos para reduzir a sua dependência. Mas os resultados, por enquanto, som discretos. A Bruegel (um think tank ligado a Bruxelas) estima que UE poderia administrar um corte de gás russo até ao verao, mas...
...seria em troca de aumentar drásticamente as importaçons de GNL (entre elas, as procedentes dos EUA) e realizar alguns cortes de subministro nas indústrias. Só um dado: as reservas de gás na europa estavam, no final de janeiro, em 42%. No mesmo período de 2020 estavam em 56%.
A principal vítima dumha guerra à costa do #Donbass seria, sem dúvida, a sua populaçom e a doutras regions da #Ucránia. Mas a da UE também poderia enfrentar dificuldades sérias. Nom admira o silêncio hesitante da França e a Alemanha, nem que sejam os EUA quem mais preme por ela.
🔴 Actualizaçom ao fio sobre energia que se pode ver acima ☝️ | Na sequência do reconhecimento russo das repúblicas populares do #Donbass, o chanceler Scholz anuncia que a Alemanha nom abrirá o gasoduto #NordStream2 que permitiria o gás russo entrar na #UE via Báltico.
Nom se explicita de onde é que a UE (ou, no caso, a Alemanha 🇩🇪) vai tirar o gás que necessita para aquecer as casas e para a sua indústria. No entanto, #Líbia assegura estar já ao 100% da sua capacidade de produçom e portanto nom poderá enviar mais gás à Europa. E nom só Líbia.
Hoje terminou a cimeira do GECF em #Qatar (11 países exportadores de gás + observadores) e a mensagem é clara: subministrarem à UE o que agora subministra a #Rússia é impossível.
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Nom cabe muita dúvida de que o reconhecimento das repúblicas do #Donbass era a única saída que cabia a umha #Rússia embarcada numha guerra fake 🇺🇦🇷🇺 que até Zelenskyy criticou. Mas também era a única saída para esses territórios em rebeldia contra o golpismo de Kiev. Por que? ➡️
Mortos Minsk I, a via Steinmeier e Minsk II, o único que havia no horizonte era #Kiev e #Donetsk - #Lugansk a trocarem artilharia durante meses, sem nada de real a mudar. O reconhecimento fecha esse cenário. Abre outros, mas a guerra (a de verdade, que dura 8 anos) finaliza.
É claro que o bloco 🇪🇺🇺🇸 vai jogar a acusar Moscova de romper esses acordos, porque na guerra nom declarada que se solapa à real (a que enfrenta o imperialismo e a Rússia e na que Ucránia é só paisagem), o relato tem umha importáncia capital. Mas isso já sabemos.
Além do como é que chegamos aqui (que explico neste fio 👇), o fundamental é o Tratado de Amizade, Cooperaçom e Assistência Mútua entre a Rússia e as repúblicas. Estabelece:
🔸 estreita cooperaçom em política exterior.
🔸 estreita cooperaçom em segurança e defesa da soberania.
Literalmente:
«todas as medidas disponíveis para eliminar qualquer ameaça à paz, e também para contrarrestar atos de agressom de parte de qualquer estado ou grupo de estados».
Consequência direta: fontes russas informam de que o Kremlin está a enviar tropas para as repúblicas populares de #Donetsk e #Lugansk, que vem de reconhecer.
O passo de reconhecer as repúblicas populares de #Donetsk e #Lugansk nom é menor. Mas em absoluto significa que a #Rússia queira a desapariçom física da Ucránia, como algum comentador está já assegurar com superabundáncia de dramatismo. Vai mais um fio sobre a falsa guerra 🇺🇦-🇷🇺.
Em 2014, na sequência do estado de terror que seguiu ao golpe paramilitar da extrema-direita (#EuroMaidan) na Ucránia, várias regions (oblasti) do país proclamárom a sua independência. Tratava-se, fundamentalmente, de ficar fora do novo poder de Kiev e de se auto-proteger.
Convém lembrar que na maioria dessas regions, no leste do país, vive umha maioria russa (ou minorias muito significativas) que se converteu no principal alvo de ataques do novo poder.
Além da questão médica, de que não faço a menor ideia e não falarei, o #Covid_19 tem uma faceta política. É uma faceta real, com implicações reais. E mesmo que o sanitário seja o mais importante agora, convém não renunciar a tratar o tema. Eis um breve fio 5 ideias ao respeito 👇
1) A faceta política não existe por haver «apocalípticos» que insistam em assinalar os regimes ultraliberais. O assinalamento existe, com certeza, e não há dúvida de que há razões para o fazer, mas além disso, o #coronavirus é uma realidade política por si próprio. Porque...
2) No plano internacional, com a Itália a pedir ajuda à UE, a resposta foi o silêncio mais gritante. A União não abriu a boca nem ofereceu qualquer ajuda enquanto a Itália decretava regiões inteiras em quarentena e os contágios se estendiam por outros países. #ItaliaZonaRossa ➡️